por Ivanildo Terceiro
Emigrar
definitivamente não é uma decisão fácil. Geralmente envolve deixar para
trás emprego, costumes, hábitos e a língua. Sua comunidade ficará para
trás e tudo que você terá serão estrangeiros. Se as coisas derem errado,
bem, existem alguns milhares de quilômetros separando você do seu lar.
Esse primeiro filtro explica por que, nos Estados Unidos, quase 40% das novas empresas abertas têm ao menos um imigrante como sócio. O mensageiro mais popular do mundo tem entre seus fundadores um imigrante ucraniano. Sergey Brin,
co-fundador da Google, chegou aos Estados Unidos como um refugiado que
fugia da União Soviética. Empreendedores precisam arriscar e inovar,
algo que imigrantes fazem desde que saíram do seu país natal.
Se
você quer mudar de vida ou simplesmente tem espírito aventureiro,
abaixo vão oito países onde você definitivamente deveria considerar se
tornar um imigrante e como fazê-lo:
1. Estados Unidos

Não faz
muito tempo, desembarcar na Ilha Ellis, próxima a Nova York, foi o
alento de milhões de pessoas. Sede do serviço migratório do governo dos
Estados Unidos, a ilha viu 12
milhões de pessoas passarem por lá em busca de documentos. Estima-se
que quase quatro em cada dez americanos pode traçar suas origens de
volta para aquele pequeno pedaço de terra. No caminho para Nova York, os
imigrantes que olhassem para os pés da Estátua da Liberdade eram
brindados com palavras que pareciam ditar como seria sua nova vida:
Dêem-me seus cansados, seus pobres.Suas massas em desordem, ansiando por respirar livres.Os infelizes rejeitados de suas costas cheias.Mandem-me esses, os desabrigados, os tangidos pela tempestade.Eu ergui minha lâmpada ao lado da porta de ouro
Até hoje,
mesmo com o sem fim de controles, barreiras e muros, os Estados Unidos
permanece como o país com mais imigrantes no mundo, abrigando uma
em cada cinco pessoas que moram em linhas imaginárias diferentes das
que nasceram. A ainda existente liberdade econômica dos EUA o tornou um
porto seguro para milhões de pessoas que ansiavam crescer na vida.
Empregadas domésticas que saíram do Brasil e exercem a mesma atividade nos EUA conseguem ter um padrão de vida sem paralelo com o que é possível no Brasil. Refugiados somalis vivem melhor
nos Estados Unidos – inclusive sendo integrados ativamente às suas
comunidades e trabalhando – do que na Suécia. De fato, os suecos vivem melhor nos EUA do que em sua terra natal – tendo uma renda per capita 20 mil dólares maior.
Desembarcar
na Ilha Ellis não garante mais um futuro legal nos Estados Unidos.
Imigrar definitivamente e com documentos para o país não é tão fácil
quanto foi na maior parte do passado americano.
Hoje, o
meio mais fácil de morar no país é “comprando” um visto de residência
permanente. Não contrariando a legislação, mas realizando a transação
diretamente com o governo americano. O programa EB-5 permite a qualquer um que investir 500 mil dólares e gerar dez empregos nos EUA requerer um green card para si, sua esposa e filhos abaixo de 21 anos.
Você também pode achar uma empresa disposta a patrocinar seu visto de trabalho. O visto L-1 é destinado a trabalhadores de multinacionais que precisam ser transferidos para os EUA. Já o H1-B permite
a empresas americanas o contrato de futuros imigrantes. Nesse caso, o
processo de obtenção do visto exige que a companhia requisitante o tenha
contratado enquanto você ainda está no Brasil. Em ambos os casos, após
as concessões dos vistos, as contratantes podem aplicar tentar obter um green card para os seus funcionários.
Um caminho mais tortuoso é conseguir um visto de estudante e atender a alguma matéria que tenha carga horária destinada para Optical Practical Training (OPT),
uma espécie de estágio. Nos 90 dias de OPT, você pode tentar convencer a
empresa por qual foi contratado a lhe contratar permanentemente e
buscar um visto H1-B.
Você também pode casar com alguém ou obter o visto destinado a pessoas com habilidades extraordinárias.
2. Canadá

Graças ao seu premier popstar Justin Trudeau, o Canadá voltou a chamar a atenção do mundo.
Apesar de
ser pacato e rico, poucos brasileiros elegem o Canadá como sua primeira
opção para imigrar. Um inverno que traz temperaturas de -25 ºC não torna
o local muito atrativo para cidadãos que moram em um país com boa parte
do seu território mantenedor apenas das estações “quente” e “muito
quente”.
Quem estiver disposto a superar esta barreira poderá morar no 6º lugar mais livre do mundo e provavelmente terá sua casa a apenas algumas horas do território americano. 75% dos 33 milhões de canadenses moram próximos à fronteira com os Estados Unidos.
Se você
quer se tornar um destes felizardos, o meio mais fácil é se qualificar e
arranjar um emprego no Brasil. Com pouca população e em meio a um
processo de inversão demográfica, o país de Robin Scherbatsky aceita imigrantes com frequência, desde que eles sejam refugiados ou qualificados.
A vantagem é que você pode fazer todo o processo via internet e sem muita burocracia. O sistema Express Entry permite
que você solicite um visto de residência permanente no país criando um
perfil em seu site. Ao fazê-lo, suas informações pessoais contarão
pontos e, mais tarde, a pontuação será utilizada pelo Governo do Canadá
para definir quem receberá um convite formal para imigrar.
Quanto
mais qualificado você for, melhor. Certificações de proficiência em
inglês, graduações e pós-graduações (se feitas no Canadá elas valem
mais), experiência profissional de um ano na mesma atividade. Até mesmo
as informações sobre o seu cônjuge podem te ajudar.
Ter uma
oferta de emprego também contará pontos e o Express Entry o ajuda nesse
aspecto. Uma vez feito seu perfil no site, ele é encaminhado para uma
banco de empregos disponível para empregadores de todo o país, e você
pode fazer seu marketing lá para garantir uma vaga.
3. Austrália

Se você
não curte muito a ideia de enfrentar o inverno canadense, a Austrália
definitivamente deveria ser sua opção. Quente, ensolarada, de dimensões
continentais, uma rica cultura formada em um caldeirão de origens e uma
fauna um tanto quanto exótica fazem muitos brasileiros se referirem à terra dos cangurus como “o Brasil que deu certo”.
Há 25 anos sem enfrentar uma recessão, o país está há anos no topo dos índices que medem a liberdade econômica e
a facilidade de fazer negócios. Muito disso foi conquistado ainda na
década de 80, nos governos marcados pelas reformas liberalizantes do
líder do Partido Trabalhista Bob Hawke.
Hawke também foi responsável por reformar a previdência do país, introduzindo o
sistema de contas individuais e capitalização. Hoje, cada trabalhador
legal na Austrália é obrigado a depositar 9% do salário em uma conta
associada a fundos de investimento. Este dinheiro só pode ser resgatado
aos 65 anos ou se você sair definitivamente do país. Tal sistema fez com
que a previdência por lá não fosse um problema, mas um dos fatores a
contribuir com o crescimento do país, dado que o que é poupado é
emprestado para investimentos e rende juros para os trabalhadores.
Não é um problema ser um imigrante na Austrália. Um em cada três residentes no país não nasceu lá.
Imigrar para a ex-colônia britânica pode ser bem fácil se a sua profissão estiver na lista de profissionais em falta do país. Após sua experiência profissional ser reconhecida, a residência não é tão difícil.
Você também pode conseguir um emprego e fazer sua contratante requerer um “visto patrocinado”. Casar com algum cidadão australiano também lhe garantirá um visto de residência permamente.
4. Nova Zelândia

Um dos três países mais livres do mundo, a Nova Zelândia é conhecida por seu baixíssimo índice de corrupção, sua facilidade de fazer negócios, belas paisagens, e por ser o local onde os novos filmes de O Senhor do Anéis foram gravados.
Assim como a Austrália, o país abriu sua economia e rumou ao liberalismo no meio dos anos 80 no governo do líder trabalhista Roger Douglas.
Um em cada quatro moradores
da Nova Zelândia vive a não mais que dez quilômetros da costa do país,
então, morar na Terra Média provavelmente significa ter que morar na
praia.
Assim como
na terra dos cangurus, na terra dos Kiwis existe uma demanda constante
por profissionais qualificados. Trabalhar em uma das profissões em falta
divulgadas pelo governo neozelandês é um dos meios mais fáceis de conseguir um visto de residência permanente. Você também pode tentar um visto de trabalho integral – é necessário uma oferta de emprego prévia, e após dois anos com ele o seu portador se torna elegível à residência.
Ricos têm sua entrada facilitada na Nova Zelândia. O visto Investor 1
permite àqueles que estiverem dispostos a investir 10 milhões de
dólares neozelandeses em um período de três anos fixarem residência no
país. O Investor 2 exige
1,5 milhão de dólares da Nova Zelândia em investimentos e provas que
você tem 1 milhão de dólares neozelandeses para se fixar no país; são
emitidos apenas 300 vistos deste tipo por ano.
5. Ilhas Maurício

Maurício
parece ser uma ilha no continente africano em todos os sentidos. Sua
população não passa fome, seu governo não é marcado por corrupção,
guerras, e nem a supressão de opositores, contando com eleições
democráticas e regulares. O país tem um IDH elevado e um PIB per capita 25% maior que o do Brasil.
Há anos Maurício figura como um dos países mais livres do mundo nos índices de liberdade econômica e tem um avançado sistema
financeiro. Se você sempre quis mudar para algum lugar da África e não
sabia para onde ir, o arquipélago pode ser um bom ponto de partida, lhe
trazendo mais conforto, riqueza e segurança que você encontraria no
Brasil.
Ter um visto para residir no país é relativamente fácil, desde que você tenha dinheiro ou contatos.
Comprando 500 mil dólares americanos em imóveis e terras no país, você se torna elegível para participar do Integrated Resort Scheme e
conseguir um visto de residência permanente. Pessoas que estão se
aposentando e conseguirem comprovar uma renda de maior que US$ 40 mil
também podem solicitar um visto.
Se você
quiser chegar lá para trabalhar, será necessário já ter um emprego com
um salário acima de 30 mil rúpias maurícias/mês (aproximadamente 900
dólares), o que lhe garantirá um visto de trabalho. Após três anos nessa
condição, você poderá requerer o visto de residência permanente.
6. Hong Kong

Queridinha
do economista liberal Milton Friedman, que a considerava uma das poucas
unidades administrativas do mundo a se aproximar do laissez-faire,
Hong Kong é conhecida por liderar continuamente os índices de liberdade
econômica e por sua situação especial em relação à China.
Até pouco tempo uma colônia do Reino Unido, hoje o povo hong-konguês desfruta de um PIB per capita 15 mil dólares maior
que o dos súditos da rainha. Dentre suas particularidades, a ilha tem
um dos únicos sistemas de metrô do mundo que dá lucro e é privado.
Operando em um país incrivelmente denso, com impressionantes 400 mil pessoas por km², a MTR não lucra apenas com as passagens, mas também constrói shoppings, hotéis prédios, e aluga espaços publicitários nos perímetros das estações.
A ampla liberdade econômica do país o permitiu ter histórias como as de Li Ka-shing. Homem mais rico da ilha, Li nasceu na China e chegou a trabalhar 16 horas por dia antes de comprar sua primeira propriedade.
Hong Kong oferece vistos de permanência para aqueles que vão ser contratados por uma empresa instalada na ilha. Sem oferta de trabalho, é possível se inscrever no programa imigrante qualificado,
que guarda semelhanças com o sistema canadense, tendo um sistema de
pontos, provas e um convite para requerimento do visto. A obtenção de
vistos através de investimentos foi suspensa há dois anos.
7. Singapura

Se Hong
Kong é o líder incontestável nos índices de liberdade econômica, ninguém
consegue roubar o segundo lugar de Singapura. País com mais milionários do
mundo, a antiga ilha de pescadores se tornou um dos mais importantes
centros financeiros do planeta sob os auspícios autoritários do seu
líder Lee Kuan Yew.
Até hoje a ilha guarda resquícios da sua autoridade, colocando na cadeia quem contrabandeia chicletes
e cigarros para dentro do país. Viver em Singapura pode significar ter
que abrir mão de muitas liberdades individuais em nome da riqueza, uma
dicotomia superada por outras nações.
Se você já tem muito dinheiro, morar em Singapura é muito fácil. Basta investir 2,5 milhões de dólares em negócios na ilha e comprovar o quão bem-sucedido você é. Outra opção é arranjar
um emprego que pague acima de US$ 2.200/mês antes mesmo de pisar no
país. Mais uma vez, é esperado que você tenha contatos ou dinheiro para
poder morar definitivamente no país.
8. Chile

Estima-se que daqui a três anos, no meio das Olimpíadas de Tóquio, o Chile possa declarar oficialmente que é um país desenvolvido. Longe de ser uma virada espetacular em sua história, o lar da simpática alpaca vem seguindo o caminho da riqueza há décadas.
As
reformas iniciadas pelos Chicago Boys que trabalharam dentro do governo
Pinochet não foram desfeitas pelos governos de esquerda subsequentes.
Nem o sistema de aposentadoria capitalizado – que faz o país quase não
ter dívida pública e é uma das bases do seu crescimento, através da
poupança dos que desejam parar de trabalhar um dia – sofreu mudanças.
O país tem a melhor educação da América Latina, tanto no nível básico quanto no superior, sua expectativa de vida passa dos 80 anos, conta com um ótimo ambiente de negócios e seus vinhos são reconhecidos mundialmente.
De todos
os países citados, o Chile é o único em que seu caminho será mais fácil
por ser brasileiro. Graças ao Mercosul, brasileiros podem passar obter o Visto Mercosul, que
permite aos seus portadores passar um ano no país, renovável por outro,
sem estudar ou trabalhar. Este tempo pode ser útil para você conseguir
um emprego e receber o Visto de Trabalho. Após dois anos com ele, você poderá requerer a residência permanente.
O visto de estudante também
pode ser utilizado como meio para a residência permanente. Bastando
ficar ao menos dois anos no país e obter um diploma em alguma
instituição chilena.
extraídadespotniks.com





0 comments:
Postar um comentário