O
silêncio das Forças Armadas
Algumas
pessoas, açodadamente, desmerecem as Forças Armadas partindo da premissa de que
caberia a elas dar um basta no desgoverno lulo – sindicalista – socialista que
nos desmoraliza, despudoradamente.
Pode
ser que um dia, não as Forças Armadas, mas cidadãos armados tomados de
indignação se lancem numa batalha de vida ou morte para expulsar os canalhas
profissionais.
Aquelas
pessoas que movidas por bons propósitos esperam com ansiedade uma tomada de
posição radical das Forças Singulares, confessam a sua insatisfação e condenam
o seu silêncio.
Elas
se rejubilam com o que ocorreu em 31 de março de 1964, quando militares
impregnados de nacionalismo, atentos ao que ocorria no mundo, buscando
salvaguardar a democracia nacional, lideraram uma contrarrevolução para debelar
o comunismo que estava prestes a assumir o poder.
Lastimavelmente,
não lembram o quanto de revanchismo os militares estão pagando até hoje por sua
ousadia.
Hoje,
é difícil saber quantos militares seriam capazes de participar de uma contrarrevolução
para salvar o Brasil do comunismo ou da camarilha que nos leva para o abismo
moral e econômico.
Provavelmente,
apenas uma minoria.
À
época, ficou nítido que os chefes militares, que brandiram a sua ojeriza contra
o novo regime que batia às nossas portas, foram movidos pela honradez, pela
coragem e pelo amor à Pátria.
Não
consta, nem serão descobertos pelos mais minuciosos pesquisadores, que aqueles
cidadãos fardados buscassem o poder, a glória gratuita e a riqueza.
Quando
olhamos a História da nossa Pátria, em algumas oportunidades, tivemos a
participação do Estamento Militar em eventos importantes.
Contudo,
hoje vivemos num contexto totalmente diferente, num cenário que não incentiva
ações em força, e que não pretende alcunhar a democracia brasileira como
submissa ao Poder Militar.
Existe
a convicção de que o Poder Militar é subordinado ao Poder Civil, pelo menos,
enquanto este gozar da confiança da população.
Portanto,
que nos desculpem os cidadãos que entendem que as Forças Armadas poderiam, e
alguns afirmam que deveriam expurgar o cancro que nos assola.
Pelas
armas, pela imposição tudo deve ser evitado, e os chefes militares esperam o
amadurecimento da população, que esclarecida, possa por meio do voto
consciente, sem trocas de benesses, escolher os seus verdadeiros líderes
políticos.
Cabe
aos militares colaborarem na transição, na esperança de que na consciência dos cidadãos,
ressurja a certeza do que é bom para a Nação é que eles cumpram a sua obrigação
de patriotas, com cidadania.
A
sua missão como brasileiros é a de separar o joio do trigo, os conscientes e
responsáveis, dos crápulas, dos populistas e dos cretinos.
Por
isso, é de bom senso para as Forças Militares preservar, manter - se às margens
da canalhada que nos governa e, se por acaso, a indignação, a impaciência atingir
às raias do impensável, que as Forças Armadas abandonem o silêncio e atendam à
voz do povo de “fora PT”.
Como
externou o General Humberto de Alencar Castelo Branco, Chefe do EM, em “Carta de 20 de março de 1964”, aos
Oficiais - Generais e demais militares do Órgão e das Organizações
subordinadas, suas lúcidas indagações a respeito:
–
“A insurreição é um recurso legítimo de
um povo. Pode - se perguntar: se o povo brasileiro está pedindo ditadura
militar ou civil e a Constituinte? Parece que ainda não.
Entrarem as Forças Armadas numa
revolução para entregar o Brasil a um grupo que quer dominá - lo para mandar e
desmandar e mesmo para gozar o poder? Para garantir a plenitude do grupamento
pseudosindical, cuja cúpula vive na agitação subversiva cada vez mais onerosa
aos cofres públicos? Para talvez submeter à Nação ao comunismo de Moscou? Isto,
sim, é que seria antipátria, antinação e antipovo.
Não. As Forças Armadas não podem
atraiçoar o Brasil. Defender privilégios de classes ricas está na mesma linha
antidemocrática de servir a ditaduras fascistas e ou síndico - comunistas”.
Diante
do cenário lúgubre que nos espera, aguardemos que cada um cumpra o seu dever.
Gen.
Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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