AFONSO FARIAS
CORREIO BRAZILIENSE -
Percebe-se que as pessoas estão divididas perante torcer ou não para o Brasil nesta Copa do Mundo de 2014. Isso não é tão verdadeiro assim, pois o volitivo racional representa exatamente esse intento, mas o volitivo emocional nunca abandona o ser e, querendo ou não, as pessoas torcerão pelo selecionado brasileiro de futebol.
Aquém dos aspectos volitivos e considerando as cercanias da razão, este torneio internacional está mostrando um país esfacelado em três quesitos: político, moral e de gestão. Que fique claro que o evento não é a causa, mas o vetor de revelação das inoperâncias tupiniquins.
A questão política aparentemente revela a inoperância dos partidos e seus distanciamentos das demandas do povo. Os partidos políticos estão divididos em grandes interesses corporativos e intenções de manutenção de poder. Perderam significância e os políticos atuais não são bem vistos, uma vez que a quantidade de cassações de mandatos, prisões e envolvimento em falcatruas e desvios é gritante. É importante entender que o mundo clama por novo modelo de governança, uma vez que o povo se sente informado (pela revolução da internet) e urbanamente empoderado, pois consegue atrapalhar (e até mesmo parar) o funcionamento de cidades para reivindicar seus direitos.
Sobre a dimensão moral, parece que a relativização do conceito impera. É comum observar que os fins justificam os meios. Os próprios políticos desrespeitam as leis e as instituições, mas paradoxalmente querem que o povo não faça isso. Esqueceram-se da regra sagrada do exemplo e da regra de ouro: não faça com o outro aquilo que não gostaria que fosse feito contigo.
Olvidaram as amarras que garantem harmonia ao convívio social. Banalizaram as necessidades e aspirações do povo e passaram a viver em castelos de ideologias, onde se perderam e atrofiaram como dirigentes e líderes do povo. Destilam teorias impraticáveis e inconcebíveis para a atualidade e, principalmente, para a condição humana. Há uma total miopia governamental. Afloram procedimentos erráticos, casuísticos e irresponsáveis. Estão construindo hiatos, fossas e separações com políticas públicas segmentadas.
No que tange à gestão, não há planejamento, organização, execução e controle. Tudo pode em nome dos fins. Sabe-se que os estudos voltados à tarefa, à estrutura, às pessoas, à tecnologia e ao ambiente são de responsabilidade da gestão. O amalgamamento, a integração e o funcionamento ajustado desses fatores é que tornam o processo decisório exequível. Para responder a contento, faz-se necessário operar o processo administrativo de forma sinérgica e daí retirar a tão desejada eficiência e eficácia.
Nenhuma nação conseguiu atingir desenvolvimento real sem decisões políticas conscientes, coerentes e continuadas, assim como sem sinergia na gestão. Países como Finlândia, Cingapura e Coreia definiram politicamente seus horizontes socioeconômicos, educacionais e de desenvolvimento, bem como planejaram, executaram e controlaram suas ações estratégicas para o atingimento desses objetivos.
Mostraram ao mundo o que já era sabido: decisões políticas responsáveis, gestão governamental eficaz e atendimento das demandas sociais básicas elevam a qualidade de vida da população, melhoram os indicadores de desenvolvimento do país, promovem a autoestima de governados e governantes e consolidam as engrenagens do círculo virtuoso em andamento. O resultado disso tudo é um aprimorado e constante alinhamento entre o que o povo quer e o que o governo faz.
No Brasil, o tempo vai passando e o governo vai perdendo aliados potentes. Pessoas que antes sonhavam com a transformação do Brasil perceberam o engodo fático em que foram envolvidas. Há um discurso do bem, mas as ações estão longe disso. No fim, as atitudes falam sempre mais alto. Elas são realmente as respostas mais importantes e pelas quais os governos devem se orientar: fazer o que deve ser feito, em tempo e local planejado, mas atendendo ao povo em suas demandas (necessidades, interesses e aspirações reais).
O distanciamento continuado entre governo e sociedade está levando à anomia, e as consequências desta são: frequentes episódios de vandalismo, ausência de segurança, desrespeito generalizado e forte incremento nos indicadores de criminalidade.
Por fim, procura-se um estadista, um líder que possa devolver o sentido moral da palavra governar, assim como apostar no sentido administrativo do termo desenvolvimento. Mais ainda, fazer o que deve ser realizado para conseguir a harmonia socioeconômica e política desta nação, vilipendiada e enfraquecida pela postura equivocada, ineficiente e embusteira de dirigentes descolados do significado real do servir, do gerir e do saber.
Percebe-se que as pessoas estão divididas perante torcer ou não para o Brasil nesta Copa do Mundo de 2014. Isso não é tão verdadeiro assim, pois o volitivo racional representa exatamente esse intento, mas o volitivo emocional nunca abandona o ser e, querendo ou não, as pessoas torcerão pelo selecionado brasileiro de futebol.
Aquém dos aspectos volitivos e considerando as cercanias da razão, este torneio internacional está mostrando um país esfacelado em três quesitos: político, moral e de gestão. Que fique claro que o evento não é a causa, mas o vetor de revelação das inoperâncias tupiniquins.
A questão política aparentemente revela a inoperância dos partidos e seus distanciamentos das demandas do povo. Os partidos políticos estão divididos em grandes interesses corporativos e intenções de manutenção de poder. Perderam significância e os políticos atuais não são bem vistos, uma vez que a quantidade de cassações de mandatos, prisões e envolvimento em falcatruas e desvios é gritante. É importante entender que o mundo clama por novo modelo de governança, uma vez que o povo se sente informado (pela revolução da internet) e urbanamente empoderado, pois consegue atrapalhar (e até mesmo parar) o funcionamento de cidades para reivindicar seus direitos.
Sobre a dimensão moral, parece que a relativização do conceito impera. É comum observar que os fins justificam os meios. Os próprios políticos desrespeitam as leis e as instituições, mas paradoxalmente querem que o povo não faça isso. Esqueceram-se da regra sagrada do exemplo e da regra de ouro: não faça com o outro aquilo que não gostaria que fosse feito contigo.
Olvidaram as amarras que garantem harmonia ao convívio social. Banalizaram as necessidades e aspirações do povo e passaram a viver em castelos de ideologias, onde se perderam e atrofiaram como dirigentes e líderes do povo. Destilam teorias impraticáveis e inconcebíveis para a atualidade e, principalmente, para a condição humana. Há uma total miopia governamental. Afloram procedimentos erráticos, casuísticos e irresponsáveis. Estão construindo hiatos, fossas e separações com políticas públicas segmentadas.
No que tange à gestão, não há planejamento, organização, execução e controle. Tudo pode em nome dos fins. Sabe-se que os estudos voltados à tarefa, à estrutura, às pessoas, à tecnologia e ao ambiente são de responsabilidade da gestão. O amalgamamento, a integração e o funcionamento ajustado desses fatores é que tornam o processo decisório exequível. Para responder a contento, faz-se necessário operar o processo administrativo de forma sinérgica e daí retirar a tão desejada eficiência e eficácia.
Nenhuma nação conseguiu atingir desenvolvimento real sem decisões políticas conscientes, coerentes e continuadas, assim como sem sinergia na gestão. Países como Finlândia, Cingapura e Coreia definiram politicamente seus horizontes socioeconômicos, educacionais e de desenvolvimento, bem como planejaram, executaram e controlaram suas ações estratégicas para o atingimento desses objetivos.
Mostraram ao mundo o que já era sabido: decisões políticas responsáveis, gestão governamental eficaz e atendimento das demandas sociais básicas elevam a qualidade de vida da população, melhoram os indicadores de desenvolvimento do país, promovem a autoestima de governados e governantes e consolidam as engrenagens do círculo virtuoso em andamento. O resultado disso tudo é um aprimorado e constante alinhamento entre o que o povo quer e o que o governo faz.
No Brasil, o tempo vai passando e o governo vai perdendo aliados potentes. Pessoas que antes sonhavam com a transformação do Brasil perceberam o engodo fático em que foram envolvidas. Há um discurso do bem, mas as ações estão longe disso. No fim, as atitudes falam sempre mais alto. Elas são realmente as respostas mais importantes e pelas quais os governos devem se orientar: fazer o que deve ser feito, em tempo e local planejado, mas atendendo ao povo em suas demandas (necessidades, interesses e aspirações reais).
O distanciamento continuado entre governo e sociedade está levando à anomia, e as consequências desta são: frequentes episódios de vandalismo, ausência de segurança, desrespeito generalizado e forte incremento nos indicadores de criminalidade.
Por fim, procura-se um estadista, um líder que possa devolver o sentido moral da palavra governar, assim como apostar no sentido administrativo do termo desenvolvimento. Mais ainda, fazer o que deve ser realizado para conseguir a harmonia socioeconômica e política desta nação, vilipendiada e enfraquecida pela postura equivocada, ineficiente e embusteira de dirigentes descolados do significado real do servir, do gerir e do saber.
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