Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Depois dos aloprados, entram em cena os videntes da Caixa Econômica



Reynaldo-BH: Depois dos aloprados, entram em cena os videntes da Caixa Econômica

 Qualquer profissional de TI que tenha trabalhado com processamento bancário sabe que é IMPOSSÍVEL ter-se fundos em cash machines ─ muito acima do normal ─ em fins de semana.

A corrida a saques geralmente é feita nas sextas-feiras. O movimento em fim de semana (seja pelo consumo pago com cartão de crédito ou mesmo pelo receio de violência) é substancialmente menor no sábado e no domingo.
Deixar numerário em excesso nos caixas na sexta é arriscado. E abastecê-las nos fins de semana envolve custos maiores com a reposição. Os valores cobrados pelas empresas de transporte de dinheiro são substancialmente maiores nesses dias.
Achei estranho que a dita “corrida ao Bolsa Família” tenha acontecido em um fim de semana. Achei mais estranho ainda que não tenha havido problemas na disponibilização de dinheiro. Já escrevi sobre isto.
Uma corrida como esta, durante a semana, iria tumultuar os trabalhos das agências da CEF. Imagine-se uma invasão em dia normal de funcionamento bancário, o que traria de desconforto aos outros clientes e aos próprios funcionários da Caixa.
Assim, melhor ter acontecido no sábado…
O problema é que uma corrida desse porte seria desastrosa se não houvesse como os usuários do Bolsa Família retirarem os seus pagamentos. A certeza do fim do programa estaria confirmada. E a situação seria incontrolável.
Mas havia dinheiro disponível. Em excesso. Quase UM BILHÃO DE REAIS foram sacados!
Também não entendi o saque efetuado em um SÁBADO, visto que os usuários do programa recebem em datas marcadas de acordo com a numeração do cartão. Obviamente estes usuários não receberiam em um sábado! O normal é receber no primeiro dia útil após o fim de semana.
Agora me parece que algumas respostas estão sendo dadas (e pela imprensa investigativa que apurou antes da Polícia Federal!).
Não foram dez por cento dos usuários que correram às agências, como seria de se esperar. (Se recebem pelo último número do cartão, temos assim, no máximo dez por cento de usuários ─ com o número do dia ─ recebendo naquela data).
Quem tem um cartão com final 5, por exemplo, e tenta sacar no dia de pagamento do de final 9, é recusado pelo sistema. Não há previsão para este pagamento. E não é efetuado.
Qualquer usuário com qualquer numeração final conseguiu sacar! Ou seja, TODOS!
Na sexta anterior ao “boato”, a CEF LIBEROU no sistema o acesso a pagamentos FORA das datas divulgadas e agendadas pela numeração.
Previdente como um vidente, a Caixa não só liberou o pagamento a qualquer usuário (desrespeitando as próprias normas do programa), como REFORÇOU com UM BILHÃO os caixas-eletrônicos. Não faltou dinheiro!
As agências desertas e FECHADAS (sem funcionários e outros clientes) estavam “preparadas” para receber multidões de usuários nos terminais eletrônicos sem atrapalhar o andamento do expediente bancário e com garantia de recebimento pelos usuários.
Que série intensa de coincidências! E que previsibilidade mágica da CEF!
O dia certo, após alteração da agenda de pagamento, com agências fechadas e caixas-eletrônicos disponíveis e numerário suficiente.
Vai ficar por isto mesmo?
Gilberto Carvalho mandou avisar: “o bicho vai pegar!”.
Depois dos aloprados, temos os previdentes. E uma ministra que descobriu, em menos de 24 horas, a origem dos “boatos”. Ela sabe bem do que se trata.
Pela primeira vez temos que concordar com Lula. Quem lançou este “boato” é “gente do mal!”. Os mesmos de sempre.
São, sim, do mal. E Lula os conhece bem!
Nós também.

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