Lentes distorcidas - PAULO GUEDES
O GLOBO -
Há sempre uma visão de
mundo informando nossas opiniões. Mentes científicas formam hipóteses a
respeito do funcionamento do mundo e estão abertas a revisões quando não
estão de acordo com os fatos. Mentes religiosas buscam a compreensão em
verdades absolutas. Mentes moldadas por grandes ideologias políticas
exibem mapas de paraísos na Terra. Mentes mais sensíveis reinterpretam
pelas artes ou até mesmo recriam a realidade com suas originais
percepções. Em cada época prevalecem imagens compartilhadas de um mundo
visto através desses filtros cognitivos. Como um espírito de seu tempo ,
o cristianismo medieval, o Renascimento e a Reforma, o Iluminismo e o
método científico, o nacionalismo e as ideologias totalitárias dirigiram
ações humanas para o bem e para o mal.
O tempo passa ainda
devagar em terras brasileiras, apesar da revolução das novas tecnologias
de informação e comunicações na virada do século XXI. A formação de
opiniões alimenta-se aqui de uma hegemônica ideologia socialista há
muito tornada obsoleta. Lentes distorcidas formam opiniões tolerantes
com as práticas mais inadequadas. Encargos trabalhistas que destroem
dezenas de milhões de empregos formais. Descontrole de gastos públicos
resultando em esforços anti-inflacionários que duram décadas. Uma
política diplomática que se afasta do eixo humanista por alinhamentos
ideológicos. Práticas políticas degeneradas para compra de sustentação
parlamentar pela esquerda hegemônica.
Pois bem, tenho minhas opiniões. Admiro Joaquim Barbosa, como não aprecio o trabalho de Lewandowski. Tenho simpatia pela iniciativa do diplomata Saboia, ante a omissão de seus superiores. Não teria devolvido os pobres boxeadores cubanos que nos pediram asilo. Aprovo manifestações pacíficas de milhares nas ruas, como gostaria de ver processados dezenas de baderneiros por destruição de propriedade. O direito de ir e vir de milhões de trabalhadores tem de ser preservado contra os maus humores de algumas dezenas que bloqueiam as principais artérias das grandes cidades. Por fim, a imigração de médicos e seus familiares, recebendo salários equivalentes aos de profissionais brasileiros de mesma qualificação, parece-me algo diferente de um tráfico humano à moda de aluguel de gado para exploração socialista.
Pois bem, tenho minhas opiniões. Admiro Joaquim Barbosa, como não aprecio o trabalho de Lewandowski. Tenho simpatia pela iniciativa do diplomata Saboia, ante a omissão de seus superiores. Não teria devolvido os pobres boxeadores cubanos que nos pediram asilo. Aprovo manifestações pacíficas de milhares nas ruas, como gostaria de ver processados dezenas de baderneiros por destruição de propriedade. O direito de ir e vir de milhões de trabalhadores tem de ser preservado contra os maus humores de algumas dezenas que bloqueiam as principais artérias das grandes cidades. Por fim, a imigração de médicos e seus familiares, recebendo salários equivalentes aos de profissionais brasileiros de mesma qualificação, parece-me algo diferente de um tráfico humano à moda de aluguel de gado para exploração socialista.
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