Jornalista Andrade Junior

domingo, 27 de dezembro de 2020

O fim do “castelo dos sonhos” da Globo em 2020: Um dos piores anos de sua existência

 Jornal da Cidade


A Rede Globo, o maior conglomerado de comunicação do país, quase ruiu em 2020.

Sofrendo com cortes de gastos desde o ano de 2019, a aflição da “poderosa” aumentou, significativamente, com a pandemia do coronavírus, que reduziu receitas publicitárias milionárias e fez a empresa demitir mais funcionários do seu quadro já bastante enxuto.

Mas não foi só o susto da covid-19 que quase leva a Globo ao nocaute, os índices de audiência da TV carioca têm caído “ladeira a baixo”, desde que a emissora resolveu empreender campanha contra o presidente Jair Bolsonaro.

Como prova disso, os brasileiros levantaram uma hashtag que está ativa e é muito mencionada até hoje, chamada #globolixo.

Com menos audiência e sem a verba federal em propaganda oficial do Governo Bolsonaro, a TV Globo há dois anos, demite funcionários, sucessivamente, e os que permanecem na emissora têm os contratos alterados de pessoa jurídica para CLT e um salário mais baixo.

Tarcísio Meira e Glória Menezes, casal ícone da Globo, deixaram a emissora depois de 53 anos de casa. A lista é enorme, mas há outros demitidos que se destacaram como: Renato Aragão, Miguel Falabella, Antonio Fagundes, Stênio Garcia, Vera Fischer e José de Abreu.

Ela dispensou colaboradores veteranos, perdeu vários contratos de transmissão de futebol, foi acusada de organização criminosa em conluio com atores pela Receita Federal.

Até o “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, em delação premiada ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPFRJ), admitiu ter repassado, de duas a três vezes por mês, quantias de até US$ 300 mil para a empresa.

Nem o “carro chefe” global sobreviveu a tantas decepções: as novelas da casa perderam espaço pra Rede Record, do bispo Edir Macedo.

Depois de tudo isso, o “tiro de misericórdia” mais recente foi a perda do patrocínio de 20 anos da Ambev, empresa líder no mercado de cervejas do país. Deixar de faturar R$ 300 milhões de reais com propaganda institucional deve ter feito uma imensa falta para quem já estava com um orçamento mais do que reduzido.

Para conter os gastos, em setembro, a Globo rescindiu o contrato pelos direitos de transmissão da Libertadores com a Conmebol e viu a entidade fechar acordo com o SBT até 2022. Além disso, abriu mão da Fórmula 1, corre o risco de ficar sem a Copa do Mundo de 2022 e até as novelas das concorrentes Record e SBT deram uma aula de profissionalismo na “poderosa” e conseguiram não só dar sequência nas atrações que já tinham semanas de capítulos à frente das globais, como retomaram a gravação de capítulos inéditos com as medidas de segurança contra a Covid-19, devidamente, implementadas.

A Rede Globo bem que tentou fazer o mesmo, mas teve um implacável surto de coronavírus entre os colaboradores.

Enfim, o ano não acabou, mas uma certeza há de permanecer: o suplício da Globo está longe do fim.











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