MIRANDA SÁ
“Reagindo ao escultor o bloco de pedra pensa: ‘batem em mim, estragam-me, insultam-me, quebram-me, estou perdido…’ (Jean Cocteau)
Nas antologias do mundo inteiro, encontramos uma frase de Bertolt Brecht que é motivo de reflexão para quem tem cabeça para pensar: “Miserável país aquele que não tem heróis. Miserável país aquele que precisa de heróis…”
A origem desta sentença, na verdade, vem de personagens da peça “Galileu Galilei” do próprio Brecht, em que um aprendiz do laboratório do sábio italiano exclama: “Pobre da nação que não tem heróis! ”; ao que Galileu replica com rispidez: “Não, pobre da nação que precisa de heróis”.
No meu tempo de menino visitava nos domingos, pelas mãos dos meus pais, várias praças do Rio de Janeiro, e daquele tempo guardo de cabeça algumas estátuas que se afixaram na lembrança, como a de Pedro II na quinta da Boa Vista e o Monumento aos Heróis de Laguna e Dourados na Praia Vermelha.
Passo atualmente por muitas estátuas que visitei quando criança, a de Tiradentes, na praça do mesmo nome, a do General Osório, na Praça XV, a do positivista admirado pelo meu pai, Benjamim Constant, no Campo de Santana e a de Cabral, na Glória.
Recordo até dos jacarés de Mestre Valentin no Passeio Público e do tigre da Praça Paris e das ninfas em mármore que ficavam no Jardim da Glória e hoje decoram a entrada do Túnel Novo (como se chamava no meu tempo, atualmente não sei como).
Das novas homenagens em mármore bronze, pouco conheço; mas uma, em especial, chama atenção por estar constantemente na página policial dos jornais, a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, instalada no calçadão de Copacabana à altura do Posto 6.
Ele é frequentemente alvo da ação de criminosos. Se não me engano, desde o seu erguimento, a 15 anos, Drummond teve, pela 11ª vez, seus óculos, incluindo o aro e parte das hastes do acessório, furtados.
Os vândalos cariocas são isentos de respeito pelas tradições, além da revoltante violência contra a propriedade alheia; colaborando com a falta de respeito aos protagonistas da nossa cultura, estão abandonadas pela administração municipal as estátuas de dom João VI, na Praça Quinze, do grande Noel Rosa, na Vila Isabel, do professor Malba Tahan, na Cidade Nova.
Enquanto isto, na doentia imaginação dos fanáticos lulopetistas, ergue-se a estátua do pelego, arquicorrupto Lula da Silva. Para não ficar atrás da horda acumpliciada com a corrupção, os vereadores de São Paulo, que não são muito cristãos, homenagearam a mulher dele, a falecida Marisa Letícia, pelo mérito de não fazer nada.
A estátua do Pelegão, é ele mesmo que vem esculpindo a anos. No monumento, ainda inacabado, vê-se as marcas das contradições, das mentiras, dos roubos e dos anacronismos. Falta-lhe acrescentar a ingratidão para ilustrar as alegorias.
Para a auto escultura do pelego narcopopulista, talha-se no pedestal a distribuição do dinheiro do BNDES para as ditaduras que defende, e o presente de uma refinaria da Petrobras ao cocalero Evo Morales, da Bolívia.
Nessa atmosfera de fuga da realidade, a dança frenética dos oligofrênicos Gleise e Lindemberg em torno do ídolo, restando para a posteridade a escultura da fraude, da impostura e da mentira. Um monumento ao cadáver de uma ideologia distorcida e superada.
EXTRAÍDADEATRIBUNADAIMPRENSA
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