Anteriormente, o governo petista, na pessoa do Sr. Lula, galhofeira e arrogantemente declarava à nação que sua fórmula era gastar mais, baixar os juros e contratar mais servidores públicos.
Agora, seus áulicos defendem com poses de sábios o aperto monetário, o aumento das taxas, e o mais contraditório, o desemprego. Está na hora de a população começar a se levar a sério.
Certo dia, se bem me recordo, fiz algumas considerações sobre as colunas publicadas no jornal cubano Granma. Impressionou-me a vagueza e a lassidão com que os seus autores discorriam sobre assuntos que dificilmente eu conseguia identificar e comparei-os àqueles devaneios que nos assombram o sono após uma beberagem das boas.
Pobres
coitados! Não podem escrever nada de sério e importante em suas vidas
tuteladas pelo regime comunista de seu país. Então, quando não recebem
ordens de mentir descaradamente sobre algum fato, divagam a esmo, em
prolixos parágrafos que têm por meta mais fazer-lhes passar o tempo do
que informar alguma coisa. Eu poderia mesmo aventar se naqueles laivos
literários não se ocultam pedidos desesperados de socorro.
Tal
desculpa, porém, não resta à grossa parte dos economistas e jornalistas
brasileiros, e aqui não estou a criticar os jovens semiletrados
recentemente egressos destas fábricas de diploma de 3º grau, pois já
seria de mim algo como uma sádica maldade.
Foi
depois de ler um tanto de Ludwig von Mises que aprendi que ao fazer uso
do termo “economista”, eu o fazia com especial deferência à donas de
casa (!), mas excluía absolutamente os teóricos marxistas e keynesianos,
e hoje digo, com que razão! Nas linhas seguintes, vou mostrar aos
leitores como os economistas destas correntes mergulham na mais profunda
maconha, ou, para serem ainda mais petistas, no chá do santo daime.
Para tanto, recorro a um artigo que um dia, quem sabe, felizmente poderá
ser usado como um estudo de caso dos nossos pastosos tempos: Inflação e
Pleno Emprego, de Celso Ming, publicada no Estadão de 30 de abril
(hoje), que li do blog Diplomatizzando, do amigo Dr. Paulo Roberto de
Almeida, que muito felizmente, intitulou-o com o acréscimo de seus
comentários: “Keynesianos já não entendem mais nada...”
Comecemos:
Já
havia na área econômica do governo Dilma Rousseff confusão entre
objetivos estratégicos. Nunca havia ficado claro, por exemplo, o que é
mais importante: se o crescimento da atividade econômica ou se o avanço
do emprego. Imaginava-se vagamente que eram a mesma coisa.
Quando
a expansão do PIB ficou travada, mesmo no ambiente de pleno emprego, o
governo e seus economistas não conseguiram esconder a perplexidade:
tiveram e seguem tendo dificuldades para explicar como as duas situações
podem coexistir.
Confusão entre objetivos estratégicos? Será que algum dia houve algum, at all? Fosse por convicção, antes mesmo não houvesse! Para que alguém venha a propor alguma dicotomia teórica entre prosperidade e emprego, faz-se necessário antes demonstrar porque economias livres cresceram fabulosamente com fartura de empregos e ainda, com uma queda contínua dos preços.
Em
uma economia livre, a poupança gera excedentes de capital que são
investidos em mais produção, gerando solidamente empregos com salários
cada vez maiores. Foi a receita básica da prosperidade norte-americana,
isto é, pelo menos até o fim do séc. XIX, bem como a da recuperação
europeia ocidental após a 2ª Guerra Mundial e dos países asiáticos
apelidados de tigres. Portanto, isto nos leva a perguntar: Que poupança
houve neste país nos últimos dez anos? Que investimentos foram feitos?
A
verdade é que jamais houve, durante a gestão petista, algo que se possa
ter por crescimento econômico; o que tem havido, sim, foi uma
provisória ocupação da capacidade instalada para atender a um
crescimento artificial da demanda. Esta, por sua vez, não pode ser
debitada na conta da “geração de empregos”, pois os empregos que
surgiram são provenientes majoritariamente do inchaço do serviço
público, da multiplicação de ONG’s mantidas pelo erário e programas de
transferência de renda, bem como de estímulos irresponsáveis ao crédito.
Se
uma comparação mais ou menos acertada pode ser feita, imagine um
sujeito que pensa ser possível conduzir seu veículo tão somente por meio
do acionamento do seu motor de arranque. Tendo agido assim, até que
deve ter conseguido provocar uns trancos para a frente, e o carro talvez
tenha até andado mais um pouco, se estivesse numa descida, o que lhe
faria comemorar seu feito perante seus amigos. Porém, bastaria encontrar
um suave aclive para que o embalo perdesse o fôlego, e a bateria, que
agora jaz exausta, não conseguisse mais nem acender uma lâmpada
qualquer. É isto o que está acontecendo hoje com o Brasil.
Prossigamos:
Outro
desdobramento do mesmo tema é a relação entre pleno emprego e inflação.
O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman foi duramente
atacado por excesso de ortodoxia quando advertiu, há dois meses, ser
preciso segurar a oferta de emprego para conter a inflação.
Na
semana passada, um economista comprometido de longa data com o
desenvolvimento econômico, o professor da Fundação Getúlio Vargas
Yoshiaki Nakano (foto), também avisou que o atual nível de inflação
somente recuará se o governo aplicar à economia boa dose de desemprego.
Não
são vozes isoladas. Tanto no Relatório de Inflação como nas atas do
Copom, o Banco Central também vem advertindo para os efeitos
inflacionários provocados pelo excessivo aquecimento do mercado de
trabalho.
Se Alexandre Schwartsman está sendo acusado de ortodoxia por ter proferido uma enormidade como esta, então imaginem a suruba que rola quando estão todos de acordo! E o Dr. Yoshiaki Nakano(!), bem que poderia contribuir para amenizar os efeitos da crise, pedindo sua exoneração. Já seria um bom começo!
Reputo
como canalha, no mínimo, a orgia com que o governo petista tratou os
recursos públicos e induziu a população ao endividamento, para agora
estes barbudinhos de carteirinha virem a público defender o desemprego,
que certamente não será os das parasitas oficiais, mas de gente honesta e
produtiva, que pega o ônibus às cinco da manhã para trabalhar pesado.
O
governo petista não gerou empregos, nem promoveu o crescimento. Ele
gastou, no sentido mesmo de desperdiçar, os recursos dos nossos impostos
e do nosso futuro com empregos improdutivos e com o consumo
inflacionário, uma vez que os milhares de aspones, com um salário no banco, passaram a competir com os cidadãos produtivos pelos mesmos produtos.
Aliás,
a produção não somente não foi estimulada como pelo contrário, tem
sofrido toda sorte de perseguições por parte do governo, com especial
ênfase ao agronegócio. Assim bem entendido, compreende-se que o tomate
não tem sido o vilão da inflação, mas pelo contrário, sua grande vítima.
Em frente:
Em
princípio, inflação alta é fator que corrói o poder aquisitivo e,
nessas condições, contribui para reduzir a demanda por bens e serviços.
No entanto, como estão aumentando acima da inflação e da produtividade,
fato para o qual também adverte o Banco Central, os salários contribuem
decisivamente para a alta dos custos do setor produtivo e para o aumento
da demanda por bens e serviços além da capacidade de oferta da
economia.
A
questão não se esgota aí e é mais complexa do que sugerem certos
debates. Tanto Schwartsman como Nakano defendem elevação mais forte dos
juros básicos do que a admitida pelo Banco Central. E eles não estão
sozinhos. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos
Hamilton Araújo, também advoga mais aperto monetário para enfrentar a
inflação.
Incrível
como ainda se compra barato esta confusão entre doença e febre.
Certamente, porque esta mentira deslavada aproveita aos seus
mistificadores. Preços em alta não são a inflação! Deixemos o tomate em
paz! Os aumentos de preços são apenas a febre, isto é, a consequência da
percepção pelos agentes econômicos do aumento da oferta de dinheiro na
praça. A doença tem o nome de expansão monetária, que é o que o tão
perdulário governo faz quando está tão ávido que não se contenta com os
impostos e com o endividamento privado e se põe a injetar zeros a mais
na conta do Tesouro.
Privatização
dos juros já! As taxas de juros são importantíssimas para a correta
informação dos investimentos do mercado. Quando os governos a baixam por
decreto, estimulam a aplicação de recursos em investimentos de longo
prazo que poderiam ser usados na produção de coisas mais urgentes, e
quando o aumentam arbitrariamente, desestimulam a produção em qualquer
grau em setores onde o processo de maturação não acompanha o retorno.
Em
um mercado livre, quando João vem ao banco e pede dinheiro para plantar
arroz, a instituição financeira o empresta sob uma determinada taxa de
juros. Se depois vier José querendo também plantar arroz, o banco
percebe o aumento de risco e aconselha José a plantar feijão, sob as
mesmas taxas, ou ainda arroz, mas desta feita, sob uma taxa maior. Em
uma economia livre, os juros servem para evitar e cobrir riscos e
incentivar o investimento nas áreas que a população considera mais
importantes em ordem de urgência, e não segundo o que o governo anuncia
que deve comprar. Em uma economia livre, os juros não podem ser maiores
do que o retorno dos investimentos, pela única razão de que precisam ser
viáveis.
Falta pouco:
O
diagnóstico é de que o volume de dinheiro no mercado (aquele que impõe o
preço, em juros básicos, de 7,5% ao ano) está elevado demais para o
conjunto dos problemas enfrentados pela economia: demanda mais alta do
que a oferta; custos altos demais do setor produtivo, a começar pelos do
fator trabalho; baixa propensão ao investimento; e, muito
especialmente, a gastança do setor público, que cria renda e demanda.
O
núcleo da administração econômica do governo Dilma prefere fechar os
olhos à natureza monetária da inflação, sobretudo a causada pelas
excessivas despesas públicas. Ontem, por exemplo, em entrevista ao
jornal Valor, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, anunciou que o
governo já não assume nenhuma meta de austeridade fiscal. As despesas
públicas serão aquelas que forem necessárias para garantir o crescimento
econômico forte, disse ele. Para definição do volume de estímulos
fiscais, Augustin não julga necessário levar em conta o nível do emprego
da economia. E essa desconsideração pode sair cara para o governo.
Se
houve o inchaço monetário, longe está do conserto um aperto monetário.
Como bem sugeriu Ludwig von Mises, de que adianta dar marcha a ré após
ter atropelado alguém?
Se
levarmos a sério tamanha absurdidade de que os salários do trabalhador
brasileiro, ainda inclusos seus encargos, tornam inviável a nossa
economia, deveríamos então constatar o colapso dos países desenvolvidos,
onde os proventos são muito maiores. Na verdade, os salários não estão
altos. O que acontece é que tem gente demais ganhando salário sem
produzir: aspones petistas; mais de cinco mil municípios, e aumentando;
servidores públicos em excesso para órgãos que não servem para nada;
milhares de ONG’s que por definição deveriam andar com as próprias
pernas; programas de transferência de renda, sendo alguns existentes
para até mesmo incentivar os indivíduos a não trabalhar, como o
PGPM-BIO; benefícios previdenciários bizarros, como o auxílio-reclusão, e
até mesmo empregos privados tornados obrigatórios por lei.
Como
se pode verificar, os últimos parágrafos mostram que os barbudinhos de
carteirinha e estrela vermelha na lapela tentam acertar, mas tropeçam em
suas próprias incúrias, profundamente arraigadas. A quem ainda
convencem? A você, caro leitor?
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