MIRANDA SÁ
Eu só pediria licença para lembrar que os alienados são precisamente os que têm uma ideia fixa” (Mário Quintana)
É
insuportável a gente ouvir o pelego Lula da Silva dizer que ‘o povo não
tem que pagar Imposto de Renda sobre salário’, e que a tributação deve
recair sobre os “ricos”. É uma cretinice um pouco menor do que a da
revista IstoÉ ao dar espaço para este cretino.
Lula,
que governou o País durante 14 anos, intervindo pessoalmente ou
manipulando o seu fantoche Dilma Rousseff, em vez de taxar os ricos como
diz agora, deu aos banqueiros a melhor época da sua história, com
lucros extraordinários.
Outro
exemplo mais do que perfeito da ação governamental lulopetista foi a
criação de um grupo de bandidos travestidos de “capitalistas nacionais”,
muitos dos quais encontram-se presos ou emaranhados em acusações de
práticas corruptas.
Embora
seguindo na minha atividade jornalística a lição de Eduardo Galeano,
procurando “uma linguagem sem solenidade que permita pensar, sentir e se
divertir, nada habitual nos discursos de esquerda”, obrigo-me a
mergulhos acadêmicos para discutir com autodenominados intelectuais que
ainda defendem Lula.
Falar
de “alienação” exige a fuga do coloquial. Vem do latim, alienatione,
substantivo feminino. Define-se dicionarizadamente como alheamento,
anulação da personalidade individual e até perturbação mental e loucura;
juridicamente é a transferência para outra pessoa de um bem ou direito.
Um
professor culto ensinaria que “A alienação é a diminuição da capacidade
dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios”. Isto, como verbete,
só foi registrado pelos dicionários filosóficos do século passado…
Entretanto,
como se vê na origem etimológica latina, a palavra já era conhecida e
usada em vários sentidos. Impôs-se na antiga Grécia com a pregação de
Heráclito sobre as relações humanas com o Logos, e Platão interpretando o
mundo natural…
Foi
o pensador Hegel que firmou o seu emprego filosófico e foi adotado sem
reservas pelo pensamento mundial. Marx apropriou-se do termo, dando-lhe
um significado exclusivamente político, enquanto os hegelianos encontram
versões de alienação de desalienação até na idolatria e no Velho
Testamento, base das religiões judaico-cristãs.
A
aplicação filosófica de alienação impera a partir da Idade da Razão,
aplicada pelos teóricos do Contrato Social, trazendo com Rousseau e
Montesquieu sua definição correta.
Nem
mesmo os povos do chamado primeiro mundo se educaram socialmente para
evitar a alienação e chegar à desalienação. Nos terceiro e quarto
mundos, nem mesmo a elite intelectual libertou-se de crendices
alienatórias e, no Brasil, com a sua sociedade originariamente dividida,
foram tímidos os avanços para a libertação mental.
Uma
Nação sofrendo os traços civilizatórios de um feudalismo atrasado que
os portugueses nos trouxeram, e a miscigenação com povos autóctones na
Idade da Pedra Polida e migrantes escravizados animalescamente, explica o
nosso atraso social, político e econômico.
A
dita “intelectualidade brasileira” – empobrecida de valores autênticos
nos últimos anos – aplica os termos alienação de duas maneiras: ou
interpretando o marxismo de a-politização, ou incriminando os desajustes
sociais. Seus interlocutores omitem a incapacidade coletiva de
adaptação ao sistema político degenerado e decadente.
Não
exagero: Vejam a composição atual da Academia Brasileira de Letras, do
Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Por si, seus membros
são incapazes de reverter o retardamento cultural que impede o
desenvolvimento do País.
Não
chegamos aonde deveríamos ter chegado, por causa da alienação. E a
justificativa é simples: Os indivíduos só se libertarão por si próprios
da auto alienação através da educação, tornando-se livres, criativos e
produtivos. Sem cotas, nem bolsas…
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA
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