por Miguel Lucena
Corrupção existe em todos os setores. Se salários altos evitassem atos desonestos, não teríamos tantos parlamentares e governantes presos e envolvidos em esquemas de malversação de recursos públicos.
Atribuir a corrupção a salários defasados é o mesmo que acusar os trabalhadores brasileiros, em sua maioria ganhando pouco mais de um salário mínimo, de serem ladrões. Como vivem com tão pouco? Será que complementam a renda furtando?
Claro que a satisfação salarial e profissional faz o servidor pensar duas vezes antes de praticar um ato ilícito que prejudique sua carreira para sempre, levando-o à perda do cobiçado cargo. O desonesto, no entanto, por ser de sua índole, um dia cairá em tentação.
Os policiais civis, por exemplo, não são mais ou menos honestos do que eram antes. Estão, sim, desestimulados com a perda da paridade salarial com a Polícia Federal e a falta de efetivo, o que levou o governo a fechar 20 das 31 delegacias do DF à noite, nos finais de semana e feriados.
Quem consultar direito o dicionário vai ver que corrupção jamais poderá ser sinônimo de tristeza e depressão. Na falta de alegria, curemos esse mal com doses de esperança e coragem de mudar.
*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.
** Publicado no Diário do Poder
extraídadepuggina.org
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