José Fucs, O Estado de São Paulo
A “troika” da Segunda Turma do STF, formada pelos ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, perdeu todos os escrúpulos, ao lançar uma blitz indecorosa, com potencial para “dinamitar” a Lava Jato e outras operações anticorrupção, em benefício de políticos envolvidos na bandalheira que se espalhou como metástase pelo País.
Com as decisões, tomadas às vésperas do jogo entre Brasil e Sérvia pela Copa, eles não deixam dúvidas, para quem ainda as tinha, de que lado estão na luta dos brasileiros de bem contra a impunidade. Numa só tacada, libertaram o petista Zé Dirceu e o ex-tesoureiro do PP João Claudio Genu, já condenados em segunda instância; trancaram a ação penal contra o deputado estadual Fernando Capez, do PSDB; anularam provas recolhidas no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT; e mantiveram Milton Lyra, apontado como operador do MDB, em liberdade.
Ao distribuir benesses a granel para políticos envolvidos em escândalos de corrupção, o triunvirato da Segunda Turma do STF, formado pelos ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, insurgiu-se contra a prisão preventiva e a prisão após a condenação em segunda instância, sancionada pela maioria do plenário, e colocou em xeque a Lava Jato e outras operações anticorrupção.
Não fosse a ação providencial do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, de transferir o julgamento do caso de Lula para o colegiado, o ex-presidente provavelmente receberia o mesmo tratamento de Dirceu.
Com as decisões que tomaram, Lewandowski, Gilmar e Toffoli não apenas arranharam a credibilidade do STF, que já não era das maiores.
Eles deram um tremendo impulso para reforçar a percepção de impunidade no País e o sentimento de indignação dos brasileiros que teimam em acreditar nos benefícios oferecidos pelo império da lei.
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