Contas Abertas
A paralisação de policiais militares no Espírito Santo, por meio do movimento de mulheres que
bloqueiam os portões de entrada dos quartéis, acontece por melhorias na remuneração do efetivo.
A remuneração inicial dos militares do Espírito Santo na categoria de soldado a subtenente é de
R$ 2.646,12, podendo chegar a R$ 7.108,48. Apesar das reclamações de ser o pior salário-base
do Brasil - fato contestado pelo governador - os alto comandantes da Polícia Militar do Estado
estão em melhor situação, até mesmo do que o governador.
Conforme levantamento da Contas Abertas em sites de transparências capixabas, o comandante
geral da PM-ES, coronel Nylton Rodrigues Filho, que foi nomeado há poucos dias, recebeu
remuneração bruta de R$ 26,8 mil em janeiro de 2017, quando ainda não ocupava o cargo de
comandante. Já o recebimento bruto do governador do Estado, Paulo César Hartung Gomes,
no primeiro mês deste exercício foi de R$ 19,4 mil.
Mesmo com os descontos (imposto de renda, abate teto, férias, etc.), as remunerações líquidas
ainda impressionam. O comandante geral, por exemplo, teve descontos que chegaram a
R$ 10,5 mil em janeiro. Dessa forma, a remuneração final do servidor ficou em R$ 16,3 mil.
O governador teve descontos de R$ 4,9 mil (imposto de renda e INSS). Dessa forma, restou-lhe
R$ 14,5 mil.
Além do comandante geral, as diretorias e os comandos regionais da Polícia Militar capixaba também
possuem remunerações elevadas. Em janeiro, a remuneração líquida do Diretor de Comunicação
Social, Tenente Coronel Marcele Gonçalves de Assis, atingiu R$ 32,1 mil. A remuneração bruta foi
de R$ 42,3 mil. Na lista de benefícios do primeiro mês do ano estão uma parcela do décimo terceiro
salário, adiantamento líquido de abono férias e gratificação por chefia militar, por exemplo.
Enquanto isso, de acordo com o cabo Thiago Bicalho, do 7º Batalhão da Polícia Militar do Espírito
Santo e diretor Social e de Relações Públicas da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar
e Bombeiro Militar, o salário-base de um PM no Espírito Santo é de R$ 2.643. "O pior do Brasil",
segundo ele. Bicalho ressalta que os PMs não recebem nenhum tipo de benefício, como
vale-alimentação.
Entre as reivindicações que teriam sido apresentadas pelos familiares em nome dos policiais, estaria
um reajuste de 43%, acumulado referente aos sete anos em que não houve aumento, e um
auxílio-alimentação de R$ 176.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (SESP) contestou as informações
passadas pela associação. Segundo a pasta, o governo do Espírito Santo concedeu um reajuste de
38,85% nos últimos 7 anos a todos os militares e a folha de pagamento da corporação teve um
acréscimo de 46% nos últimos 5 anos.
Ainda de acordo com a SESP, a remuneração inicial dos militares da categoria de soldado a
subtenente é de R$ 2.646,12, podendo chegar a R$7.108,48. No caso da categoria de aspirante
a coronel, o salário inicial é de R$5.545,78, chegando a até R$18.197,24.
Desde sábado (4), grupos formados por familiares dos militares impedem a saída dos carros de
polícia dos batalhões da corporação. O protesto resultou em caos na segurança pública, com 200
roubos de veículo em um dia (a média do Estado é de 20 casos diários) e 75 mortes registradas
nos últimos dias - a estimativa é da associação de policiais, e o governo não confirma nem
desmente os números.
extraídaderota2014blogspot
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