Um
dia depois de o DEM apresentar um recursos neste sentido, o líder do
PPS, deputado Rubens Bueno (PR), anunciou neste sábado que também irá
apresentar, na próxima segunda-feira, Projeto de Decreto Legislativo
para revogar o Decreto 8.243/2014, da presidente Dilma Rousseff. O
decreto presidencial cria a Política Nacional de Participação Social
(PNPS) e diz que o objetivo é “consolidar a participação social como
método de governo”.que determina aos órgãos governamentais, inclusive as
agências de serviços públicos, promover consultas populares.
“O
decreto é uma tentativa da presidente Dilma de engessar o Legislativo,
acabando com a democracia representativa prevista na Constituição de
1988. A democracia se dá por meio de representantes eleitos, e o decreto
cria outra fonte de poder. É por isso que vamos buscar a sua revogação”
disse Rubens Bueno, em nota. Para Rubens Bueno, o decreto é
antidemocrático “porque subverte a ordem institucional passando por cima
da Constituição, numa clara demonstração de que o governo do PT
pretende adotar o modelo ultrapassado e insano implantado pelo
ex-presidente Hugo Chávez na Venezuela”.
Agora,
todos os partidos de oposição - DEM, PSDB e PPS - querem a suspensão do
decreto da presidente Dilma Rousseff, que obriga os órgãos do governo a
promover consultas populares sobre grandes temas, antes de definir a
política a ser adotada e anunciada pelo governo. O DEM apresentou o
mesmo tipo de Projeto Decreto Legislativo na sexta-feira, recebendo o
apoio do PSDB. Os tucanos ainda analisam se o decreto Dilma fere a
própria Constituição.
Decreto engessa decisões do governo, afirmam especialistas
Juristas
e especialistas alertam que o decreto pode engessar as decisões do
governo e enfraquecer o Poder Legislativo, que é a Casa de debates da
sociedade. Na prática, a proposta obriga órgãos da administração direta e
indireta a criar estruturas de participação social. O decreto lista
nove tipos de estruturas que devem ser utilizadas: conselho de políticas
públicas; comissão de políticas públicas; conferência nacional;
ouvidoria pública federal; mesa de diálogo; fórum interconselhos;
audiência pública; consulta pública; e ambiente virtual de participação
social.
O
texto do decreto estabelece que os órgãos e entidades da administração
pública federal direta e indireta deverão, considerar as instâncias e os
mecanismos de participação social previstos no Decreto para “a
formulação, a execução, o monitoramento e a avaliação de seus programas e
políticas públicas”. Na prática, ministérios e demais órgãos serão
obrigados a criar conselhos, realizar conferências ou mesmo promover
mesas de diálogo. (O Globo)
0 comments:
Postar um comentário