Alex Pipkin
O Brasil, definitivamente, é o país da piada pronta. Aqui, a realidade frequentemente supera a sátira. Se um roteirista criasse uma história onde bandidos são soltos enquanto cidadãos comuns são perseguidos por expressarem opiniões, seria acusado de exagero ou ficção absurda. No entanto, essa é a nossa realidade. O crime é tratado com tolerância, mas a divergência política é tratada como ameaça à democracia. O cidadão que trabalha, paga impostos e tenta viver honestamente precisa andar com medo, enquanto criminosos – baseados em incentivos funestos – desfilam com a certeza da impunidade. O STF, que deveria garantir o equilíbrio das instituições, age como um poder acima de todos, interpretando a lei conforme seus próprios interesses e visões ideológicas. No fim das contas, o Brasil não precisa de humoristas – a política e a justiça já fazem esse papel com maestria.
Terras vermelho, verde-amarelas, transformaram-se num verdadeiro palco de grandes contradições quando o assunto é justiça e segurança pública. De um lado, criminosos – sejam ladrões, traficantes ou corruptos – circulam livremente, enquanto cidadãos comuns se veem cada vez mais acuados por um aparato estatal seletivo e arbitrário. O consórcio (des)governo e STF, sob o pretexto de proteger direitos humanos, frequentemente impede investigações policiais, dificulta o combate ao crime organizado e mina a autoridade das forças de segurança. No entanto, quando se trata de reprimir manifestações contrárias à linha ideológica dominante, a mesma estrutura estatal se mostra surpreendentemente ágil e implacável.
A seletividade na aplicação da lei é gritante. Pessoas que ousam criticar o governo ou as instituições nas redes sociais são rapidamente classificadas como “antidemocráticas” ou “extremistas”, sujeitas a investigações e punições severas. Enquanto isso, aqueles alinhados ao establishment político e ideológico parecem blindados contra qualquer tipo de responsabilização. O aparato estatal, que se mostra leniente com criminosos reincidentes e grandes esquemas de corrupção, se dedica a vigiar e punir postagens na internet, tratando palavras como se fossem ameaças mais graves do que ações concretas de violência e corrupção.
A peçonhenta perseguição política, disfarçada de defesa da democracia e justiça, escancara o caráter dissimulado de uma justiça que deveria ser cega, mas que claramente escolhe em quem mirar e quem punir severamente.
De fato, vivemos no país da piada pronta. Um lugar onde a lei não vale para todos da mesma forma, onde as decisões do STF notadamente são guiadas mais por interesses próprios e ideológicos do que por um compromisso genuíno com a justiça. Enquanto essa distorção persistir, enquanto a aplicação da lei continuar sendo arbitrária e manipulada conforme as conveniências de quem detém o poder, este país não tem nenhuma chance de dar certo.
Não há como prosperar em um sistema onde a impunidade reina para uns e a repressão seletiva pesa sobre outros. O Brasil continuará sendo refém da criminalidade e do autoritarismo disfarçado de proteção institucional, sem perspectivas reais de mudança.
Grandes humoristas como Chico Anysio, Jô Soares, Agildo Ribeiro e tantos outros que brilhantemente satirizavam os absurdos do país se tornaram desnecessários. O Brasil de hoje se encarrega de escrever suas próprias piadas, e o roteiro é mais inacreditável do que qualquer esquete de televisão. A diferença é que, antes, ríamos para não chorar; agora, choramos porque não há mais do que rir.
A impunidade, a inversão de valores e a seletividade da justiça transformaram o país em uma tragicomédia onde o cidadão de bem é o vilão, e o criminoso, a vítima. E, pior, aqueles que deveriam garantir o equilíbrio institucional atuam como roteiristas dessa peça grotesca, interpretando as leis conforme seus interesses e mantendo a população refém de sua própria hipocrisia. Escárnio!
PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/o-humor-nunca-deixa-o-brasil/
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