Jornalista Andrade Junior

domingo, 3 de dezembro de 2017

ALIENAÇÃO

MIRANDA SÁ
Eu só pediria licença para lembrar que os alienados são precisamente os que têm uma ideia fixa” (Mário Quintana)

É insuportável a gente ouvir o pelego Lula da Silva dizer que ‘o povo não tem que pagar Imposto de Renda sobre salário’, e que a tributação deve recair sobre os “ricos”. É uma cretinice um pouco menor do que a da revista IstoÉ ao dar espaço para este cretino.


Lula, que governou o País durante 14 anos, intervindo pessoalmente ou manipulando o seu fantoche Dilma Rousseff, em vez de taxar os ricos como diz agora, deu aos banqueiros a melhor época da sua história, com lucros extraordinários.


Outro exemplo mais do que perfeito da ação governamental lulopetista foi a criação de um grupo de bandidos travestidos de “capitalistas nacionais”, muitos dos quais encontram-se presos ou emaranhados em acusações de práticas corruptas.

Embora seguindo na minha atividade jornalística a lição de Eduardo Galeano, procurando “uma linguagem sem solenidade que permita pensar, sentir e se divertir, nada habitual nos discursos de esquerda”, obrigo-me a mergulhos acadêmicos para discutir com autodenominados intelectuais que ainda defendem Lula.

Falar de “alienação” exige a fuga do coloquial. Vem do latim, alienatione, substantivo feminino. Define-se dicionarizadamente como alheamento, anulação da personalidade individual e até perturbação mental e loucura; juridicamente é a transferência para outra pessoa de um bem ou direito.
Um professor culto ensinaria que “A alienação é a diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios”. Isto, como verbete, só foi registrado pelos dicionários filosóficos do século passado…

Entretanto, como se vê na origem etimológica latina, a palavra já era conhecida e usada em vários sentidos. Impôs-se na antiga Grécia com a pregação de Heráclito sobre as relações humanas com o Logos, e Platão interpretando o mundo natural…

Foi o pensador Hegel que firmou o seu emprego filosófico e foi adotado sem reservas pelo pensamento mundial. Marx apropriou-se do termo, dando-lhe um significado exclusivamente político, enquanto os hegelianos encontram versões de alienação de desalienação até na idolatria e no Velho Testamento, base das religiões judaico-cristãs.

A aplicação filosófica de alienação impera a partir da Idade da Razão, aplicada pelos teóricos do Contrato Social, trazendo com Rousseau e Montesquieu sua definição correta.

Nem mesmo os povos do chamado primeiro mundo se educaram socialmente para evitar a alienação e chegar à desalienação. Nos terceiro e quarto mundos, nem mesmo a elite intelectual libertou-se de crendices alienatórias e, no Brasil, com a sua sociedade originariamente dividida, foram tímidos os avanços para a libertação mental.

Uma Nação sofrendo os traços civilizatórios de um feudalismo atrasado que os portugueses nos trouxeram, e a miscigenação com povos autóctones na Idade da Pedra Polida e migrantes escravizados animalescamente, explica o nosso atraso social, político e econômico.

A dita “intelectualidade brasileira” – empobrecida de valores autênticos nos últimos anos – aplica os termos alienação de duas maneiras: ou interpretando o marxismo de a-politização, ou incriminando os desajustes sociais. Seus interlocutores omitem a incapacidade coletiva de adaptação ao sistema político degenerado e decadente.

Não exagero: Vejam a composição atual da Academia Brasileira de Letras, do Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Por si, seus membros são incapazes de reverter o retardamento cultural que impede o desenvolvimento do País.


Não chegamos aonde deveríamos ter chegado, por causa da alienação. E a justificativa é simples: Os indivíduos só se libertarão por si próprios da auto alienação através da educação, tornando-se livres, criativos e produtivos. Sem cotas, nem bolsas…



































EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA

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