General de Exército Valdesio Guilherme de Figueiredo
Ministro aposentado do Superior Tribunal Militar
Limitarei
meus modestos comentários somente à situação brasileira, deixando de
lado os países vizinhos da América do Sul os quais, hoje, nem sei se
poderia chamá-los de amigos.
Vivemos um
Brasil sem terremotos, maremotos, outros abalos sísmicos ou inclemência
de clima, mas sem segurança, sem saúde, sem ensino de qualidade, sem
moradia e alimentação dignas e sem respeito à propriedade
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O noticiário brasileiro está, diariamente,
repleto de mortes de jovens por troca de um celular, acidentes que
vitimam dezenas de pessoas devido ao mau estado das rodovias, ou falta
de fiscalização nelas e balas perdidas partidas de troca de tiros entre
traficantes de droga, ou mesmo entre policiais e marginais, que
sacrificam inúmeros cidadãos. .texto completo
Ainda que a Constituição da República prescreva que o Estado é responsável pela segurança do cidadão, já se troca segurança pública por defesa social, à revelia da Carta Magna. Ora, a segurança é abstrata (sensação ou estado), enquanto a defesa, por ser uma ação, é concreta.
E onde estão ambas?
Diremos
que o país é grande demais para ser policialmente mobiliado de forma
adequada, ou que a falta de segurança é fruto de uma campanha
difamatória e desmoralizadora das polícias?
No campo do ensino os professores são mal pagos e pouco motivados.
Particularmente no estudo da História do Brasil aplicam um processo
pedagógico de forma ideologizada e unilateral, mostrando uma versão dos
fatos sob a ótica da elite dominante, em livros escolares
estrategicamente distribuídos pela rede pública, cujo objetivo explícito
é mostrar as ações históricas à juventude estudantil apenas na
interpretação do lado “vencedor”.
O sistema
de saúde pública funciona precariamente em hospitais, postos e unidades
com escasso número de médicos e em uma estrutura inadequada.
Quem vai querer seguir a profissão médica com os salários calculados em cima das tabelas do SUS?
Ainda bem que o brasileiro tem índole pacífica, nada semelhante aos
seus semelhantes do Oriente Médio, ou do norte da África. Creio que as
autoridades brasileiras responsáveis pelo estabelecimento das medidas
políticas de garantia dos direitos fundamentais estejam até com uma
ponta de inveja dos irmãos muçulmanos.
Guerra
civil, ou rebelião em curso sob as vistas da ONU e da OEA, preocupada
com a morte de um cadete, ou com a extinção de polícias militares?
Aliás,
as condições sob as quais o cadete faleceu, são as mesmas pelas quais
passaram centenas, ou milhares, de jovens com vocação para a carreira
militar.
Vamos, portanto, homenagear não
somente um, mas todos os que pereceram, ao longo dos anos, quaisquer que
tenham sido as condições, durante a realização dos cursos Básico e das
Armas e Serviços.
Nunca é demais relembrar alguns conceitos bélicos, como por exemplo:
“Rebelião
é o levante de populares, espontaneamente ou conduzido pelas
circunstâncias, contra o governo, as autoridades, ou a ordem
estabelecida, com o fim de impedir a execução ou o cumprimento de atos
administrativos, legislativos ou judiciais, ou desobedecer aos mesmos.”
Fala-se
muito em garantia dos direitos humanos. Quem poderá defendê-los? Os
responsáveis por isso os desrespeitam através da corrupção, surrupiando
os recursos públicos destinados à educação, saúde, moradia e segurança,
como que à mão armada.
E a garantia ao direito de propriedade, aliada à proteção do meio ambiente?
Estes vêm sendo desrespeitados sob as vistas complacentes dos órgãos de controle político.
Sabem
como são procedidas as invasões na Amazônia? Os grupos invasores atacam
através da zona de preservação das fazendas, cortando toda a madeira de
lei encontrada e, depois, avançam contra a sede onde se encontram as
famílias, estuprando as mulheres e matando a criação
indiscriminadamente. Isto já aconteceu até em propriedade particular de
um presidente da república.
Seria o caso,
talvez, de a Comissão da Verdade apurar os delitos cometidos por
autoridades contemporâneas contra a sociedade brasileira, que vêm
aplicando uma tortura branca ao negar-lhe os direitos fundamentais sob o
desvio dos recursos do erário para tal garantia?
Submeter a população à falta de saúde, de ensino e de moradia digna seria uma forma de tortura?
Gostaria de saber!
Mudando
de assunto, vemos a aplicação das atribuições de autoridades
brasileiras no sentido de revanche, ou de vingança, contra ações
praticadas pelas Forças Armadas sob a égide da Constituição vigente à
época.
Será ainda atribuição das Forças Armadas a garantia dos poderes constituídos, da lei e da ordem, ou isto é coisa do passado?
E
tudo vem acontecendo na intenção, creio eu, de esvaziar a autoridade do
Comandante do Exército, atribuindo-lhe uma submissão à “ordem
vermelha”. Gostaria de lembrar, particularmente aos militares, que o
Comandante do Exército não decide sozinho; existe a seu lado um Alto
Comando formado por generais de exército, não um secretariado ou uma
equipe de assessores, mas um colegiado de alto nível com quem
compartilha as decisões tomadas.
Continuemos
fortes, atentos e informados, para atuar quando se fizer necessário,
não participando, por exemplo, de operações de ocupação de comunidades
sob a alegação – ou a ilusão - de que dessa forma conseguiremos recursos
para adquirir equipamentos que o Estado deveria fornecer.
Também
vamos tentar impedir, pela ação de presença, que barbaridades continuem
a ser praticadas contra uma população, sem o poder de reação e, por
fim, vamos continuar avaliando os imensos enriquecimentos repentinos sem
o trabalho que os justifiquem.
Que Alá nos proteja e que Deus impeça que nosso trem chegue à ponte de Cassandra.
(*)
O filme Le Pont de Cassandra (The Cassandra Crossing), de George Pan
Cosmatos, foi lançado pela MGM em 1976. No enredo, os passageiros de um
trem transcontinental de luxo foram infectados por um grupo de
terroristas com um virus letal muito contagioso. O coronel Stephen
Mackenzie (interpretado por Burt Lancaster) decide desviar o trajeto
para que os passageiros sejam conduzidos para um centro de
descontaminação.
Mas, no novo percurso existia uma ponte desativada e velha.
O
suspense está na consequência da decisão tomada : caso a ponte não
resistisse, todos morreriam e a tragédia refletiria negativamente sobre
os objetivos do movimento terrorista.





1 comments:
Sim oq vemos hoje é uma realidade onde estamos totalmente à mercê de bandidos (assassinos, assaltantes, políticos e dirigentes corruptos) cada um buscando enganar,tomar posse do q não lhe pertence enfim ter uma vantagem sobre o outro.Vemos dia a dia policiais sendo mortos em São Paulo e por todo o país mas não vemos nenhuma ação dos DIREITOS HUMANOS amparando essas famílias ceifadas de seus familiares , na maioria das vezes responsáveis por seu sustento. Assistimos bandos de usuários drogas migrando de um lado para outro sem rumo e...CONVIDADOS a se internarem pra uma desintoxicação ,meses de julgamento de CORRUPTOS e a defesa de corrompidos.Hospitais caóticos médicos e afins sem nenhum preparo trocando SORO POR SOPA e mesmo assim continuando seu curso para diplomar-se. Salários sendo reajustado em menos de 24 horas (servidores da camâra legislativa do DF)enquanto POLICIAIS, PROFESSORES(entre outras)em greve pró reajuste salarial e os SINDICATOS sem reação alguma pois são filiados a partidos ou centrais que hoje GOVERNAM esse PAÍS. E o mais grave estão governando pois o POVO SEM EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA E ESQUECIDOS DE PRINCÍPIOS OS ELEGERAM!!!!!!!!!!!!!!
Silmara cidadã BRASILEIRA
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