O Estado de S.Paulo
Não se deve levar a sério quem não leva a sério a si
mesmo. Diante das nuvens que ameaçam carregar de sombras o cenário
eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu abrir a
caixa de ferramentas e "partir para cima" de quem ou o que quer que seja
que represente risco para o projeto de perpetuação do PT no poder.Tem aproveitado todas as oportunidades para exercitar sua conhecida e inexcedível desfaçatez. Na noite de sábado passado, em entrevista à TV portuguesa, chegou ao cúmulo, ao interromper a entrevistadora que queria saber o nível de suas relações com José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares e sair-se com uma inacreditável novidade: "Não se trata de gente de minha confiança".
Então está tudo explicado. E toda a Nação tem a obrigação de reconhecer que o ex-presidente falava a verdade em agosto de 2006, quando o escândalo do mensalão estourou: "Quero dizer, com franqueza, que me sinto traído. Não tenho vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas". O fato de as pessoas (a "gente") a que Lula se referia serem o seu então ministro-chefe da Casa Civil - na verdade, um primeiro-ministro ad hoc -, o presidente nacional e o tesoureiro de seu partido tinha então toda a importância, a ponto de o presidente se sentir traído.
Mas, em 2006, surfando no prestígio popular garantido pelo sucesso de seus projetos sociais, Lula reelegeu-se presidente e, cheio de si, subestimando como de hábito o discernimento das pessoas, começou a, digamos, mudar de ideia sobre o mensalão.
Afinal, se estava tão bem na foto, por que posar de vítima?
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http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nao-da-para-levar-a-serio,1160479,0.htm
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