por Percival Puggina.
O
caso JBS-Temer está levando parlamentares a realizar uma exumação nos
empréstimos do BNDES, entre 2008 e 2014, quando o banco injetou dinheiro
barato em empresas selecionadas pelos governos Lula e Dilma (os
“campeões nacionais”) para que pudessem comprar outras empresas no
exterior. Ontem, o senador Álvaro Dias (PV-PR) apresentou no plenário
resultados de uma análise preliminar: em um período de seis anos, a
União emprestou ao BNDES um total de R$ 716 bilhões. Como o Tesouro
Nacional não dispunha do dinheiro, o governo foi ao mercado privado.
Tomou recursos pagando juros de mercado, a 14,25% ao ano pela taxa
Selic, e repassou à JBS, Odebrecht e outras empresas ao custo entre 5% e
6%, pela TJLP. Negócio de mãe para filho. O resultado, lembrou, é um
subsídio sem precedentes, de R$184 bilhões. “A sociedade vai pagar por
isso até o ano de 2060”, disse Dias. Faltam 42 anos para liquidar a
conta.
Os números absolutos e atualizados da escrita,
conforme divulgado anteriormente, superam em 25% o total do subsídio que
o Plano Marshall proporcionou à reconstrução de 16 países europeus após
a Segunda Guerra Mundial.Nos bastidores dessa conduta sinistra que arrasou o Brasil atuavam, de modo conjugado, duas diferentes forças:
• a do grupo dos economistas alinhados com Dilma Rousseff, também ela uma “desenvolvimentista”, convictos de que o Estado gastador, jogando dinheiro no mercado, cria prosperidade;
• o do grupo dos proxenetas do erário, cafetões dos negócios de Estado, olho aberto a todas as possibilidades de comissionamento que possam ser criadas com recursos públicos.
Na ocasião, nossos melhores e mais responsáveis economistas denunciavam a magnitude, a injustiça e a ineficiência daquela torrente de dinheiro barato em tempos de juro alto. Enquanto, no Brasil petista, havia dinheiro quase de graça para alguns poucos privilegiados – ditos “campeões nacionais” – a segunda e a terceira divisão do empresariado, aqueles que faziam a economia ainda se mover, tinham que se haver com juros na estratosfera. Ao custo de bilhões, adoecia-se o mercado e se quebrava o país.
São esses populistas, irresponsáveis uns, desonestos outros, que pretendem se valer da atual crise política para escapar da cadeia e voltar ao poder. Se as conseqüências de semelhante desatino recaísse apenas sobre seus fieis seguidores – perdoe-me Deus! –, seria muito bem feito. Mas o Brasil é um navio com 210 milhões de passageiros viajando em mar revolto.
extraídadepuggina.org
0 comments:
Postar um comentário