Julia Affonso, Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Mateus Coutinho - O Estado de São Paulo
Laudo
da Polícia Federal aponta que cozinha gourmet instalada no imóvel, cujo
verdadeiro dono seria o ex-presidente Lula, custou R$ 252 mil e foi
coordenada por arquiteto da OAS
Laudo da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, aponta que o empresário
Fernando Bittar, que afirma ser o proprietário de sítio em Atibaia (SP)
não tem rendimentos suficientes para bancar a compra e a reforma do
imóvel. O Santa Bárbara é o ponto central da investigação contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os investigadores atribuem ao
petista a propriedade do sítio. A defesa de Lula nega.
O documento da PF, subscrito pelos peritos criminais federais João José
de Castro B. Vallim e Ior Canesso Juraszek, contesta a versão da defesa
de Lula, que alega apenas ter usufruído do sítio.
“Ainda que necessária a realização de exames periciais contábeis
específicos para apurar evolução patrimonial de Fernando Bittar,
montante de aproximadamente RS 1,7 milhão, dispendidos na compra e
ampliação do sítio entre os anos de 2010 e 2011, apresenta-se
discordante frente aos rendimentos, bens e direitos declarados no seu
imposto de renda”, aponta o laudo.
As reformas foram bancadas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, segundo o
laudo. As duas empresas são investigadas por formação de cartel na
Petrobrás entre 2004 e 2014.
Exames periciais, afirma o documento, constataram ‘que as primeiras
reformas do sítio contaram com a participação do engenheiro Frederico
Horta, funcionário da Odebrecht’.
“Após concluída a primeira fase das reformas, ainda no ano de
2011, algumas outras intervenções foram realizadas no Sítio ao longo dos
anos seguintes. A que mais se destaca pelo valor imobilizado foi a
instalação da cozinha gourmet, pelo valor estimado de R$ 252 mil cuja
execução foi coordenada por arquiteto da empreiteira OAS, Sr.
Paulo Gordilho, com conhecimento do presidente da OAS, Léo Pinheiro, e
com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa, conforme identificado
nas comunicações do arquiteto da empreiteira e de Fernando Bittar”,
informa o documento.
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