Dilma Rousseff indicou o advogado de João Paulo Cunha (condenado no processo do Mensalão) para uma vaga no Tribunal Regional Eleitoral de SP. Vale lembrar que um ex-advogado do PT, Dias Toffoli, ocupará a presidência do TSE durante as eleições deste ano.
Reportagem da FSP revela o seguinte:
“Advogado de petista no processo do mensalão é nomeado para TRE-SP – A presidente Dilma Rousseff escolheu o advogado Alberto Zacharias Toron para assumir cargo de juiz no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo. A nomeação, que será publicada no “Diário Oficial” da União, foi informada na noite de anteontem ao criminalista pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (…) Em entrevista à Folha, o advogado afirmou que a atuação em casos de grande repercussão deram consistência ao seu currículo. Para ele, a defesa de um petista no mensalão não contribuiu para a escolha de seu nome. “O fato de tê-lo defendido pesou contra mim, porque poderia levantar a tese de que seria nomeado em razão disso. Foi necessário mostrar que atuei em outras causas e defendi pessoas de outros espectros políticos”, disse.” (grifos nossos)
De fato, Alberto Zacharias Toron é um
excelente advogado, jurista de renome, com atuação de décadas. Ele, por
óbvio, não tem qualquer “culpa” por ser indicado. Mas, também vale
salientar, é inquietante que a Presidente da República, diante de outros
tantos excelentes juristas, resolva nomear ao tribunal eleitoral
(responsável, por óbvio, a julgar questões referentes às eleições)
justamente um advogado que atuou na defesa de um petista no processo do
mensalão. Soma-se a isso algumas outras indicações e a inquietação se
acentua.
Torçamos para que Toron, assim como
Joaquim Barbosa e alguns outros (infelizmente, a minoria), atue com
independência e, mais ainda, sempre de acordo com seus conhecimentos
jurídicos de fato notórios. E torçamos também para que, depois das
eleições, Dilma perca a prerrogativa de nomear quem quer que seja.
0 comments:
Postar um comentário