CORREIO BRAZILIENSE -
As pessoas que nascem
hoje viverão em um mundo com muito pouca privacidade, alertou Edward
Snowden. Norte-americano com asilo provisório na Rússia, ele gravou uma
mensagem em vídeo televisionada pelo Channel Four, da Inglaterra, na
mesma hora em que a rainha Elizabeth aparecia na BBC desejando aos
súditos um feliz Natal.
Snowden sabe do que fala. Ajudou a monitorar o mundo todo como funcionário terceirizado a serviço da espionagem norte-americana. Depois denunciou o esquema e escondeu-se. Agora, sentindo-se cansado e inseguro na Rússia de Vladimir Putin, quer vir para o Brasil.
O monitoramento é realmente preocupante. Mas também é poderoso instrumento de segurança. Como toda arma, pode ser usado para o bem e para o mal. Certamente precisamos estar vigilantes e limitar o poder do Estado, além de coibir as ações de bisbilhoteiros privados. Mas não se deve fazer isso deixando de lado o que deve ser observado. Do contrário, corremos o risco de sofrer as desvantagens da tecnologia sem aproveitar o que ela tem de bom.
Isso não envolve apenas a internet e as ligações telefônicas. Tome-se o caso das câmeras de segurança. Um grupo de moradores da Asa Sul tentou colocá-las na quadra, mas foi impedido exatamente sob a alegação do prejuízo à privacidade. A preocupação é razoável. Então por que o próprio governo não instala os aparelhos?
Mas não basta a tecnologia. É preciso também gente qualificada por trás dela. O episódio da pichação da estátua de Drummond no Rio, na noite de Natal, deixou isso claro. Se a imagem estava disponível às autoridades, era de esperar que a polícia chegasse correndo para pegar os criminosos. Com monitoramento eletrônico e agilidade, não é preciso um policial em cada esquina.
Podemos sonhar, por exemplo, com segurança permanente nas passagens sob o Eixão. Liberdade de ir e vir a qualquer hora e o fim dos atropelamentos. Seria possível também, entre outras coisas, coibir o estacionamento irregular nas ruas de Brasília, que tanto risco traz ao fazer com que os motoristas tenham pouca visibilidade nos cruzamentos, ou tenham de trafegar pela contramão.
Por ora, porém, as câmeras registram só quem dirige em alta velocidade ou passa no sinal vermelho. Algo necessário, mas insuficiente. E que, ainda por cima, desmoraliza o Estado ao sugerir que só lhe interessa o que lhe proporciona boa arrecadação com multas - sem dar muito trabalho.
Snowden sabe do que fala. Ajudou a monitorar o mundo todo como funcionário terceirizado a serviço da espionagem norte-americana. Depois denunciou o esquema e escondeu-se. Agora, sentindo-se cansado e inseguro na Rússia de Vladimir Putin, quer vir para o Brasil.
O monitoramento é realmente preocupante. Mas também é poderoso instrumento de segurança. Como toda arma, pode ser usado para o bem e para o mal. Certamente precisamos estar vigilantes e limitar o poder do Estado, além de coibir as ações de bisbilhoteiros privados. Mas não se deve fazer isso deixando de lado o que deve ser observado. Do contrário, corremos o risco de sofrer as desvantagens da tecnologia sem aproveitar o que ela tem de bom.
Isso não envolve apenas a internet e as ligações telefônicas. Tome-se o caso das câmeras de segurança. Um grupo de moradores da Asa Sul tentou colocá-las na quadra, mas foi impedido exatamente sob a alegação do prejuízo à privacidade. A preocupação é razoável. Então por que o próprio governo não instala os aparelhos?
Mas não basta a tecnologia. É preciso também gente qualificada por trás dela. O episódio da pichação da estátua de Drummond no Rio, na noite de Natal, deixou isso claro. Se a imagem estava disponível às autoridades, era de esperar que a polícia chegasse correndo para pegar os criminosos. Com monitoramento eletrônico e agilidade, não é preciso um policial em cada esquina.
Podemos sonhar, por exemplo, com segurança permanente nas passagens sob o Eixão. Liberdade de ir e vir a qualquer hora e o fim dos atropelamentos. Seria possível também, entre outras coisas, coibir o estacionamento irregular nas ruas de Brasília, que tanto risco traz ao fazer com que os motoristas tenham pouca visibilidade nos cruzamentos, ou tenham de trafegar pela contramão.
Por ora, porém, as câmeras registram só quem dirige em alta velocidade ou passa no sinal vermelho. Algo necessário, mas insuficiente. E que, ainda por cima, desmoraliza o Estado ao sugerir que só lhe interessa o que lhe proporciona boa arrecadação com multas - sem dar muito trabalho.
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