Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Incoerência ou a moral de cuecas?



Incoerência ou a moral de cuecas?

Caros amigos

É muito triste ver um país como o Brasil, de formação e tradição cristãs, destroçado em seus valores, costumes e princípios culturais, hierárquicos e religiosos.

É muito triste ver cidadãos desnorteados em suas ações e julgamentos sobre o que é certo ou errado, moral ou imoral, bom ou mau, buscando, de formas extremas e atabalhoadas, a melhor forma de agir e de demonstrar a sua insatisfação.

É triste assistir às consequências da negação do dever em favor de direitos efêmeros que não correspondem à realidade das necessidades da convivência, do desenvolvimento e do verdadeiro interesse da maioria.

Se é verdade que, até há pouco tempo, a pregação e a prática da moral e dos bons costumes em terras de Santa Cruz, em muitos casos e circunstâncias, era feita sob a aura da hipocrisia e de alguma discriminação, é verdade também que, por estas mesmas circunstâncias, bem ou mal, os princípios e a consciência da necessidade desses valores estavam presentes no consciente e no subconsciente das relações interpessoais e do comportamento coletivo e eram, pelo menos, um referencial da forma correta de como deveriam ser essas relações e comportamentos.

O homem precisa da vida em sociedade para a satisfação de seus anseios e, nesta busca, surgem os conflitos e a necessidade de um ordenamento jurídico que discipline e direcione seu comportamento, impondo-lhe um convívio harmônico que dê a cada cidadão o que lhe é justo e de direito.

O ordenamento sobre o qual se estruturam as modernas leis brasileiras fez com que o comportamento ético passasse a ser interpretado como uma forma de opressão e de cerceamento da liberdade, tendo como consequência, em curto prazo, a corrupção, o crime organizado, a bandidagem, a libertinagem, a promiscuidade e o desrespeito ao próximo, à coisa pública e ao patrimônio alheio.

É muito triste assistir às manifestações populares que têm enchido as ruas das grandes cidades serem dominadas por grupos de anarquistas e baderneiros sem causa que delas se aproveitam para praticar, justamente, o que a suposta maioria dos manifestantes vem condenar em praça pública, mesmo sem, aparentemente, reconhecer as causas do que lhes provoca a indignação.

O Brasil, por força do modismo “libertário”, tomou a cara de seus políticos e dirigentes e, ao olhar-se no espelho, deu-se conta de que não gosta do que vê, sem, no entanto, saber exatamente qual é ou deveria ser a sua verdadeira feição!

O povo brasileiro sai às ruas para protestar sobre os escombros de uma tragédia anunciada, votada, eleita e empossada por ele mesmo! Deu-se conta, ao sofrer as consequências, de que cometeu um erro, mas, ainda, não se apercebeu ou está completamente convencido de qual deve ser a solução a adotar! Afinal, a pressão das massas só serve para demonstrar a insatisfação, não é solução.

A submissão da maioria à violência e ao desrespeito de uma suposta minoria deixa claro que os brasileiros, embora enxergando o que é ou está errado, não sabem exatamente o que querem ou o que devem fazer para corrigir o rumo, pois, para tal, terão que submeter o direito ao dever, o errado ao certo, o imoral ao moral e o mau ao bom, já que foi, justamente, a priorização dos primeiros que deu margem a tudo que, hoje, os revolta!

No Brasil, o “direito” passou a ser a prima-dona dos anseios nacionais e, por via de consequência, seu irmão mais velho, o “dever” foi, por indução de lideranças espúrias, colocado em segundo plano, passando a ser visto como símbolo de autoritarismo e de princípios ultrapassados de moral e de ética, quando, na verdade, é dele que surgem os arcabouços da honestidade, do progresso, da ordem, da organização, da convivência e do respeito à vida em sociedade.

O povo foi às ruas protestar contra as consequências do que ele próprio permitiu que acontecesse e, para isto, permite, agora, que uma suposta minoria faça uso da violência, da desordem, do desrespeito à lei, dos saques, das pichações e da destruição do patrimônio público e privado, ao arrepio, portanto, dos interesses e dos princípios pelos quais se manifesta, tendo, como resultado, consequências que, em tudo, se assemelham às que provocaram a sua revolta.

Seria incoerência ou a moral de cuecas?

PChagas
 

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