Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

QI da população mundial caiu nos últimos 20 anos

 Cristyan Costa, Revista Oeste


Em ascendência desde o pós-guerra até o fim do século passado, o quociente de inteligência (QI) médio da população mundial diminuiu nos últimos vinte anos em países mais desenvolvidos. É o que garante o escritor Christophe Clavé, em artigo publicado no jornal conservador italiano Italiaoggi. Ao fenômeno, atribui-se o nome “inversão do efeito Flynn”, conforme o especialista.

O efeito Flynn é o aumento constante do índice de acerto médio da população mundial nos testes de QI. Há vários fatores para o cenário de devastação intelectual. Clavé destaca o empobrecimento da linguagem como uma das principais causas. Sendo assim, o site da Revista Oeste selecionou os cinco principais trechos do artigo que sustentam a tese do autor.

Confira abaixo

1- “Vários estudos mostram a diminuição do conhecimento lexical e o empobrecimento da linguagem. Não é apenas a redução do vocabulário utilizado, mas também as sutilezas linguísticas que permitem elaborar e formular pensamentos complexos. O desaparecimento gradual dos tempos (subjuntivo, imperfeito, formas compostas do futuro, particípio passado) dá origem a um pensamento quase sempre no presente, limitado ao momento: incapaz de projeções no tempo.”

2- “A simplificação dos tutoriais, o desaparecimento das letras maiúsculas e da pontuação são exemplos de ‘golpes mortais’ na precisão e variedade de expressão. Apenas um exemplo: eliminar a palavra ‘signorina’ (agora obsoleta) não significa apenas abrir mão da estética de uma palavra, mas também promover involuntariamente a ideia de que entre uma menina e uma mulher não existem fases intermediárias. Menos palavras e menos verbos conjugados significam menos capacidade de expressar emoções e menos capacidade de processar um pensamento.”

3- “Estudos mostram que parte da violência nas esferas pública e privada decorre diretamente da incapacidade de descrever as emoções em palavras. Sem palavras para construir um argumento, o pensamento complexo torna-se impossível. Quanto mais pobre a linguagem, mais o pensamento desaparece. A história está cheia de exemplos e muitos livros (Georges Orwell – 1984; Ray Bradbury – Fahrenheit 451) contam como todos os regimes totalitários sempre atrapalharam o pensamento, reduzindo o número e o significado das palavras. Se não houver pensamentos, não há pensamentos críticos. E não há pensamento sem palavras.”

4- “Como construir um pensamento hipotético-dedutivo sem o condicional? Como pensar o futuro sem uma conjugação com o futuro?
Como é possível captar uma temporalidade, uma sucessão de elementos no tempo, passado ou futuro, e sua duração relativa, sem uma linguagem que distinga entre o que poderia ter sido, o que foi, o que é, o que poderia ser, e o que será depois do que pode ter acontecido, realmente aconteceu? Caros pais e professores: Fazemos com que nossos filhos, nossos alunos falem, leiam e escrevam. Ensinar e praticar o idioma em suas mais diversas formas. Mesmo que pareça complicado. Principalmente se for complicado. Porque nesse esforço existe liberdade.”

5- “Aqueles que afirmam a necessidade de simplificar a grafia, descartar a linguagem de seus “defeitos”, abolir gêneros, tempos, nuances, tudo que cria complexidade, são os verdadeiros arquitetos do empobrecimento da mente humana. Não há liberdade sem necessidade. Não há beleza sem o pensamento da beleza.”

























PUBLICADAEMhttp://rota2014.blogspot.com/2020/12/qi-da-populacao-mundial-caiu-nos.html

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