#vamosmudarbrasilia
CLAUDIO MAFRA
Existe a chance de que poderemos sentir saudades destes dias que vivemos. Numa análise superficial sentimo-nos beligerantes em relação ao PT por conta do nosso bom gosto; nossa formação acadêmica; pelo fato de que são filo-comunistas; por razões éticas; pelo temor de que se perpetuem no poder e etc.etc.etc. Claro que todos os motivos que citei se encontram entrelaçados. O fato é que nossas vidas pioraram muito, indo desde o mal psíquico de nos sentirmos amarrados à enxurrada de fatos deprimentes que nos são bombardeados pela TV e jornais, até o trivial, como, por exemplo, a impossibilidade de colocar nossos carros nas ruas por conta dos 100% de aumento nas vendas dos veículos em espantosos 10 anos. Culpa da demagogia do governo e parte do plano de reinar ad eternum – que são a mesma coisa. Reinaldo Azevedo e outros foram ameaçados por listas de “inimigos do regime”. Por enquanto não parece nada perigoso. Por enquanto. Eu, mesmo reconhecendo a minha pouca importância nesse contexto, ( ou nenhuma importância) sei que posso me dar muito mal se os soviets vierem a funcionar, se a imprensa for censurada (será em cascata crescente até o insuportável) e, SOBRETUDO E PRINCIPALMENTE – se o exército se tornar o braço armado do PT. A minha experiência nesse campo continua muito viva para que eu não leve a sério o que está se passando.
As listas de vingança, na falta de um exemplo melhor, e guardadas as imensas proporções, seriam feito aquelas que circularam em Saigon quando os norte-vietnamitas se aproximavam. As pessoas seriam assassinadas. Aqui seria alguma coisa como perder o emprego, sofrer processos e humilhações.
Uma das manifestações do inconsciente coletivo dos oposicionistas, na mídia e principalmente na internet, é a de que todos se julgam seguros sem saberem exatamente porque, além de ainda existir um estado de direito. Tentando me fazer entender: O PT, em virtude de suas origens, é algo que estava no index das Forças Armadas até pouco tempo. Lula disse que se tivesse sido eleito, derrotando Collor, não governaria, ou teria que fazer uma revolução. Essa imagem do PT no poder como um acidente de percurso, PORQUE contraria às convicções básicas dos militares, ainda permanece nas pessoas, embora intelectualmente reconheçam que ele está aí e provavelmente vai continuar por mais doze anos. Todos os descalabros, e roubalheiras encaixam-se nessa visão cujo realismo aparente é minado pelo inconsciente. Reconhecem o PT – outra vez – intelectualmente, mas não emocionalmente. As duas palavras aqui colocadas têm sentido psíquico-analítico.
O que fortalece o quadro, como eu disse, são as Forças Armadas. O golpe militar, que os petistas insistem em colocar em pauta todos os dias, alimenta em nós a sensação não detectada de que existe alguma coisa acima da contingência que vivemos. Sem se dar conta, o petismo acerta em duas frentes : desmoraliza mais e mais os militares ( depois de perceber que definitivamente não reagem) e, como eu disse, alimenta em nós um comportamento vindo do inconsciente, e, sem nos darmos conta, passamos a acreditar que existe alguma coisa acima do PT, alguma coisa que poderia se manifestar impedindo que o país se incline definitivamente para o socialismo cabôclo. Também não se pode descartar a hipótese de que a insistência do PT em bater na tecla do golpe, não seja apenas revanchismo, mas também o medo de que ele volte a se repetir.
A realidade vai ser dura quando descobrirmos que, após a intervenção nas escolas militares, em curtíssimo prazo os tenentes e capitães se tornaram petistas. Em sequência, os oficiais superiores. Os oficiais generais são nomeados pelo presidente. A ficha vai cair, mas não com aquele pequeno tilintar, mas com estrondo. Vamos descobrir que temos que calar a boca, porque estaremos num regime que pode ser muito parecido com o que existe na China. Os bolivarianismo seria apenas parte das mudanças.
Tudo caminha para a ditadura. Comenta-se diariamente na mídia. Não podemos esquecer que o Supremo já é petista na maioria de seus ministros e vai ser petista na totalidade - ainda neste governo da Dilma (?). Uma oposição corajosa moral e fisicamente não existe. A probabilidade maior é de novo mandato petista seguido possivelmente da volta do Lula em 2018. Talvez estejamos na estranha encruzilhada : ou Aécio ou “a modernização do comunismo”.
FONTE - CLAUDIOMAFRA.COM
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