Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 1 de abril de 2016

O PT sequestrou o país. E só existe uma solução para sair dessa: o impeachment.

FELIPPE HERMES

Qual a política energética do Brasil? Qual a política de agricultura? Quais são os projetos de governo para o Brasil?
A frase acima completará em breve duas décadas. Foi dita pela deputada do PCdoB, Jandira Feghali, na época em que PT e demais partidos de oposição lutavam pelo impeachment do governo FHC. Apesar do contexto distinto, a frase poderia passar desapercebida nos dias atuais. Há pouco mais de um mês, sob os olhares atentos de artistas e intelectuais reunidos num “conselhão”, Dilma e o recém empossado ministro da Fazenda anunciaram ao país as novas medidas para recuperar a economia. De lá para cá, porém, nada disso se concretizou – pelo contrário: mergulhamos em um aprofundamento da crise política e deixamos de lado os velhos problemas na economia. Na medida em que Lula tornou-se o novo alvo da Lava Jato, vimos as mínimas perspectivas de soluções para a crise serem abandonadas. Estamos, nesse momento da história, condenados – presos ao destino de Lula e o PT. Somos reféns de um sequestrador apavorado e sem opções, que tem nesse momento o único objetivo de apontar uma arma em nossa cabeça para fugir do radar da polícia.
Desde que a Lava Jato alcançou o triplex do Guarujá em suas operações, cerca de 120 mil brasileiros perderam seus empregos, fazendo o desemprego atingir o maior nível em 7 anos. E isso é apenas parte da história. Nesse tempo, a inflação continuou acima da meta e a renda caiu ladeira abaixo, jogando outras centenas de milhares de pessoas na pobreza (as mesmas que Lula se orgulha em ter tirado de lá). Nada disso, no entanto, mereceu destaque do governo. Nenhuma nova medida foi votada no Congresso que aliviasse a situação de empresas que hoje pagam os maiores juros em oito anos. Nenhuma medida foi tomada que reduzisse o aumento da dívida pública, que supera os 10% do PIB ao ano apenas em déficits.
A razão para isso? Não há tempo para preocupações com o Brasil de amanhã. É preciso correr e impedir imediatamente a queda da República.

Durante a emblemática terça-feira, 15, quando vimos a mais alta corte do país homologar a delação de Delcídio do Amaral, Dilma ligou para ministros em busca de notícias positivas para abafar o caso. “O que o seu ministério está fazendo de bom que possa ser anunciado?”, questionou. Dessa forma, como descreve a jornalista Vera Magalhães, do blog Radar Online, seu governo buscava reagir às denúncias de que não apenas Lula e Dilma sabiam de todos os esquemas na Petrobras, como participaram de crimes como a tentativa de obstruir a Justiça ou subornar testemunhas, ainda no caso do Mensalão.
Talvez houvesse algo de positivo a anunciar – mas nunca saberemos, pois a bomba de Delcidio, seguida pela revelação dos grampos envolvendo o ex-presidente Lula, tornariam até os hipotéticos anúncios da cura do câncer pela FioCruz ou o fim do analfabetismo anunciado pelo MEC, numa mera nota de rodapé nos grandes jornais. “Eles queriam obstruir a Lava Jato”, denunciou Delcidio. “Mas e a Rosa hein? Será que ela tem “saco” para brecar esta situação?”, questionando Lula confirmando Delcidio em um dos telefonemas.

A bem da verdade, há uma noticia positiva na agenda: a reforma da previdência. Anunciada pela presidente como uma medida urgente, no entanto, ela não avança, sob o temor de que gere desgastes ao governo exatamente com a única base que ainda consegue manter apoio: a das centrais sindicais.
É certo que nossa previdência não sobreviverá às regras atuais, e improvável que o país escape de um calote ou um aprofundamento da recessão caso o problema da dívida não seja solucionado. Nada disso importa nesse momento, no entanto. Como vamos salvar Lula, afinal de contas?
Os argumentos que nos prendem a este clima de sequestro são inúmeros. Caso Dilma sofra impeachment, seremos governados por Temer  (aquele mesmo escolhido como vice pelo próprio PT). Poderemos ter Aécio presidente (o mesmo Aécio envolvido em denúncias de corrupção em parceria com o PT em Furnas). Teremos um caos nas ruas, pois o país esta dividido (ainda que sejam 93% de um lado e 7% do outro). Agora, é preciso preservar as instituições – e acredite, quem fará isso é a mesma turma flagrada em escutas telefônicas negociando uma nomeação para ministro apenas para garantir que ele escape do juiz federal Sergio Moro, aquele que é parcial demais para julgar o caso. Para isso, é preciso julgar o caso no STF, onde 9 em 11 ministros foram indicados pelo PT. Tudo em nome das instituições e da imparcialidade.
Em um discurso de pouco mais de uma hora na posse como ministro de Lula, Dilma incitou o acirramento politico e discursou para as bases ignorando por completo o país que assistia ao seu pronunciamento. Nomeou um ministro que, segundo os próprios governistas, terá o papel quase bolivariano de “definir os rumos da economia” – tal qual Chavez ou Maduro, Lula irá apontar caminhos e dar “uma guinada à esquerda”, segundo políticos e conhecidos militantes do partido. Absolutamente nada, no entanto, foi dito ao povo neste discurso que remetesse a qualquer luz sobre o futuro do país. Trata-se de projetar o futuro do governo exclusivamente. Unir as bases às custas de desunir o pais.
Há mais de ano é possível ver petistas e demais governistas atribuírem à crise econômica o empasse na politica. Em partes, possuem razão. A negação de Dilma em renunciar põe o pais em uma encruzilhada. Para respeitar os ritos de um Estado democrático, temos de aguardar. Os próximos passos? Nessa ordem: aguardar a defesa de Dilma perante a comissão de impeachment aprovada ontem, aguardar o relatório e, enfim, a votação para afastá-la do cargo.
Neste período, certamente muita coisa irá acontecer. Mas de uma coisa hoje não resta dúvida – sem impeachment, o país permanecerá no mesmo lugar: sequestrado por Dilma e Lula.














EXTRAÍDADESPOTNIKS

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