Memorial
da corrupção
Caros
amigos
A
imprensa nos tem informado a respeito da “moda” vigente no País de erguer ou
transformar logradouros e prédios, públicos ou não, em memoriais
voltados para a preservação da lembrança de práticas e fatos que, por suas
características criminosas, se pretende abolir do repertório das ameaças aos
“Direitos Humanos” (DH) que se têm abatido sobre a Nação.
Assim,
tomamos conhecimento de propostas para criá-los em locais supostamente usados,
por exemplo, como “centros de tortura de presos políticos”, como o Museu da
Resistência, na antiga sede do Departamento de Ordem e Política Social (DOPS),
em São Paulo, ou o
quartel do Batalhão de Polícia do Exército e o próprio Museu da Polícia Civil,
ambos no Rio de Janeiro.
Seguindo
esta tendência de “fazer lembrar para não repetir”, cabe transcrever o texto a
seguir:
“A corrupção representa uma violação
das relações de convivência civil, social, econômica e política, fundadas na
equidade, na justiça, na transparência e na legalidade. A corrupção fere de
morte a cidadania. Num país tomado pela corrupção, como o Brasil, o cidadão se
sente desmoralizado porque se sabe roubado e impotente. Sabe-se impotente
porque não tem a quem recorrer. Descobre que os representantes traem a
confiabilidade do seu voto, que as autoridades ou são corruptas ou omissas e
indiferentes à corrupção, que os próprios políticos honestos são impotentes e
que a estrutura do poder é inerentemente corruptora”. José Genoino em “A
corrupção e morte da cidadania” - O Estado de S.Paulo, 29 de
abril de 2000.
O
texto não pode ser mais preciso e completo para definir um crime que, por
atingir indiscriminadamente todos os cidadãos, toma a forma e a hediondez do
genocídio. Mais completa se torna a descrição quando sabemos que o autor é um
corrupto julgado, condenado e em vias de ter sua pena reduzida pela mesma via
criminosa que tão bem ele define.
Em
tempos de caça às bruxas, de passar a limpo o passado e de “comissões da
verdade” que visam a fazer com que não se repitam práticas que, na verdade,
nunca deixaram de existir e que se estendem de todas as formas, aí incluída a corrupção,
ao conjunto da sociedade, nada mais justo e coerente do que erguer-se um “Memorial
da Corrupção”, tendo como candidatos lógicos para abrigá-lo o Congresso
Nacional, o Palácio do Planalto, a Esplanada dos Ministérios, as sedes
regionais e nacional do PT e de empresas públicas e, mais recentemente, o
próprio Supremo Tribunal Federal.
Nenhuma
outra prática, ação, ou mesmo omissão, de qualquer governo produz mais ofensas
aos DH do que a corrupção. Ela é como uma bomba terrorista de destruição em
massa, pois fere, mata e espalha destruição de forma indiscriminada em todo o
território nacional.
No
Brasil de hoje, patrocinados pelo oficialismo, os malfeitos já causaram mais
vítimas entre nós, e seguem causando, do que todas as guerras que lutamos ao
longo da nossa história.
Fica,
pois, a proposta e a causa para serem abraçadas pelos operadores do direito e
pelas organizações especializadas em petições públicas, disseminadas nas redes
e mídias sociais, para a busca das assinaturas que, desde já, contam com a
minha!
Gen Bda Paulo Chagas
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