Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Tribunal Revolucionário” nas matas do Araguaia

#VAMOSMUDARBRASILIA

 
Fonte : A Verdade Sufocada - A História que a esquerda não quer que o Brasil conheça – Carlos Alberto Brilhante Ustra  - 10ª edição
“Com o pretexto de não dispor de uma estrutura administrativa que lhes permitisse isolar desertores, elementos não colaboradores ou militares eventualmente caídos prisioneiros ou feridos, as Forças Guerrilheiras do Araguaia (FOGUERA) constituíam os “Tribunais Revolucionários” para “julgar” e “justiçar” indesejáveis. A esse poder supremo são creditadas as mortes de Rosalindo de Souza (Mundico), militante desertor, e dos moradores locais: Osmar, “Pedro Mineiro” e “João Mateiro”.
A eliminação fria de inimigos foi tacitamente admitida no Relatório Arroyo - Editora Anita Garibaldi - 1996.”www.ternuma.com.br
“ Tortura e Justiçamento” de João Pereira - 29/06/1972 Com a prisão e a confissão de Pedro Albuquerque, militante que abandonara a área de guerrilha e fora preso em Fortaleza, os órgãos de segurança tiveram a certeza da presença de guerrilheiros na Região do Araguaia. Enviaram, então, uma equipe para localizar a área onde os guerrilheiros estavam instalados.   Ao encontrarem a casa de Antônio Pereira, um mateiro que morava nos confins da Picada de Pará da Lama, a 100 km de São Geraldo, esse ofereceu o filho de 17 anos, João Pereira, para guiar a equipe em seu deslocamento no interior da selva. Com certa relutância a equipe aceitou o oferecimento. O rapaz guiou a equipe por uma manhã, das 5 horas até ao meio-dia. Descoberta a colaboração do jovem, integrantes da guerrilha do PCdoB, em 29 de junho de 1972, foram à casa do seu pai, prenderam-no e, no quintal, na frente de seus genitores, cortaram primeiro uma de suas orelhas, depois a outra, seus dedos, suas mãos e, finalmente, acabaram com a tortura do menino. Mataram-no com uma facada. Somente o pai assistiu a morte do filho. A mãe, há muito, já perdera os sentidos.
A tortura e a morte do rapaz deveriam servir de exemplo para que nenhum outro mateiro auxiliasse as autoridades na busca dos guerrilheiros.
Segundo o relatório de Ângelo Arroyo, um dos chefes dos guerrilheiros na região: “A morte desse bate-pau causou pânico entre os demais da zona”.
Observação: “bate-pau”, termo usado para designar o guia, o mateiro.
“Justiçamento” de Osmar - ../09/1972Trecho do depoimento do bate-pau Venâncio de Jesus:
“Encontrei, no caminho, com o Osmar. Era um mateiro admirado por Osvaldão por causa de seu domínio sobre a mata. Osmar me disse que estava muito preocupado porque o Exército o obrigava a guiar os soldados pela floresta e tinha medo de acabar morrendo. Pediu-me para avisar ao Osvaldão que estava sendo forçado a isto, mas que só dava umas voltinhas por perto e os soldados já ficavam satisfeitos. Ganhei do Osmar um pedaço de carne de onça e parti, sem falar qual era o meu destino. Depois ficamos sabendo que ele fora cooptado de fato pelo Exército e o nosso destacamento acabou justiçando-o.”
(Fonte: http://www.desaparecidospoliticos.org.br/araguaia).
“ Tortura e Justiçamento” de Pedro Ferreira da Silva -  “Pedro Mineiro” - 12/03/1973No dia 12 de março de 1973, Osvaldão julgou, condenou e mandou executar “Pedro Mineiro”, por ser informante do Exército. A sentença foi executada por um grupo que o trucidou a golpes de enxadas e foices.

“Justiçamento” de Rosalindo de Souza , “Mundico” - 16/08/1973Mundico, militante do PCdoB, participou ativamente do movimento estudantil. Formou-se advogado na Faculdade Cândido Mendes. Em abril de 1971, foi para Caianos participar da Guerrilha do Araguaia, como comandante do Destacamento C.
Morreu em setembro de 1973 e, para sua morte, seus companheiros têm versões diferentes.
Para o Relatório Arroyo: “... a morte de “Mundico”, do C, por acidente, com a arma que portava”.
Para Elza Monerat, em depoimento no Congresso: “Parece que sua morte não teria sido acidental. Teria sido assassinado por um “bate-pau”.
Existe uma terceira versão entre os companheiros do PCdoB de que teria se suicidado.
José Antônio de Souza, irmão de “Mundico”, auditor fiscal em Ilhéus, declara:
“Acho muito estranho falar em acidente de armas com Rosalindo, pois todo mndo sabe que ele tinha muita experiência como caçador e era exímio atirador.”Nos arquivos do DOPS/SP consta que ele foi justiçado pelos companheiros em 16 de agosto de 1973.
(Fonte: http://www.desaparecidospoliticos.org.br/araguaia).
Estes foram os “justiçados’  no Araguaia, fora inúmeros outros, membros de organizações da guerrilha urbana. Essa matança de companheiros era por vários motivos: suspeita de delação , desistência de permanecer na organização, desavenças e vários outros motivos.
O jornal O Globo de 31 de janeiro de 2005 – página 3, calcula cerca de 30 companheiros “justiçados” por membros de diversas organizações terroristas.
 Era essa a “justiça” revolucionária. Esses foram alguns de seus crimes.  Inescrupulosos, como sempre, extorquem dos cofres públicos vultosas recompensas, como forma de “reparação”.
Quem os recompensa pratica o mesmo tipo de “justiça”, venal e cruel. A diferença é que, agora, somos nós, contribuintes brasileiros, os “justiçados”.
Pelo visto, o “Tribunal Revolucionário” continua em sessão permanente. Mudaram apenas os “juízes” e a condenação.

Fonte:
- Projeto Orvil - Tentativas de Tomada do Poder
 Organizadores: Ten Cel Lício Maciel e Ten J. Conegundes do Nascimento
- O Globo - 31 de janeiro de 2005 - página 03.

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