Artigo excelente de Heitor de Paola. Oportuno, pontual e que merece ser lido, refletido e, se possível, compartilhe com seus amigos. Estamos passando por um importante momento de definições. É importante que as pessoas possam ter uma noção mais ampla do que está acontecendo..
Ainda há juízes em Brasília?
Com
este título, sem interrogação, recebi comentário de um leitor furibundo
porque chamei o julgamento em curso no STF de circo. O sujeitinho que
se assina como Doutor (fulano), de quem nunca ouvi falar,
demonstrou total desconhecimento da História quando colocou esta frase
na República de Weimar como um episódio envolvendo os nazistas e algum
eventual Juiz.
Na realidade o episódio teria ocorrido no século XVIII entre Frederico II, “o Grande”,
rei da Prússia, e um moleiro que se recusava a ceder seu moinho para o
Rei construir um Castelo e ganhou na Justiça. Passou para a
história como um símbolo da independência possível e desejável da
Justiça.
Mas, tomemos em consideração a ficção inventada pelo tal Doutor e imaginemos tal episódio na Berlim dos anos 30.
1.
Se Hitler estava no poder, já não havia Weimar. Esta faleceu na
fatídica manhã do dia 30 de janeiro de 1933, embora o atestado de óbito
tenha sido assinado em 2 de agosto do ano seguinte, quando assumiu
formalmente o título de Führer com a morte do Presidente
Hindenburg. Ora, antes de assumir, Hitler não tinha nenhum poder, depois
é dubitável que algum Juiz, por mais corajoso que fosse, ousasse
enfrentá-lo e, se algum o fez, não sobreviveu para contar a história.
2. A cena ridícula e estúpida como a ocorrida no primeiro embate entre dois gladiadores, o Gigante Núbio versus
o Leão Eslavo, jamais teriam ocorrido em Weimar ou em qualquer Corte
que respeite a si mesma – caso houvesse em público, na Suprema Corte
americana, acabava o País! – mas aqui alguns até a tomam a sério! My
God, suprema palhaçada para iniciar os Ludi!
3.
A situação do Brasil não pode ser comparada com a de Weimar, alguns
aspectos do nosso Judiciário são muito piores do que lá. Vejamos:
a.
O Poder Judiciário em Weimar, recém saído do jugo imperial, jamais foi
acusado, como aqui de “bandidos embaixo das togas”, isto pela juíza
corregedora, ninguém menos, raro exemplo de integridade neste poder,
conhecido por muitos, há muito tempo, como o mais corrupto do País, o
“câncer da Nação”. Sentenças nada têm a ver com a Lei e a Justiça, mas
antes com o valor econômico que as partes estão dispostas a pagar.
b.
Além da histórica corrupção o condomínio de gangsteres tucano-petistas
que tomou conta do País em 1994 já vinha trabalhando todos os setores do
País, baseando-se em Gramsci e na Escola de Frankfurt há mais de 30
anos preparando a Gleichshaltung que Hitler só começou a promover após tomar
o poder. Em nosso infausto País tucanos e petistas tiveram rara
oportunidade de criar o “direito alternativo” que ora nos rege e nomear todos os “mini-stros” (mini, mesmo!) do STF e das demais “côrtes”.
c.
Se a corregedora tiver razão estamos assistindo a bandidos julgando
bandidos, um julgamento digno do filme 'M', de Fritz Lang, como já
denunciei há quase sete anos em Julgamentos de Düsseldorf, que vou republicar porque não perdeu a atualidade.
Concluindo:
não passa mesmo de um grande circo, onde os votos já estão previamente
definidos e, obviamente, muito bem pagos! Procurem na Suíça, nas
Caymans, em Liechtenstein, ou outros paraísos fiscais! Procurai e
achareis!
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