#vamosmudarbrasilia
DORA KRAMER
A
Copa do Mundo está aí mesmo para comprovar o óbvio: o prazo de validade
das previsões, das catastróficas às mais otimistas, é ditado pelos
fatos.
De onde não se deve brigar com eles, quando se impõem, nem por isso é aconselhável menosprezar os dados do presente como indicadores de um provável cenário futuro.
No caso do Mundial, os improvisos, os atrasos, os gastos, o histórico de maus serviços públicos e o clima adverso não apontavam para o desfecho que a realidade agradavelmente tratou de desmentir.
A expectativa tem dessas coisas. Acontece na política também. Em 5 de outubro de 2013, um sábado, o então ainda governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, anunciaram uma aliança que na época foi interpretada como o grande lance dessa eleição.
Um gesto capaz de mudar todo o cenário, romper a polarização entre PT e PSDB. Juntando a experiência política e a boa avaliação administrativa de Campos ao capital de votos e simbolismo de Marina, a aparência era mesmo daquilo a que se chamou de "golpe de mestre".
O alvoroço e a inquietação tomaram conta das hostes petistas e tucanas. Uma das pesquisas próximas ao anúncio da aliança parecia confirmar a expectativa positiva.
Mas, logo os índices voltaram a cair, os problemas a se mostrarem maiores que as soluções e a festejada união perdeu o elã, dando lugar a um leve sabor de frustração.
Isso quer dizer que esteja fadada ao fracasso? Tal resposta só quem tem são os fatos, aqueles senhores absolutos do prazo de validade das previsões.
Falando neles, fato é que o efeito transformador do cenário não aconteceu. Ao menos até agora.
No oficial, os parceiros não falam em arrependimento. No paralelo, porém, ressaltam que a pressa e o improviso na formação da aliança não foram bons conselheiros.
A posição de vestal de Marina afugentou potenciais aliados de Eduardo Campos e a posição dela como coadjuvante não entusiasmou na mesma proporção aquele eleitorado de 2010. Dizendo de modo mais direto: a aliança não rendeu (ainda?) aquilo que se esperava.
Culpa de Marina Silva, que só cria problemas? O PSB tende a considerar que sim, mas se a gente olhar direitinho vai ver que apesar de todas as exigências a vontade dela não prevaleceu nas decisões do partido nos três maiores colégios eleitorais, São Paulo, Minas e Rio.
Responsabilidade de Campos, que poupa o ex-presidente Lula de críticas e com isso dá a impressão de que ainda possa se aliar ao PT?
Talvez, mas isso não tem nada a ver com a aliança e sim com as razões dele que até o momento não estão claras quais são.
Senhor da razão. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que a presidente Dilma Rousseff escolherá o substituto de Joaquim Barbosa no "momento certo".
Tendo em vista a imprevisibilidade do resultado da eleição, é complicada a decisão sobre qual seria esse momento. Em tese a presidente não tem, como alega o ministro, o tempo que "for necessário".
Se deixar para depois e for derrotada ou o PT perde a chance de nomear mais um ministro do STF ou Dilma fará uma nomeação sem legitimidade para tal. Caso ganhe, aí sim será senhora do tempo.
Avalistas. A gente percebe a dimensão da influência da economia nessa campanha eleitoral quando dois pretendentes a governantes apresentam como avalistas dois ex-presidentes do Banco Central com alto capital de confiabilidade.
Aécio Neves para onde vai leva Armínio Fraga a tiracolo. Paulo Skaf mal recebeu o apoio do PSD e já anunciou Henrique Meirelles secretário de Fazenda, caso vença a eleição em São Paulo.
De onde não se deve brigar com eles, quando se impõem, nem por isso é aconselhável menosprezar os dados do presente como indicadores de um provável cenário futuro.
No caso do Mundial, os improvisos, os atrasos, os gastos, o histórico de maus serviços públicos e o clima adverso não apontavam para o desfecho que a realidade agradavelmente tratou de desmentir.
A expectativa tem dessas coisas. Acontece na política também. Em 5 de outubro de 2013, um sábado, o então ainda governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, anunciaram uma aliança que na época foi interpretada como o grande lance dessa eleição.
Um gesto capaz de mudar todo o cenário, romper a polarização entre PT e PSDB. Juntando a experiência política e a boa avaliação administrativa de Campos ao capital de votos e simbolismo de Marina, a aparência era mesmo daquilo a que se chamou de "golpe de mestre".
O alvoroço e a inquietação tomaram conta das hostes petistas e tucanas. Uma das pesquisas próximas ao anúncio da aliança parecia confirmar a expectativa positiva.
Mas, logo os índices voltaram a cair, os problemas a se mostrarem maiores que as soluções e a festejada união perdeu o elã, dando lugar a um leve sabor de frustração.
Isso quer dizer que esteja fadada ao fracasso? Tal resposta só quem tem são os fatos, aqueles senhores absolutos do prazo de validade das previsões.
Falando neles, fato é que o efeito transformador do cenário não aconteceu. Ao menos até agora.
No oficial, os parceiros não falam em arrependimento. No paralelo, porém, ressaltam que a pressa e o improviso na formação da aliança não foram bons conselheiros.
A posição de vestal de Marina afugentou potenciais aliados de Eduardo Campos e a posição dela como coadjuvante não entusiasmou na mesma proporção aquele eleitorado de 2010. Dizendo de modo mais direto: a aliança não rendeu (ainda?) aquilo que se esperava.
Culpa de Marina Silva, que só cria problemas? O PSB tende a considerar que sim, mas se a gente olhar direitinho vai ver que apesar de todas as exigências a vontade dela não prevaleceu nas decisões do partido nos três maiores colégios eleitorais, São Paulo, Minas e Rio.
Responsabilidade de Campos, que poupa o ex-presidente Lula de críticas e com isso dá a impressão de que ainda possa se aliar ao PT?
Talvez, mas isso não tem nada a ver com a aliança e sim com as razões dele que até o momento não estão claras quais são.
Senhor da razão. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que a presidente Dilma Rousseff escolherá o substituto de Joaquim Barbosa no "momento certo".
Tendo em vista a imprevisibilidade do resultado da eleição, é complicada a decisão sobre qual seria esse momento. Em tese a presidente não tem, como alega o ministro, o tempo que "for necessário".
Se deixar para depois e for derrotada ou o PT perde a chance de nomear mais um ministro do STF ou Dilma fará uma nomeação sem legitimidade para tal. Caso ganhe, aí sim será senhora do tempo.
Avalistas. A gente percebe a dimensão da influência da economia nessa campanha eleitoral quando dois pretendentes a governantes apresentam como avalistas dois ex-presidentes do Banco Central com alto capital de confiabilidade.
Aécio Neves para onde vai leva Armínio Fraga a tiracolo. Paulo Skaf mal recebeu o apoio do PSD e já anunciou Henrique Meirelles secretário de Fazenda, caso vença a eleição em São Paulo.
fonte avarandablogspo
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