por Wambert Di Lorenzo .
O sofisma de que a intervenção federal no Rio de Janeiro é uma ação de opressão contra as classes mais pobres da cidade só pode ter saído das mesmas pessoas que defendem o desarmamento da população sob a escolta de seguranças armados. Esta classe - que de pobre não tem nada - diz-se a defensora dos oprimidos e não percebe que, na realidade, os que mais sofrem com a criminalidade são os pobres. Estes mesmos que não podem comprar uma arma, porque o Estado não deixa, e não podem contratar seguranças armados. A intervenção federal não resolve o problema da segurança pública como um todo. É um remédio para garantir lei e ordem. Porém, segurança pública é mais que isso.
A segurança pública é o primeiro dever do Estado, que existe para todos, mas deve atender, principalmente, quem dele mais precisa. Razão pela qual precisa tomar medidas que sejam de acordo com a realidade, seja ela normativa ou de exceção.
Misturar pobre com bandido é algo que a esquerda realiza, dando a ilusão de que todo o crime é culpa da desigualdade social, e não uma opção individual. Quem ostenta fuzil, arma de grosso calibre capaz de abater aeronaves, não são pobres, trabalhadores ou vítimas da sociedade, mas combatentes. No caso do Rio de Janeiro, narcoguerrilheiros.
É preciso que seja feita a revisão do código de execução penal de modo que deixemos de tratar policiais como criminosos caso alvejem um meliante durante tiroteio. Neste contexto, é importante lembrar que a primeira e principal função de uma cadeia é a punição, que é a primeira etapa de um processo de ressocialização. Esta ressocialização, contudo, é uma decisão do indivíduo, não do Estado.
Cabe a este dar condições para que cada sujeito possa escolher e trilhar o caminho da ressocialização. Em suma, precisamos de políticas que combatam o crime sem deixar de proteger o cidadão.
* Vereador (PROS) de Porto Alegre
* * Publicado originalmente no Jornal do Comércio
* * Publicado originalmente no Jornal do Comércio
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