Por Carlos Chagas
Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki
e Dias Toffoli fizeram o dever de casa, ou seja, asseguraram a
absolvição dos mensaleiros na acusação de formação de quadrilha. Para
isso foram indicados pela presidente Dilma e nomeados pelo Senado. Com
seus votos, mudaram a essência das condenações, pois nenhum dos antigos
líderes e dirigentes do PT cumprirá prisão fechada. De José Dirceu a
Delúbio Soares, de José Genoíno a João Paulo Cunha, os companheiros
estão autorizados a apenas dormir na cadeia, podendo durante o dia
trabalhar em diversas atividades do lado de fora. ...
O singular nessa decisão completada ontem é que para a maioria dos
ministros do Supremo Tribunal Federal os condenados apenas se reuniam
para cometer crimes esporádicos. Sua ação não caracterizava a existência
de uma quadrilha…
A absolvição dos mensaleiros brada aos céus. Tivessem sido acusados de
haver crucificado Jesus Cristo ou convencido o governo dos Estados
Unidos a invadir o Iraque, nada mais natural do que serem absolvidos.
Mas que outra coisa formaram senão uma quadrilha armada em torno de um
chefe maior, operadores, tesoureiros, publicitários, um banco,
ramificações nos partidos da base do governo e distribuição de pelo
menos 70 milhões de reais a deputados? Isso durante mais de dois anos,
de forma ordenada.
Aliás, em todo o processo ficaram de fora dezenas de parlamentares
beneficiados com o mensalão, ou seja, a distribuição sistemática de
dinheiro podre, com a finalidade de votarem com o palácio do Planalto.
Será que continuarão incógnitos? Não serão tão culpados quanto os
organizadores da farra?
Em suma, um dia triste para a Justiça, uma porta aberta para, no devido
tempo, os mensaleiros entrarem com pedidos de revisão das demais penas a
que foram condenados. Basta que se atente para a renovação do plenário
da mais alta corte nacional de justiça.
Fonte: Portal Diário do Poder -
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