EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE -
Quanto mais sofisticado e
mais preocupado em avaliar a qualidade do ensino for o critério das
pesquisas internacionais sobre a educação de jovens estudantes, pior
fica o Brasil em relação ao resto do mundo. Acostumadas a realçar
pequenos avanços, principalmente na quantidade de alunos matriculados,
as autoridades brasileiras responsáveis pela educação acabam de receber
uma radiografia irrefutável e preocupante de como o país está preparando
seus filhos para, dentro de alguns anos, contribuir para a
competitividade e o desenvolvimento do país.
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o mais respeitado diagnóstico dos avanços obtidos por diversas nações no ensino de alunos até 15 anos, divulgou ontem o resultado da aplicação de um teste diferente em 85 mil jovens de 44 países. Normalmente focado na avaliação dos conhecimentos em matemática, ciências, leitura e compreensão de texto, desta vez a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), patrocinadora da pesquisa, resolveu testar a capacidade dos alunos de resolver problemas de matemática aplicados à vida real.
Na prática, foi uma prova para avaliar as habilidades não cognitivas, como raciocínio crítico, autonomia, liderança e facilidade de relacionamento. Mas o destaque foi mesmo a solução de problemas mais complexos de matemática. Entre as questões, os alunos tinham que localizar opções de música e volume em um hipotético aparelho de MP3 player e comprar bilhetes em uma máquina numa estação de trens.
Para o Brasil, a experiência foi um desastre. Só 2% dos nossos estudantes conseguiram resolver esse tipo de problema, enquanto nos demais países essa proporção foi de 11%. Os resultados mostraram mais uma vez o desequilíbrio regional brasileiro, já que os alunos do Sudeste obtiveram 447 pontos, seguidos pelos do Centro-Oeste (441), do Sul (435), do Nordeste (393) e do Norte (383).
O resultado é que o Brasil ficou entre os piores no ranking: 38º lugar, com 428 pontos, superando "concorrentes" como Malásia, Emirados Árabes, Montenegro, Uruguai, Bulgária e Colômbia (última colocada, 399 pontos). Todos muito distantes dos campeões Cingapura, Coreia do Sul, Japão, China (quatro regiões) e Canadá (entre 562 e 526 pontos).
Se não é novidade o mau desempenho do Brasil nesse tipo de comparação internacional, a sofisticação do exame revelou nosso atraso em campo específico e claramente comprometedor da condição do país de enfrentar a competição em um mundo cada vez mais movido pela tecnologia e a inovação.
Esse é, aliás, mais um desafio revelado pela pesquisa: criar condições para estimular a aquisição do conhecimento, desenvolver o raciocínio e a criatividade sem impedir a convivência com a avassaladora capacidade de absorção dos jovens pelas redes sociais. Posições menos festejáveis de países como Holanda, Alemanha, Estados Unidos e Áustria (do 14º ao 20º lugar, entre 511 e 506 pontos) dão uma ideia do tamanho do problema do Brasil que, além dessa delicada questão, tem ainda de superar desonrosos atrasos no ensino elementar. Serão necessários mais que discursos e promessas de campanha eleitoral.
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o mais respeitado diagnóstico dos avanços obtidos por diversas nações no ensino de alunos até 15 anos, divulgou ontem o resultado da aplicação de um teste diferente em 85 mil jovens de 44 países. Normalmente focado na avaliação dos conhecimentos em matemática, ciências, leitura e compreensão de texto, desta vez a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), patrocinadora da pesquisa, resolveu testar a capacidade dos alunos de resolver problemas de matemática aplicados à vida real.
Na prática, foi uma prova para avaliar as habilidades não cognitivas, como raciocínio crítico, autonomia, liderança e facilidade de relacionamento. Mas o destaque foi mesmo a solução de problemas mais complexos de matemática. Entre as questões, os alunos tinham que localizar opções de música e volume em um hipotético aparelho de MP3 player e comprar bilhetes em uma máquina numa estação de trens.
Para o Brasil, a experiência foi um desastre. Só 2% dos nossos estudantes conseguiram resolver esse tipo de problema, enquanto nos demais países essa proporção foi de 11%. Os resultados mostraram mais uma vez o desequilíbrio regional brasileiro, já que os alunos do Sudeste obtiveram 447 pontos, seguidos pelos do Centro-Oeste (441), do Sul (435), do Nordeste (393) e do Norte (383).
O resultado é que o Brasil ficou entre os piores no ranking: 38º lugar, com 428 pontos, superando "concorrentes" como Malásia, Emirados Árabes, Montenegro, Uruguai, Bulgária e Colômbia (última colocada, 399 pontos). Todos muito distantes dos campeões Cingapura, Coreia do Sul, Japão, China (quatro regiões) e Canadá (entre 562 e 526 pontos).
Se não é novidade o mau desempenho do Brasil nesse tipo de comparação internacional, a sofisticação do exame revelou nosso atraso em campo específico e claramente comprometedor da condição do país de enfrentar a competição em um mundo cada vez mais movido pela tecnologia e a inovação.
Esse é, aliás, mais um desafio revelado pela pesquisa: criar condições para estimular a aquisição do conhecimento, desenvolver o raciocínio e a criatividade sem impedir a convivência com a avassaladora capacidade de absorção dos jovens pelas redes sociais. Posições menos festejáveis de países como Holanda, Alemanha, Estados Unidos e Áustria (do 14º ao 20º lugar, entre 511 e 506 pontos) dão uma ideia do tamanho do problema do Brasil que, além dessa delicada questão, tem ainda de superar desonrosos atrasos no ensino elementar. Serão necessários mais que discursos e promessas de campanha eleitoral.
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