Osmar José de Barros Ribeiro
A situação na qual estamos mergulhados em termos morais, políticos e econômicos deu margem a que, no dia 13 de março, multidão invadisse as ruas de cidades brasileiras bradando, em uníssono, “Fora Dilma, fora Lula, fora PT”, num protesto contra o caos que assola o governo e exigindo, de forma ordeira e pacífica, o afastamento ou a renúncia da atual presidente. Digno de nota, o apoio popular à operação Lava Jato e ao Juiz Sérgio Moro cujo legado, todos esperamos, há de ser a melhoria das instituições, a alteração das relações promíscuas entre os entes públicos e o setor privado e a severa punição dos envolvidos.
Nem transcorrida uma semana, eis que se revela, com todas as letras, o envolvimento de Lula, ex-presidente e guru petista, em “malfeitos” (apud Dilma Roussef) que vão de palestras (das quais ninguém sabe nada) ao tráfico de influência, passando pela acendrada admiração de amigos que lhe proporcionam, sem maiores custos, apartamentos e sítios para seu deleite.
De toda sorte, em maior ou menor grau, com destaque para a capital paulista e Brasília, prosseguiram as demonstrações da insatisfação popular, já agora pela nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil com o evidente propósito de livrá-lo de eventual prisão e a publicação de interceptações telefônicas revelando, em meio a palavreado de botequim, acusações de estar a Justiça brasileira "totalmente acovardada". Tal fato custou ao ex-presidente a reprimenda, proferida pelo ministro Celso de Mello, decano do STF, de possuir uma "mente autocrática e leviana" que teme os rigores da lei brasileira.
Lula, que há tempos vem sendo o mentor da presidente e impôs a substituição de ministros, tornou-se o todo poderoso da República e passou a exercer, nas sombras e sem mandato popular, seu terceiro mandato presidencial pelo menos até o dia 30 de março, quando o Plenário do STF discutirá sua nomeação para a chefia da Casa Civil. Até lá, permanecerá sujeito ao que ele denomina de “República de Curitiba”.
Aliás, à nomeação de um ex(?)-militante do MR-8 e adepto do Santo Daime para o ministério da Justiça com a missão de travar a Lava Jato, vem somar-se a instalação, na Câmara dos Deputados, de uma Comissão para estudar o impedimento da presidente da República.
Para complicar um quadro já de si complicado, eis que integrantes da Unasul, esta mera oficialização do Foro de São Paulo, arvoram-se em defensores do que chamam de “normalidade democrática” (a continuação do desgoverno petista) ou, em outras palavras, insurgem-se contra a morte da galinha dos ovos de ouro que, até aqui, os apoiou moral e materialmente.
Após uma longa viagem de 13 anos, será que estamos chegando, ao fundo do poço?
Osmar José de Barros Ribeiro
extraídadeaverdadesufocada
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