por Valdo Cruz Folha de São Paulo
Nove meses depois de tomar posse, Dilma recomeça nesta semana seu
governo. Não diria que do zero, porque ela entrou foi no vermelho neste
período, de muitas perdas e pouquíssimos ganhos.
Criticada pelo oposição por ceder os anéis para não perder os dedos,
Dilma não fez nada de novo. Repetiu o que tucanos já fizeram. Abriu mão
de parte do poder para não perder poder. No caso dela, todo.
A diferença é que, como de costume, ela demorou muito a mudar. O que
encareceu o preço do apoio, tornando-a tudo que não queria: mais
dependente de Lula e do PMDB.
A novidade deste recomeço está na própria Dilma. Ela assumiu
pessoalmente as negociações para recompor sua equipe ministerial. Fez os
contatos diretos, olho no olho.
Em tese, porque nunca se sabe quando se lida com pretensos aliados, isto
torna mais fácil a vida da petista na hora de cobrar lealdade dos
governistas, virtude que anda meio fora de moda na base dilmista.
Enfim, parece, repito, parece que o novo arranjo ministerial deu certo.
Se, na prática, vai funcionar dependerá da disposição da presidente de
seguir atuante na política e entregar, de fato, os anéis prometidos.
O primeiro teste virá depois da posse da nova equipe. Na Saúde, dizem
que o aparelhamento da máquina pelo PT chegou a tal ponto que até a moça
que serve o cafezinho seria filiada ao partido de Lula.
O novo ministro Marcelo Castro (PMDB-PI), com certeza, vai querer
trocá-la por gente sua logo que assumir a cadeira. Até para evitar, como
diz um peemedebista em tom de galhofa, riscos de envenenamento.
Brincadeiras à parte, a piada revela a disposição dos ministros que
chegam de mandarem, de fato, em suas áreas. Algo que, até aqui, a
presidente e o PT não deixavam.
Só que o momento já não permite mais este luxo. Dilma ganhou fôlego, mas
ainda corre riscos e seus aliados sabem que esta é a hora de sugar do
governo tudo o que podem.
extraídaderota2014blogspot





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