Pedro do Coutto
O fato predominante no episódio que surgiu do novo depoimento de Joesley Batista à Polícia Federal foi o encontro que Michel Temer não nega e que provocou nova avalanche de impactos no quadro político do país.
Esperamos para esta segunda-feira a abertura do processo judicial que o presidente da República prometeu iniciar contra Joesley e o rumo que daí vai surgir no entrechoque violento de versões e opiniões a que a opinião pública assiste com interesse e também com revolta e decepção.
DESCEU OS DEGRAUS – Revolta e decepção por ver um presidente da República descer dos degraus do Planalto para duelar na planície com um empresário beneficiado por uma série de créditos e favores imensos que recebeu a partir de 2005, como o próprio Temer diz, através de créditos do BNDES, entre outras vantagens.
Sabedor de avanços ilegais do dinheiro público, o que se podia esperar do presidente Michel Temer era uma reação oficial contra o empresário que criara uma fonte luminosa de corrupção no país. Ao ponto de se tornar proprietário de frigoríficos, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e outros países.
Porém, ao contrário, o atual governo só firmou posição contrária em relação ao Joesley Batista quando por alvejado por ele em depoimento à Polícia Federal, objeto da entrevista publicada com destaque pela revista Época. Dessa forma a reação presidencial se fez sentir como resultado das pressões e reflexos da opinião pública.
FALA DE FHC – Michel Temer viaja nesta segunda-feira para a Rússia e a Noruega, mas sua ausência do Brasil não funcionará como uma espécie de tranquilizante. A crise, antevista pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, permanecerá e aguardará o retorno do presidente, previsto para o final da semana. Ao contrário, o clima continuará marcado por uma temperatura alta, no início do inverno em nosso país.
Possivelmente informado da nova etapa aberta por Joesley Batista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desembarcou da viagem que os tucanos desejavam fazer na escala, mais uma, de participação no governo. Afinal de contas, o PSDB ocupa quatro ministérios na Esplanada atingida pela explosão desencadeada pela JBS. A ideia original era a de adiar a saída, esse adiamento durou apenas uma semana, pois agora a realidade passou a ser outra.
QUESTÃO ESSENCIAL – Desembarcar ou não desembarcar é a questão essencial do PSDB. Antecipar as eleições de 2018 tornou-se, como FHC deseja, uma solução de curto prazo. Essa antecipação pode não incluir os mandatos parlamentares e dos atuais governadores. Ficaria restrita a presidência e vice-presidência da República.
A tempestade atinge apenas o governo que não se encontrou desde a reeleição de Dilma Rousseff e de MIchel Temer. Michel Temer assumiu, mas não conseguiu sair-se bem das armadilhas que o poder deixa no caminho de quem o ocupa.
extraídadetribunadainternet
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