O GLOBO -
Apesar da advertência de
Groucho Marx de que é muito perigoso fazer previsões, sobretudo sobre o
futuro, é possível que nos próximos dez dias, quando estará definido o
grid de largada para a corrida presidencial de 2014, o potencial
favoritismo da presidente Dilma seja reforçado pela desistência de sua
principal adversária até agora, a ex-senadora Marina Silva, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
recuse o registro de seu partido, Rede Sustentabilidade (e não
Solidariedade, como escrevi duas vezes na coluna de domingo), o que
parece bastante provável a esta altura.
Como ela se recusa a ter um plano B, por não considerar aceitáveis as alternativas ao partido que quer criar, resta jogar todos os seus esforços no pensamento positivo. Os infiéis, os descrentes não conseguem abalar a confiança de Marina, que, aconselhada pelo ex-ministro do TSE Torquato Jardim, continua convencida de que receberá o registro da Rede no dia le, a tempo de reunir em tomo de si grupa expressivo de parlamentares que, em diversos pontos do país, já preencheram as fichas de inscrição no novo partido.
Quem está pessimista no momento não tem espaço para aconselhar Marina a procurar um plano B, simplesmente está sendo afastado do centro decisório do novo partido, que só aceita os que acreditam na emanação de forças positivas. Mas a confiança de Marina não está baseada apenas na força dos pensamentos positivos, mas também em cálculo político. "Eles não vão querer me cassar na democracia" tem repetido a diversos interlocutores nos últimos dias.
No plano real, há dificuldades para a construção de um plano B. O Partido Verde (PV) estaria já combinado com o apoio a Dilma, o PEN mais uma vez foi rejeitado em nota oficial por Marina. O PPS seria a melhor opção, embora a maioria de seus membros tenha apoiado os ruralistas na votação do Código Florestal.
Mas o PPS também flerta com outros dois presidenciáveis: o ex-governador José Serra, que ainda não definiu sua situação (o mais provável é que fique no PSDB), e Eduardo Campos, de Pernambuco, como o presidente da sigla, Roberto Freire. Campos devolveu os cargos do PSB no governo federal e segue o caminho traçado há muito tempo para se apresentar como uma alternativa do campo governista caso a campanha de Dilma não decole.
Mantém relação de amizade com o ex-presidente Lula, mas distância política grande com o PT, o que dificulta a possibilidade de tomar-se uma opção governista. A aproximação com o candidato do PSDB, senador Aécio Neves, e com Marina é um malabarismo para mantê-lo na corrida como uma espécie de fiel da balança em caso de segundo turno, hipótese que perde a força sem a presença de Marina no páreo.
As atribulações que vem passando para formar seu partido têm feito também crescer a distância entre Marina e Dilma, a quem a ex-senadora culpa pela sua saída do Ministério de Lula e, agora, pela tentativa de impedi-la de concorrer Como a mais bem colocada adversária nas pesquisas, Marina seria a candidata a ser batida. Outros dois partidos que estão na hora de serem aprovados, o Solidariedade, do líder sindical Paulinho da Força, e o PROS também estão recebendo tratamento rigoroso da Justiça Eleitoral, no que muitos políticos veem a confirmação de que o governo federal age em várias instâncias para enfraquecer seus adversários antes mesmo da largada. O Solidariedade nascerá (ou nasceria) ligado à candidatura de Aécio, seria seu braço sindical na disputa com o PT. Barrando todos os partidos, o TSE estaria querendo mostrar que está sendo rigoroso com todos, e não apenas com a Rede de Marina.
A procuradora eleitoral Sandra Cureau, no entanto, disse ontem que o PSD do ex-prefeito paulista Gilberto Kassab também foi aprovado com diversas assinaturas contestadas. Por isso, Marina continua acreditando na aprovação das assinaturas que faltam, cerca de 80 mil ainda estão presas nos cartórios, que já estouraram o prazo para certificação.
Como ela se recusa a ter um plano B, por não considerar aceitáveis as alternativas ao partido que quer criar, resta jogar todos os seus esforços no pensamento positivo. Os infiéis, os descrentes não conseguem abalar a confiança de Marina, que, aconselhada pelo ex-ministro do TSE Torquato Jardim, continua convencida de que receberá o registro da Rede no dia le, a tempo de reunir em tomo de si grupa expressivo de parlamentares que, em diversos pontos do país, já preencheram as fichas de inscrição no novo partido.
Quem está pessimista no momento não tem espaço para aconselhar Marina a procurar um plano B, simplesmente está sendo afastado do centro decisório do novo partido, que só aceita os que acreditam na emanação de forças positivas. Mas a confiança de Marina não está baseada apenas na força dos pensamentos positivos, mas também em cálculo político. "Eles não vão querer me cassar na democracia" tem repetido a diversos interlocutores nos últimos dias.
No plano real, há dificuldades para a construção de um plano B. O Partido Verde (PV) estaria já combinado com o apoio a Dilma, o PEN mais uma vez foi rejeitado em nota oficial por Marina. O PPS seria a melhor opção, embora a maioria de seus membros tenha apoiado os ruralistas na votação do Código Florestal.
Mas o PPS também flerta com outros dois presidenciáveis: o ex-governador José Serra, que ainda não definiu sua situação (o mais provável é que fique no PSDB), e Eduardo Campos, de Pernambuco, como o presidente da sigla, Roberto Freire. Campos devolveu os cargos do PSB no governo federal e segue o caminho traçado há muito tempo para se apresentar como uma alternativa do campo governista caso a campanha de Dilma não decole.
Mantém relação de amizade com o ex-presidente Lula, mas distância política grande com o PT, o que dificulta a possibilidade de tomar-se uma opção governista. A aproximação com o candidato do PSDB, senador Aécio Neves, e com Marina é um malabarismo para mantê-lo na corrida como uma espécie de fiel da balança em caso de segundo turno, hipótese que perde a força sem a presença de Marina no páreo.
As atribulações que vem passando para formar seu partido têm feito também crescer a distância entre Marina e Dilma, a quem a ex-senadora culpa pela sua saída do Ministério de Lula e, agora, pela tentativa de impedi-la de concorrer Como a mais bem colocada adversária nas pesquisas, Marina seria a candidata a ser batida. Outros dois partidos que estão na hora de serem aprovados, o Solidariedade, do líder sindical Paulinho da Força, e o PROS também estão recebendo tratamento rigoroso da Justiça Eleitoral, no que muitos políticos veem a confirmação de que o governo federal age em várias instâncias para enfraquecer seus adversários antes mesmo da largada. O Solidariedade nascerá (ou nasceria) ligado à candidatura de Aécio, seria seu braço sindical na disputa com o PT. Barrando todos os partidos, o TSE estaria querendo mostrar que está sendo rigoroso com todos, e não apenas com a Rede de Marina.
A procuradora eleitoral Sandra Cureau, no entanto, disse ontem que o PSD do ex-prefeito paulista Gilberto Kassab também foi aprovado com diversas assinaturas contestadas. Por isso, Marina continua acreditando na aprovação das assinaturas que faltam, cerca de 80 mil ainda estão presas nos cartórios, que já estouraram o prazo para certificação.
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