A vereadora eleita mais jovem de Belém, Bia Caminha (PT), 21 anos, utilizou as redes sociais para denunciar racismo que sofreu dentro da base esquerdista da cidade.
Segundo ela, no domingo (29), foi expulsa e “carregada” para fora da coletiva de imprensa que o prefeito eleito do PSOL, Edmilson Rodrigues, realizava no centro da capital paraense. A iniciativa de mandá-la para fora da reunião partiu da irmã do psolista e pegou a vereadora de surpresa.
“Acabei de ser carregada pelos seguranças do Edmilson Rodrigues para fora da coletiva de imprensa. Carregada! Mas, todos os homens brancos entraram. Eu fui eleita e fiquei de fora da coletiva. O pacto de romper silêncios já começou”, criticou a futura parlamentar, acrescentando que a cena foi humilhante e que chegou a ouvir que não tinha vencido as eleições.
“Racismo e machismo puro. A esposa de um deputado federal, uma mulher branca e rica, entrou e eu, vereadora negra eleita, fui carregada pelos seguranças pro lado de fora”, disparou, explicando que tinha convicção de que a irmã de Edmilson foi a responsável pelo caso.
Após o fato, Edmilson Rodrigues, que usou os direitos da população negra, mulheres, pobres e público LGBTQIA+ como fundo de campanha, soltou nota alegando que “tinha recebido com indignação o ocorrido”. O prefeito eleito ainda “jogou” a culpa para a “ empresa terceirizada contratada”.
“Vamos cobrar da empresa contratada pela campanha esclarecimentos em relação ao ocorrido. Ainda nos colocamos à disposição para quaisquer medidas que a vereadora queira tomar”.
Depois do pedido de desculpas do político, Caminha disse que ele não tinha motivado o acontecido.
Bia Caminha faz parte da base de apoio do comunista, em Belém. Sendo que 90% dos vereadores eleitos pela coligação “Belém de Novas Ideias” são de origem negra.
Jornal da Cidade
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