Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Dívida sufoca famílias do Minha Casa, Minha Vida

Dívida sufoca famílias do Minha Casa, Minha Vida
Vitrine do governo Dilma para 2014, programa que pretende entregar moradias populares a 3 milhões de famílias até o fim do ano tem recorde de inadimplência
Alana Rizzo - Cortesia eleitoral: Rudileia de Aragão engrossa a fila de inadimplentes do programa habitacional, mas não corre o risco de perder a casa. O governo, que não quis saber antes se ela poderia pagar, agora também não vai cobrá-la (Fernando Cavalcanti)
Ele foi planejado para ser a mais vistosa vitrine eleitoral da gestão Dilma Rousseff - a resposta do governo para o sonho da casa própria.

Lançado em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida consumiu 134,5 bilhões de reais para fazer 2,1 milhões de casas populares. O primeiro milhão já foi distribuído. A presidente Dilma percorreu seis estados brasileiros neste ano para providenciar ela mesma a entrega. O potencial de dividendos eleitorais da iniciativa é tamanho que ela é tratada como uma espécie de Bolsa Família da área urbana.
 Programa subsidiado, o Minha Casa Minha Vida prevê que o governo arque com uma parte das prestações e o beneficiado banque o restante. O valor das parcelas é calculado com base na renda de cada família. No papel, tudo certo. Na realidade, tudo mais ou menos. Dados obtidos por VEJA revelam que o índice de inadimplência na faixa de financiamento que inclui participantes com renda mensal mais baixa, até 1 600 reais, está em 20%. É um número dez vezes maior que a média dos financiamentos imobiliários no Brasil e 4 pontos mais alto que a porcentagem de atrasos em pagamento de hipoteca nos Estados Unidos em 2007, quando se acentuou a crise que serviu de gatilho para a pior recessão desde o fim da II Guerra Mundial.
Colaborou Natália Cacioli

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