Pasta de
Comunicação Internacional será a 32ª do Gabinete chavista
O
Gabinete de Nicolás Maduro já conta com 31 ministérios e, se depender do
presidente venezuelano, pode ganhar mais um no rastro da repercussão dos dois
meses de manifestações contra o governo. Em entrevista exclusiva ao jornal
local “Últimas Noticias”, Maduro anunciou que planeja criar o Ministério para a
Comunicação Internacional, “dedicado exclusivamente à defesa mundial da
Venezuela” num contexto de “guerra comunicacional” contra o país.
—
Atingimos todos os objetivos planejados, mas é necessário admitir que, do ponto
de vista midiático, todos esses meios de comunicação e representantes da
oposição que saíram pelo mundo pedindo uma intervenção contra a Venezuela
fizeram muitos danos ao país — disse Maduro, para quem a criação do novo
ministério é uma “necessidade dos tempos”.
O 32º ministério do governo Maduro será mais um órgão num aparato criticado por opositores devido ao seu tamanho. Além dos ministérios, há seis vice-Presidências e impressionantes 111 vice-ministérios. Um dos mais polêmicos deste contingente, criado pelo presidente em outubro do ano passado, é o Vice-Ministério da Suprema Felicidade.
O 32º ministério do governo Maduro será mais um órgão num aparato criticado por opositores devido ao seu tamanho. Além dos ministérios, há seis vice-Presidências e impressionantes 111 vice-ministérios. Um dos mais polêmicos deste contingente, criado pelo presidente em outubro do ano passado, é o Vice-Ministério da Suprema Felicidade.
O
presidente venezuelano inclusive já tem um nome para o Ministério para a
Comunicação Internacional: o embaixador do país na Organização dos Estados
Americanos (OEA), Roy Chaderton, deverá ser o titular da pasta. Chaderton
comandou a mobilização na OEA para aprovar, em votação, que uma reunião do
Conselho Permanente sobre a situação da Venezuela fosse feita a portas fechadas
— impedindo assim a participação da deputada opositora María Corina Machado. Na
época, o embaixador considerou que seria “uma aberração” se a OEA desse a
palavra a alguém que “apoia a desestabilização da Venezuela”.
As rusgas
entre o chavismo e a imprensa nacional e estrangeira não são novidade. Com a
atual crise na Venezuela, Maduro tem reforçado as acusações de que o país tem
sido vítima de um ataque midiático internacional, da mesma forma que
constantemente denuncia supostas tentativas de golpe de Estado. Ao mesmo tempo,
Maduro marcou presença recentemente em veículos de comunicação de fora da
Venezuela para dar a visão chavista dos fatos, com entrevistas para a emissora
americana CNN e o jornal britânico “Guardian”, além de publicar um artigo de
opinião no “New York Times”.
Provocação
antes de reunião
Dentro da Venezuela, um dos expedientes mais frequentes do governo para ocupar espaço na mídia é o uso de cadeias nacionais de rádio e televisão, prática inclusive criticada pelos representantes da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) na primeira reunião de diálogo com o governo, na semana passada. Ontem, aproveitando o primeiro aniversário de seu mandato presidencial, Maduro voltou a comandar uma cadeia nacional e, mesmo em meio ao diálogo, provocou a oposição.
Dentro da Venezuela, um dos expedientes mais frequentes do governo para ocupar espaço na mídia é o uso de cadeias nacionais de rádio e televisão, prática inclusive criticada pelos representantes da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) na primeira reunião de diálogo com o governo, na semana passada. Ontem, aproveitando o primeiro aniversário de seu mandato presidencial, Maduro voltou a comandar uma cadeia nacional e, mesmo em meio ao diálogo, provocou a oposição.
— Vocês
imaginam o que aconteceria se eles tivessem ganhado as eleições? Haveria uma
guerra, uma matança no país. — disse Maduro, que venceu em 2013 com uma
vantagem de menos de 300 mil votos. —A permanência de Nicolás Maduro na
Presidência é a maior garantia de estabilidade do país.
A
transmissão foi iniciada horas antes do segundo encontro entre representantes
do governo e da MUD, previsto para ontem à noite. Uma pesquisa divulgada ontem
pelo instituto Hinterlaces mostrou que 90% dos venezuelanos apoiam o diálogo.
No entanto, diminuiu para 54% os que disseram crer que o contato pode ajudar a
resolver os problemas da Venezuela.
De acordo
com o Itamaraty — o Brasil media o diálogo junto com Equador e Colômbia —, a
segunda etapa do diálogo inclui negociações sobre dois temas: presos e uma
eventual lei de anistia; e a criação de uma comissão da verdade. Estes assuntos
estavam na agenda desejada pela MUD para o diálogo com o governo. A coalizão
defende a anistia de manifestantes detidos, assim como a soltura de nomes da
oposição como Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular e acusado de
incitar a violência em protestos, e os prefeitos Enzo Scarano e Daniel
Ceballos, na cadeia por não destruírem barricadas montadas por opositores em
suas cidades.
Fonte: O
Globo
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