Percival Puggina
O amigo Jorge Bengochea chamou-me a atenção para a matéria do G1 feita a partir de dados mencionados no Fantástico sobre mortes causadas pela polícia no Rio de Janeiro e no Brasil.
O FANTÁSTICO
O espírito da reportagem é o mesmo que anima tudo que os veículos da Globo produzem sobre criminalidade. Suspeitas, insinuações, críticas e tratamento escandaloso às atividades policiais. Aos criminosos, atenção, solicitude, justificações sociológicas e indulgências plenárias.
O espírito da reportagem é o mesmo que anima tudo que os veículos da Globo produzem sobre criminalidade. Suspeitas, insinuações, críticas e tratamento escandaloso às atividades policiais. Aos criminosos, atenção, solicitude, justificações sociológicas e indulgências plenárias.
O G1
Diz a matéria: “O Brasil vive uma realidade alarmante. Em 2018, as polícias brasileiras mataram 6.220 pessoas. Isso corresponde a mais do que o total de homicídios cometidos em toda a União Europeia.”
Diz a matéria: “O Brasil vive uma realidade alarmante. Em 2018, as polícias brasileiras mataram 6.220 pessoas. Isso corresponde a mais do que o total de homicídios cometidos em toda a União Europeia.”
A ARITMÉTICA
Não diz a matéria que, nesse mesmo ano de 2018, bandidos mataram 57.300 pessoas (um número nove vezes maior!). Dado, aliás, que se agigantaria se comparado com o que acontece na União Europeia. No Brasil, quem mata muito é bandido, é quem escolheu o mundo do crime. Contra estes, no seu labor diário, a polícia é frequentemente constrangida a disparar na defesa da própria vida ou de terceiros.
Nada diz a matéria, tampouco, sobre quem são essas pessoas que a polícia matou. Nem por que o fez. Ao mencionar “pessoas”, o texto apela para um substantivo genérico que, supostamente, pode incluir o vigário da paróquia, o dono da lancheria, o presidente da APAE, o motorista do aplicativo, o sorveteiro do bairro...
Com isso, foge do principal, descarta algo que jamais é dito, porque o silêncio a respeito convém às analogias ideológicas entre essa criminalidade, a polícia e a luta de classes. Trata-se, no entanto, de uma obviedade: não fosse a bandidagem sequer haveria polícia de cuja atuação a elite esquerdista pudesse, entre fumadas e cheiradas, inflar o peito de suposta superioridade moral.
extraídadepuggina.org
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