Por VICTÓRYA AZAMBUJA
A Proclamação da República Brasileira que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889, na cidade do Rio de Janeiro, naquela época a capital do Império. O fato é conhecido por ser o resultado de um levante de cunho politico e militar que acabou dando abertura à República Federativa Presidencialista, com o Marechal Deodoro da Fonseca responsável pela proclamação e o primeiro Presidente da Republica Brasileira. Um dos principais motivos que gerou a instauração do novo regime no país foi a forte crise institucional no reinado de Dom Pedro II. E em comemoração a este acontecimento, neste dia é decretado feriado em todo o território nacional.
A historiadora Eliza Militz de Souza, formada pela Universidade Federal de Santa Maria e atualmente Mestranda na área, conta que a história do Brasil sempre foi um dos assuntos que mais lhe chamava atenção na época de faculdade e que é necessário estar por dentro dos acontecimentos.
– Acredito que até pelo momento atual politico que vivemos, é importante a gente saber o que aconteceu no passado, a história está aí e nós fazemos parte dela, – afirma Eliza.
Em uma enquete realizada no centro de Santa Maria e nas redes sociais, com jovens acima de 19 anos, para saber se a população sabe sobre a história, os fatos e motivos da Proclamação da República, obteve-se um resultado de 30 pessoas que sabem sobre a história, 17 pessoas não sabem e 21 pessoas não se lembram.
Para falar um pouco mais sobre a história da Proclamação da República do Brasil, a historiadora explica que quem passou a assumir o comando do governo foi Deodoro da Fonseca, Marechal do Exército.
– Mas até o Brasil se tornar uma república, houve um processo de enfraquecimento no antigo regime, que se tornara insustentável perante as condições existentes – conta Eliza.
A historiadora ainda explica que o contexto da época contava com militares que voltaram da guerra do Paraguai com maior prestigio e reivindicavam melhorias salariais.
– Essa tensão levou o imperador a censurar as opiniões políticas deles, já que os proibira de dar declarações públicas. A questão religiosa também enfraqueceu a monarquia – destaca a historiadora.
Eliza explica que o papa Pio IX, que ordenou a perseguição aos maçons, desagradou boa parte dos que compunham o governo no Brasil
– A monarquia, portanto, perdeu o apoio também da igreja católica. Além disso, a questão escravocrata foi decisiva para o fim do império – explica a historiadora.
Após a Princesa Isabel assinar a Lei Áurea, os proprietários de escravos voltaram-se contra a monarquia por serem prejudicados economicamente. Eliza Militz de Souza ainda relata que a Proclamação da República mudou o regime politico vigente, mas não pode se dizer que foi um processo revolucionário, e sim um golpe praticado por quem já detinha o poder e pessoas das camadas mais altas, como membros da aristocracia rural.
– No entrando, dizer que a proclamação foi um golpe não significa defender a continuação do Império, mas reconhecer que os direitos da grande maioria do povo não são conquistados com uma mudança de regime, visto que a República que surgiu contou com diversos movimentos populares – conclui Eliza.
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