Incoerência ou a moral de cuecas?
Caros amigos
É muito triste ver um país como o Brasil, de
formação e tradição cristãs, destroçado em seus valores, costumes e princípios
culturais, hierárquicos e religiosos.
É muito triste ver cidadãos desnorteados em suas
ações e julgamentos sobre o que é certo ou errado, moral ou imoral, bom ou mau,
buscando, de formas extremas e atabalhoadas, a melhor forma de agir e de
demonstrar a sua insatisfação.
É triste assistir às consequências da negação do
dever em favor de direitos efêmeros que não correspondem à realidade das
necessidades da convivência, do desenvolvimento e do verdadeiro interesse da
maioria.
Se é verdade que, até há pouco tempo, a pregação
e a prática da moral e dos bons costumes em terras de Santa Cruz, em muitos
casos e circunstâncias, era feita sob a aura da hipocrisia e de alguma
discriminação, é verdade também que, por estas mesmas circunstâncias, bem ou
mal, os princípios e a consciência da necessidade desses valores estavam
presentes no consciente e no subconsciente das relações interpessoais e do
comportamento coletivo e eram, pelo menos, um referencial da forma correta de
como deveriam ser essas relações e comportamentos.
O homem precisa da vida em sociedade para a
satisfação de seus anseios e, nesta busca, surgem os conflitos e a necessidade
de um ordenamento jurídico que discipline e direcione seu comportamento,
impondo-lhe um convívio harmônico que dê a cada cidadão o que lhe é justo e de
direito.
O ordenamento sobre o qual se estruturam as
modernas leis brasileiras fez com que o comportamento ético passasse a ser
interpretado como uma forma de opressão e de cerceamento da liberdade, tendo
como consequência, em curto prazo, a corrupção, o crime organizado, a
bandidagem, a libertinagem, a promiscuidade e o desrespeito ao próximo, à coisa
pública e ao patrimônio alheio.
É muito triste assistir às manifestações
populares que têm enchido as ruas das grandes cidades serem dominadas por
grupos de anarquistas e baderneiros sem causa que delas se aproveitam para
praticar, justamente, o que a suposta maioria dos manifestantes vem condenar em
praça pública, mesmo sem, aparentemente, reconhecer as causas do que lhes
provoca a indignação.
O Brasil, por força do modismo “libertário”,
tomou a cara de seus políticos e dirigentes e, ao olhar-se no espelho, deu-se
conta de que não gosta do que vê, sem, no entanto, saber exatamente qual é ou
deveria ser a sua verdadeira feição!
O povo brasileiro sai às ruas para protestar
sobre os escombros de uma tragédia anunciada, votada, eleita e empossada por
ele mesmo! Deu-se conta, ao sofrer as consequências, de que cometeu um erro,
mas, ainda, não se apercebeu ou está completamente convencido de qual deve ser
a solução a adotar! Afinal, a pressão das massas só serve para demonstrar a
insatisfação, não é solução.
A submissão da maioria à violência e ao
desrespeito de uma suposta minoria deixa claro que os brasileiros, embora
enxergando o que é ou está errado, não sabem exatamente o que querem ou o que
devem fazer para corrigir o rumo, pois, para tal, terão que submeter o direito
ao dever, o errado ao certo, o imoral ao moral e o mau ao bom, já que foi,
justamente, a priorização dos primeiros que deu margem a tudo que, hoje, os
revolta!
No Brasil, o “direito” passou a ser a prima-dona
dos anseios nacionais e, por via de consequência, seu irmão mais velho, o
“dever” foi, por indução de lideranças espúrias, colocado em segundo plano,
passando a ser visto como símbolo de autoritarismo e de princípios
ultrapassados de moral e de ética, quando, na verdade, é dele que surgem os
arcabouços da honestidade, do progresso, da ordem, da organização, da
convivência e do respeito à vida em sociedade.
O povo foi às ruas protestar contra as
consequências do que ele próprio permitiu que acontecesse e, para isto, permite,
agora, que uma suposta minoria faça uso da violência, da
desordem, do desrespeito à lei, dos saques, das pichações e da destruição do
patrimônio público e privado, ao arrepio, portanto, dos interesses e dos
princípios pelos quais se manifesta, tendo, como resultado, consequências que,
em tudo, se assemelham às que provocaram a sua revolta.
Seria incoerência ou a moral de cuecas?
PChagas





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