Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Brasil perdeu o sentido de disciplina social, afirma o comandante do Exército

João Amaury Belém

Ao receber o título de Doutor Honoris Causa do Instituto Brasiliense de Direito Público, que lhe foi entregue pelo ministro Gilmar Mendes no último dia 20, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, pronunciou um duro discurso, em que questionou se o Brasil pode suportar a situação atual, em que há cerca de 60 mil homicídios por ano, 20 mil pessoas são consideradas desaparecidas e o país está em segundo lugar no ranking do tráfico de drogas.
No pronunciamento, o general não registrou que vivemos num país aparelhado por uma classe política desclassificada, malfeitora, assaltante dos cofres públicos. O fato é que necessitamos reformar o Estado brasileiro, falido ética e moralmente. Com a desfaçatez dessa corja política espoliadora da nação brasileira, a única proposta que deve andar no Congresso é a que majora as verbas para custear as eleições – os parlamentares brasileiros, atolados até o pescoço na lama da corrupção, querem R$ 3,5 bilhões para custeio das campanhas eleitorais, o que, induvidosamente, acarretará elevação do gasto público em momento tão conturbado da vida desse pobre país, que está paralisado há 3 anos (dois anos com a disléxica Dilma Rousseff e um ano com o mordomo do palácio do Conde Drácula, o tal do Michel Temer).
Em meio a essa situação, o comandante do Exército aparece sendo homenageado pelo ministro Gilmar Mendes, no Instituto Brasiliense de Direito Público, e afirma que é um absurdo o povo brasileiro requerer o socorro das Forças Armadas. Será que o general Eduardo Villas Bôas acredita realmente que nós temos saída com essa corja espoliadora e desclassificada que controla o Congresso? Confira abaixo o discurso dele ao ser homenageado por Gilmar Mendes.
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COMANDANTE DO EXÉRCITO AFASTA INTERVENÇÃO
Na qualidade de Comandante do Exército Brasileiro, expresso meus sinceros agradecimentos, pelo recebimento do honroso Título de Doutor Honoris Causa do Instituto Brasiliense de Direito Público.
Escolheu-se um velho soldado para representar muitos. Entendo que esta homenagem é, na verdade, um merecido reconhecimento aos mais de duzentos mil homens e mulheres do Exército que, juntamente com os companheiros da Marinha e da Força Aérea, nos últimos anos, arriscaram suas vidas cumprindo missões de Garantia da Lei e da Ordem em todo o território nacional; além de ficarem em condições, por vocação e juramento, de sacrificarem a própria vida, se preciso for, em prol do nosso País.
Saúdo os organizadores deste evento pela sensibilidade na escolha do tema deste prestigiado seminário “A segurança pública e a política carcerária”, colocando luzes às sombras no que a sociedade, anestesiada, não expressa como anseio prioritário e, tampouco, é tratado pelas autoridades com a requerida urgência.
Vivemos momentos delicados em nosso país, onde nossas instituições estão sendo submetidas a uma verdadeira catarse. Vivemos uma crise de valores, de ética, mas, afortunadamente, a nossa sociedade ainda é guardada pela argamassa da Constituição que, bem ou mal, nos conduzirá a um futuro que espero promissor. Como já disse, não há atalho fora do texto constitucional.
Nossa carta magna foi pródiga em fortalecer os direitos e garantias individuais. Privilegiou a liberdade como princípio basilar e a democracia como o regime que, pela expressão popular do voto, garante a manutenção dessa liberdade.
O tema de hoje, que merece profunda reflexão, não trata sobre o valor intrínseco da liberdade. Versa, isto sim, sobre a qualidade da liberdade que queremos usufruir.
Refletir é preciso. Podemos conviver com essas ameaças ao nosso futuro? Podemos abdicar da nossa liberdade com os mais de sessenta mil assassinatos anuais injustificados, com os mais de vinte mil desaparecidos ou com a segunda posição no ranking de consumo de drogas? Queremos referendar a perda do princípio da autoridade, admitindo casos de agressões a professores, entes sagrados em outras culturas, ou de desrespeito a agentes públicos?
A verdade é que perdemos o sentido de disciplina social. Há excessos de compreensão com direitos e enorme incompreensão com deveres. Há também excesso de diagnóstico e pouca ação efetiva e prática. Sem sinergia e integração de várias instituições fica difícil estabelecer metas e prioridades.
É necessário que o país tenha objetivos de curto, médio e longo prazo para a área de segurança.
Aproveito a oportunidade para homenagear especialmente os policiais, algumas vezes desprestigiados, mas verdadeiros heróis do dia a dia, que sabem a hora de despedir-se de seus entes queridos ao sair de seus lares, mas, por profissão de fé, desafiam suas emoções por não saberem se ali retornarão.
Senhoras e senhores, eu vos afirmo que há em todas essas dúvidas uma única certeza. Que nossas escolhas vão definir o futuro que queremos. E somente nós, unidos, poderemos comprar o direito de se viver em uma sociedade livre e justa. Isso não é um sonho. É simplesmente o anseio de um povo abençoado pela própria natureza!!

BRASIL ACIMA DE TUDO!!!





























extraídadetribunadainternet

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