Deu no Estadão
Em reportagem divulgada em seu site de notícias, a TV americana CNN afirma ter acesso a documentos que mostram que autoridades chinesas forneceram ao mundo dados mais otimistas sobre o novo coronavírus do que os disponíveis internamente.
A TV revela que em 10 de fevereiro, por exemplo, a China teve mais do que o dobro de casos confirmados de covid-19 do que os divulgados oficialmente na Província de Hubei, onde o vírus foi inicialmente detectado. Segundo a reportagem, esse número mais elevado, de 5.918 novos casos, nunca foi revelado na época, já que o sistema de contabilização dos registros parecia “minimizar a gravidade do surto”.
DOCUMENTOS OFICIAIS – A informação sobre o número mais elevado de contágios está, segundo a TV, entre uma série de revelações contidas em 117 páginas de documentos – marcados como confidenciais – vazados pelo Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Hubei compartilhados e verificados pela CNN.
“Juntos, os documentos representam o vazamento mais significativo de dentro da China desde o início da pandemia e fornecem a primeira janela sobre o que as autoridades locais sabiam internamente e quando”, afirma a reportagem.
A CNN diz ter entrado em contato com o Ministério das Relações Exteriores da China e com a Comissão Nacional de Saúde, assim como a Comissão de Saúde de Hubei, para comentar as descobertas divulgadas nos documentos, mas não obteve resposta.
HAVIA SUSPEITAS – A TV lembra que o governo chinês rejeitou veementemente as acusações feitas pelos Estados Unidos e outros governos ocidentais de que Pequim ocultou deliberadamente informações relacionadas ao vírus, sustentando que ele tem sido transparente desde o início do surto.
Mas, embora os documentos não forneçam evidências de uma tentativa deliberada de esconder as descobertas, eles revelam várias inconsistências sobre o que as autoridades acreditam realmente estar ocorrendo e o que foi revelado ao público.
Os documentos, segundo a CNN, cobrem um período incompleto entre outubro de 2019 e abril deste ano, e revelam o que parece ser um “sistema de saúde inflexível, limitado pela burocracia hierárquica e procedimentos rígidos que estavam mal equipados para lidar com a crise emergente”.
ERROS CLAROS – “Em vários momentos críticos na fase inicial da pandemia, os documentos mostram evidências de erros claros e apontam para um padrão de falhas institucionais”, afirma a reportagem.
Segundo a reportagem, um dos fatos mais impressionantes revelados pelos documentos diz respeito à lentidão com que os pacientes com covid-19 foram diagnosticados. Mesmo quando as autoridades em Hubei tentaram mostrar ao público que lidaram com eficiência e transparência no início da pandemia, os documentos revelam que os profissionais de saúde tiveram de atuar com testes e mecanismos de notificação falhos.
Um dos relatórios citados pela CNN, do começo de março, diz que o tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico confirmado foi de 23,3 dias, o que especialistas ouvidos pela TV disseram que poderia dificultar significativamente as medidas para monitorar e combater a doença. A China sempre defendeu veementemente a maneira como tem lidado com o surto.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como dizia Carlos Chagas, as informações da China sobre a covid-19 são da série “me engana que eu gosto”. Ninguém pode acreditar nessas notícias da China. A pandemia está tendo a mesma evolução no mundo inteiro, menos na China, único país que até agora teria conseguido “vencer” a covid-19, vejam só a falta que faz uma imprensa verdadeiramente livre. (C.N.)
PUBLICADAEMhttp://tribunadainternet.com.br/em-fevereiro-a-china-cortou-pela-metade-o-numero-real-de-casos-da-covid-19-revela-a-cnn/
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