MIRANDA SÁ
Não preciso nem dizer/ Tudo isso que eu lhe digo/ Mas é muito bom saber/ Que você é meu amigo” (Roberto e Erasmo)
Amigo
é o nome que se dá a alguém com quem se mantém uma relação com
reciprocidade de confiança e respeito. A amizade tem por base a
solidariedade em qualquer ocasião, como no voto do casamento, cumprindo
fidelidade “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e
na pobreza”…
O
amigo não tem status temporal, como reconhece o poeta Vinicius de
Moraes: “A gente não faz amigos, reconhece-os”. Também não exige
equivalência nas ideias e aspirações.
Às
vezes é até no desacordo de gostos e vontades que a amizade se
fortalece. E é aí que me sinto ligado aos mais de 30 mil seguidores, com
quem muitas vezes divirjo e polemizo com lealdade e respeito.
Dedico-lhes este texto.
Do
outro lado do apreço e da estima, a gíria brasileira registra duas
expressões “amigo urso” e “amigo da onça” referindo-se a quem se faz de
amigo e na realidade é alguém que trai as amizades, hipócrita e infiel.
Aparece também, no Dicionário de Gíria de J.B. Serra e Gurgel como
”trapalhão” e “inoportuno”.
Parece-me
que o “amigo urso” é mais antigo, mas menos popular do que o “amigo da
onça”, que foi criado por Péricles, chargista que manteve uma página na
famosa revista “O Cruzeiro” de 1940 até a morte do autor em 1961.
O
amigo da onça aparecia inusitadamente em cena colocando o interlocutor
em situação embaraçosa diante dos colegas. Por isso chamar alguém de
amigo da onça é uma ofensa.
A
cena política brasileira – nessa fase difícil que o Brasil atravessa –
mostra-nos mais exemplos de amigos da onça do que relações autênticas
entre os políticos. Temos um exemplo pronto e acabado de traição entre
os “amigos” de Lula da Silva e dele próprio.
Os
parceiros de Lula que usufruíram e se beneficiaram com as falcatruas
por ele proporcionadas no exercício de 14 anos de poder, hierarcas do PT
e empreiteiros, abandonaram-no, denunciando-o nas delações
privilegiadas perante o Ministério Público. Lula, por sua vez, descarta
qualquer um que lhe comprometa, mentindo e difamando.
Tornou-se
corrente no mar de lama da corrupção e na consequente onda de delações,
o desprezo pelo socorro tão comum entre bandidos. A chamada classe
política e, principalmente a prática do lulopetismo não tratam com a
mesma ética da criminalidade comum… Bandido político é indecoroso.
Este
quadro coloca o nosso País na situação vergonhosa de ver a deterioração
da Democracia e da própria República. As negociatas praticadas mancham o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário. É inegável que a crise
brasileira é institucionalizada pela substituição de estadistas e
líderes por criminosos da pior espécie.
As
múltiplas delações mostram uma mancha indelével no mapa do Brasil.
Salva-se, para estimular a esperança que temos de nos livrar deste mal
outro tipo de “amigo”, além do “amigo urso” e do “amigo da onça”. Está
na expressão militar de “fogo amigo” referindo-se a projéteis disparados
ou bombas lançadas por engano sobre tropas aliadas.
O fogo
amigo do TSE quis salvar Temer e acertou na Justiça, perdoando a
organização criminosa do PT e seus satélites, e dos agentes de outros
partidos vinculados com empreiteiros, lobistas e doleiros. A varredura
posterior será a ação de faxina do Ministério Público, Polícia Federal e
do juiz Sérgio Moro, que levarão fatalmente todos os corruptos para a
prisão. Sob aplauso da opinião pública
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA
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