Carlos Frederico Alverga
Ao optar pelo aumento da importação de derivados já beneficiados (principalmente diesel dos Estados Unidos), a empresa atrelou os preços internos dos derivados às variações do dólar (cambial) e das cotações do barril de petróleo no mercado internacional, duas variáveis sobre as quais o gverno brasileiro não tem qualquer tipo de controle.
UM MEIO TERMO – Longe de defender a política de represamento total dos preços do Governo Dilma, que era uma política inadequada, a atual política de vinculação total/plena dos preços internos dos derivados à variação do dólar e ao preço internacional do barril também não é apropriada. Um meio termo entre esses dois extremos talvez fosse a solução indicada.
Na verdade, a briga é entre os acionistas minoritários da Petrobrás e os empresários das transportadoras, respectivamente os beneficiários e os prejudicados pela atual política de preços para os derivados. A Petrobrás fez essa opção para não ter prejuízo internamente em relação à revenda dos derivados que está importando. Mas o maior prejudicado mesmo é o povo brasileiro, que é o acionista maior da entidade, tendo em vista que a União é a acionista controladora da empresa.
Vejam, estamos exportando petróleo cru (mais barato, porque não beneficiado), para deixar as refinarias subutilizadas e importar derivados beneficiados mais caros, principalmente o diesel americano, o que está contribuindo para o aumento do nosso déficit comercial.
Estamos tendo prejuízo nessa conta. É uma política que contribui para acentuar a nossa vulnerabilidade externa. As pessoas às vezes duvidam do fato de o petróleo ser estratégico, mas essa característica existe exatamente porque, no desabastecimento e na escassez dessa matéria-prima, as relações econômicas e o funcionamento do sistema econômico ficam bastante deteriorados e disfuncionais.
extraídadetribunadainternet
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