PERCIVAL PUGGINA.
O jornalista Claudio Humberto, em seu Diário do Poder, informou na última sexta-feira mais uma singularidade de nossa Câmara dos Deputados. Na véspera, quinta-feira, dia útil em qualquer lugar do mundo, exceto no parlamento brasileiro, o painel eletrônico foi aberto às 6 horas da manha. Dia cheio? Muito trabalho ainda por realizar? Não.
Tal procedimento atende à conveniente necessidade de os parlamentares registrarem presença para não perderem a remuneração correspondente e iniciarem a saudosa revoada na direção dos respectivos torrões natais.
É claro, sempre se poderá dizer que é melhor assim do que reunidos fazendo tolices ou conspirando contra o interesse público. Mas o fato é que semana de dois dias - terças e quartas-feiras - com direito a auxílio-moradia para permanência contínua na capital federal é falta de respeito dos representantes aos representados.
Parlamentar é membro de poder. Não é um trabalhador comum e está sujeito a outras regras. Mas existem regras não escritas que têm existência na consciência moral das pessoas. E algumas delas são afrontadas na situação descrita. Às 11 horas da manhã desta última quinta-feira 436 deputados haviam registrado presença. Apenas 30 no plenário.
Por Percival Puggina
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