editorial de O Globo
Maior empresa do país, a mais atingida pelo esquema lulopetista de
drenagem de dinheiro público para financiar o projeto de poder do PT —
sem deixar de melhorar a vida de companheiros —, a Petrobras seria,
também, por óbvio, a maior vítima corporativa do esquema.
A derrocada foi proporcional à decolagem da empresa no período em que o
petróleo subiu para a faixa acima dos US$ 100 o barril, que fez a
estatal mudar de patamar no ranking mundial das petroleiras. Já tendo
descoberto reservas importantes na região do pré-sal, nas costas
paulista e fluminense.
O ufanismo contagiou o Planalto de Lula e Dima. Mas o pior é que induziu
o governo, inspirado na clássica ideologia estatista e dirigista do
velho PT, a usar a estatal como alavanca para a execução de um temerário
programa de substituição de importações de equipamentos diversos usados
na indústria do petróleo (sondas, navios, plataformas etc.).
Chegou-se a idealizar, dentro da Petrobras, aparelhada por dirigentes
indicados por partidos (PT, PMDB e PP), como comprovado na Lava-Jato, um
projeto mirabolante: a criação de uma empresa, a Sete Brasil, com a
participação da estatal, de bancos privados e fundos de pensão de
empresas públicas, para fazer encomendas bilionárias de sondas a
estaleiros criados com a participação de empreiteiras. Os equipamentos
seriam arrendados à Petrobras. Não funcionou, como previsto, e a Sete
Brasil quebrou. É um dos maiores processos de recuperação judicial do
país (quase R$ 20 bilhões).
Por inevitável, a Petrobras passou a acumular prejuízos, em função do
atraso na entrega de obras, custos em alta, tudo isso amplificado pelo
esquema de corrupção instalado na empresa. Ele foi responsável por
enormes superfaturamentos para gerar bilhões em contratos com
empreiteiras (Odebrecht, OAS etc.) para serem usados como propinas,
destinadas a financiamento de campanhas (de Lula e Dilma, por exemplo) e
benefícios pessoais, conforme comprovado pela força-tarefa com base em
Curitiba.
Pode-se não aceitar, por fé ideológica, mas estes são fatos. A estatal,
com a maior dívida corporativa mundial (meio trilhão de reais) teve o
risco de crédito rebaixado no mercado internacional, junto com o país.
Os títulos de Petrobras e Brasil passaram para o conjunto dos “lixos”, junks, papéis de elevados risco.
A gestão de Pedro Parente na empresa segue uma linha óbvia, mas
rejeitada por quem enxerga estatais como bandeiras e não empresas que
podem ajudar a sociedade ou prejudicá-la, por exigir apoio constante dos
contribuintes, representando pelo Tesouro.
A Petrobras já foi obrigada a explicitar em balanço uma perda de R$ 6,2
bilhões causada pela corrupção. Teve, ainda, de fazer outras baixas
contábeis bilionárias indiretamente pelo mesmo motivo. E com seu
principal acionista, representado pelo Tesouro, quebrado, não tem outra
alternativa a não ser se capitalizar-se com a venda de subsidiárias e de
participações não estratégicas. Quem chama isso de “entreguismo” parou
na década de 1950, esqueceu ou não aprendeu aritmética.
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