#vamosmudarbrasilia
Não há praticamente dúvidas entre os especialistas eleitorais de que
teremos segundo turno, e de que a presidente Dilma deve vencer o
primeiro em um patamar bem abaixo do nível que ela e o ex-presidente
Lula tiveram nos pleitos anteriores. Lula teve nos primeiros turnos de
2002 e 2006 46% e 48% dos votos respectivamente, e Dilma voltou a fazer
46% em 20010. Isso se deve à perda de prestígio do PT junto ao
eleitorado, embora ainda seja o partido com mais adeptos, mas sobretudo à
avaliação negativa do governo Dilma. ...
Os candidatos do PSDB comportaram-se de maneira nada homogênea no
primeiro turno nas eleições anteriores, embora no segundo turno tenham
tido resultados semelhantes, em torno de 40% do eleitorado, chegando a
44% em 2010.
Nas eleições de 2002 e 2006 o candidato José Serra teve respectivamente
23% e 32% dos votos, enquanto Geraldo Alckmin teve a melhor votação no
primeiro turno do PSDB em uma eleição presidencial perdida. Atingiu 41%
dos votos, mas não conseguiu agregar eleitores no segundo turno, quando
teve votação menor. Serra só chegou ao segundo turno em 2002 por que
dois outros candidatos foram bem votados: Garotinho, do PSB, com cerca
de 17% dos votos e Ciro Gomes, do PPS com cerca de 12%.
As projeções do cientista político Jairo Nicolau, da UFRJ, um dos
melhores analistas de resultados eleitorais, indicam que, com os dados
de hoje, a presidente Dilma deve fechar o primeiro turno abaixo do
índice histórico do PT, recebendo em torno de 39% dos votos válidos. O
candidato do PSDB teria 29% e o do PSB Eduardo Campos 12%.
Uma característica especial desta eleição é que os chamados candidatos
nanicos estão sendo muito bem votados, e poderão chegar a 8% ou 10% dos
votos, mais uma razão para que os analistas cravem que haverá segundo
turno. Só o pastor Everaldo, do PSC, aparece nas pesquisas com cerca de
3% a 4% dos votos.
A queda da votação da presidente Dilma reflete a dificuldade que ela
terá num embate num segundo turno com o tucano Aécio Neves, o provável
representante da oposição. A grande incógnita é o número de votos em
branco e nulos, ainda muito alto nas pesquisas atuais. É um fato que a
campanha eleitoral ainda não entrou na agenda do cidadão eleitor, mas há
um conjunto de fatores, e não apenas um, para explicar essa demora em
se ligar nas eleições deste ano.
Sem dúvida o fato de a Copa do Mundo de futebol ter sido realizada no
Brasil, independente do resultado desastroso dentro do campo, foi uma
das razões para adiar esse contato do eleitor com os candidatos. Mas a
desilusão com a política também é uma explicação bastante provável para
esse número ainda alto de desinteresse da população.
A campanha somente entrará na agenda do cidadão a partir do começo do
horário eleitoral em meados de agosto, e mesmo assim em ritmo mais lento
devido à importância crescente das mídias sociais como Facebook,
Twitter e outros, e dos canais de televisão a cabo que não transmitem os
programas eleitorais oficiais.
Tudo indica que a oposição terá no segundo turno o reforço de um
eleitorado que terá o mesmo tamanho numérico que Marina Silva teve em
2010: o pastor Everaldo e Eduardo Campos, somados, podem chegar a ter
por volta de 15% a 20% do eleitorado.
Os dois terão papel importante na composição do segundo turno, e apenas
um deles, Campos do PSB, tem fôlego para aparecer como um
candidato-surpresa atropelando o hoje favorito da oposição. Sua
pontuação nas pesquisas não sugere que isso possa acontecer, mas não há
analista que possa cortá-lo do páreo a esta altura da disputa.
Fonte: Blog do MERVAL PEREIRA -
blog do sombra
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