Ronaldo Conde
Minha intenção, de início, era permanecer uns três meses longe do Facebook. Nas últimas semanas, com baixa assiduidade, li diversas postagens de amigos – e algumas delas me fizeram estar aqui de volta. Duas postagens me impressionaram especialmente. Uma delas mostrava o Lula ressaltando as qualidades morais, éticas e políticas do Sérgio Cabral. Disse Lula: “O Sérgio fica com lágrimas nos olhos quando fala no povo do Rio de Janeiro”. Houve outras frases, tão inacreditáveis e cínicas como essa. Um ladrão falando de outro ladrão.
A diferença entre eles é uma só: Cabral está preso, Lula (ainda) está solto. No mais, são iguais – calhordas, larápios e estúpidos. Repito o que já disse aqui: não entendo – e jamais entenderei – como gente politizada e culta ainda segue o Lula como se este fosse um messias. Lula e Sérgio Cabral disputam a liderança do Livro de Recordes dos tungadores. Quem sairá vencedor?
FRASE ÉPICA – A segunda postagem foi tão espantosa quando a de cima. Benedita da Silva, num evento organizado pelo PT, disse simplesmente que a sua (dela) Bíblia afirmava que “não haveria mudança na sociedade sem derramamento de sangue!” A plateia – estudantes, professores, gente de classe média – aplaudiu de pé a frase épica de Benedita. Na mesa, ao lado da vibrante oradora, estava o senador Requião, outro sujeito destemperado e idiotizada pelo sentimento que nutre em relação a si mesmo. Supõe-se um super-herói quando é apenas um bronco.
Tudo isto consolida no Velhote do Penedo a sensação que, como nação, chegamos ao topo da nossa história. Jamais – repito: jamais! – recuperaremos e superaremos, por exemplo, o nosso déficit educacional. Chegamos ao ponto que chegamos por obra e graça de muitos: professores despreparados, alunos que não estudam, dirigentes imbecilizados, escolas de péssima qualidade, carentes de materiais didáticos. Pensem no atraso educacional do Brasil em face da dimensão do nosso país. Impossível resolver.
ESTAMOS CONDENADOS – Temos uma classe política, com as exceções de praxe, desprezível, um jornalismo desonesto e incompetente (inclusive na desonestidade), somos carentes de bons escritores (há um e outro de alta qualidade, como Raphael Montes, de quem já falei), de bons atores, de bons autores de teatro, o cinema brasileiro é uma porcaria (dizia o Paulo Francis: o cinema brasileiro é uma merda, mas os diretores são geniais!). A televisão é, como diz Stanislaw Ponte Preta, é uma máquina de fazer doido. Os grandes compositores brasileiros estão mortos.
Estamos condenados ao nada, meus amigos.
(artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)
extraídadetribunadainternet
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