MIRANDA SÁ
O
irreverente jornalista e escritor ítalo-argentino Pitigrilli acertou
comigo; adotei profissionalmente há uns 50 anos o sobrenome do meu pai e
após longo espaço de tempo até eu m’esqueço meu prenome… Orgulho-me
desta “tatuagem”.
A
palavra tatuagem vem da Polinésia, ‘tatou’ ou ‘tu tahou’, que quer
dizer desenho. Foi o almirante Cook, explorador das ilhas do Pacífico,
que trouxe para o Ocidente o termo, que escrevia “tattoo”, fixando-o na
língua inglesa e daí se espalhou pelo mundo.
Trata-se
da dermopigmentação (“dermo” = pele; e “pigmentação”, ato de pigmentar
ou colorir desenhos feitos por agulhas na pele. Até pouco tempo os
pigmentos eram irreversíveis; agora o laser resolveu o problema…
O
registro mais antigo de tatuagem foi encontrado no “Homem do Gelo”,
corpo mumificado com cerca de 5.300 anos descoberto em 1991, nos Alpes.
Múmias egípcias do sexo feminino, como a da rainha Amunet, que teria
vivido entre 2160 e 1994 a.C. apresenta indícios de tatuagem na região
abdominal; pesquisadores crêem que poderia ter relação com cultos à
fertilidade.
Hoje
as tatuagens estão espalhadas por todo planeta como distintivo
honorífico, símbolo de grupo organizado, afirmação de amor, sinais de
desprezo e de ódio e com fundo religioso. No Brasil, sofremos por muito
tempo resistência ao seu uso, graças ao escritor e folclorista João do
Rio, que imprimiu um caráter desabonador à tatuagem associando-a a
prostitutas, cafetãos e ladrões.
Quando
estudante de Direito ganhei um registro sobre criminalidade que trazia
desenhos usados por presos, perdi-o e não me lembro o autor. Felizmente
acabou este preconceito entre nós e a utilização da tatuagem entre os
jovens se multiplicou com função estética.
Nos
tempos de invulgar inspiração, o compositor Chico Buarque produziu uma
canção, “Tatuagem” com os lindos versos “Quero ser a cicatriz/ Risonha e
corrosiva/ Marcada a frio/ Ferro e fogo/ Em carne viva/ Corações de
mãe, arpões/ Sereias e serpentes/ Que te rabiscam/ O corpo todo/ Mas não
sentes.”
Os
bandidos nazistas marcaram os prisioneiros nos campos de concentração
pela origem geográfica ou racial, pelo status social ou escolaridade,
gravando ciganos, eslavos, homossexuais, judeus e polacos. Usaram
números para condenações à morte. Na Venezuela estão tatuando as pessoas
para estabelecer cotas de alimentos e remédios.
Essa
prática, felizmente, ainda não chegou ao Brasil. Os assaltantes dos
cofres públicos, os cínicos, ladrões e mentirosos não são estigmatizados
com um “C”, um “L” e um “M”. E ainda dissimulam a fisionomia com
maquiagem, cirurgia plástica e até pelo marketing. Vêem-se caras de anjo
pagas com o dinheiro das propinas. Lula usa botox para disfarçar os
sinais de alcoolismo. A máscara, porém, vale como um “L” na testa…
Constata-se
que a corrupção e o amoralismo dos hierarcas do PT trazem uma marca
indelével, irreversível e irremovível, a patologia criminosa do
lulo-petismo.
Os
corruptos ignoram, mas têm uma tatuagem invisível, por que a expressão
do delinquente é uma marca não impressa. O maior exemplo é o falso herói
José Dirceu, cujo olhar o denuncia. Mas temos também os que fazem
questão de ter o corpo marcado.
A
militância de carteirinha do PT rabisca o corpo com signos
indecifráveis, estrelas ou imagens de bandidos santificados pela
necessidade primitiva de endeusar alguém.
Como
gado humano, os socialistas bolivarianos exibem o bico de pena de Che
Guevara no braço, nas costas, ou no peito; e os que pregam o fuzilamento
das classes médias contrárias ao desastrado governo Dilma, usam
provavelmente a Caveira, o símbolo de ameaça de morte ao inimigo…
EXTRAÍDADATRIBUNADAIMPRENSA





0 comments:
Postar um comentário