Já para o armário - GUILHERME FIUZA
A causa gay, como todo
mundo sabe, virou um grande mercado comercial e eleitoral. Hoje,
qualquer político, empresário ou vendedor de qualquer coisa tem orgulho
gay desde criancinha. Se você quer parecer legal perante seu grupo ou
seu público, defenda o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Você
ganhará imediatamente a aura do libertário, do justiceiro moderno. Você é
do bem. Em nome dessa bondade de resultados, o Brasil acaba de assistir
a um dos atos mais autoritários dos últimos tempos. Se é que o Brasil
notou o fato, em meio aos confetes e serpentinas do proselitismo
pansexual.
O Conselho Nacional de Justiça decidiu obrigar os cartórios brasileiros a celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Tudo ótimo, viva a liberdade de escolha, que cada um case com quem quiser e se separe de quem não quiser mais. Só que a bondade do CNJ é ilegal. Trata-se de um órgão administrativo, sem poder de legislar e o casamento, como qualquer direito civil, é uma instituição fundada em lei. O CNJ não tem direito de criar leis, mas tem Joaquim Barbosa.
Joaquim Barbosa presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça é o super-herói social. Homem do povo, representante de minoria, que chegou ao topo do Estado para "dizer as verdades que as pessoas comuns querem dizer". O Brasil é assim, uma mistura de novela com jogo de futebol. Se o sujeito está no papel do mocinho, ou vestindo a camisa do time certo, ele pode tudo. No grito.
O Conselho Nacional de Justiça decidiu obrigar os cartórios brasileiros a celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Tudo ótimo, viva a liberdade de escolha, que cada um case com quem quiser e se separe de quem não quiser mais. Só que a bondade do CNJ é ilegal. Trata-se de um órgão administrativo, sem poder de legislar e o casamento, como qualquer direito civil, é uma instituição fundada em lei. O CNJ não tem direito de criar leis, mas tem Joaquim Barbosa.
Joaquim Barbosa presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça é o super-herói social. Homem do povo, representante de minoria, que chegou ao topo do Estado para "dizer as verdades que as pessoas comuns querem dizer". O Brasil é assim, uma mistura de novela com jogo de futebol. Se o sujeito está no papel do mocinho, ou vestindo a camisa do time certo, ele pode tudo. No grito.
Justiceiro, Joaquim
liberou o casamento gay na marra e correu para o abraço. Viva o herói
progressista! Se a decisão de proveta for mantida, o jeito será rezar
para que o CNJ seja sempre bonzinho e não
acorde um dia mal-humorado, com vontade de inventar uma lei que proíba
jornalistas de criticar suas decisões. Se o que o povo quer" pode ser
feito no grito, o que o povo não quiser também pode. O Brasil já cansou
de apanhar do autoritarismo, mas não aprende.
E lá vai Joaquim, o
redentor, fazendo justiça com as próprias cordas vocais. Numa palestra
para estudantes de Direito, declarou que os partidos políticos
brasileiros são "de mentirinha". Uma declaração absolutamente
irresponsável para a autoridade máxima do Poder Judiciário, que a platéia progressista aplaude ruidosamente.
Se os partidos não
cumprem programas e ideias claras, raciocinam os bonzinhos, pedrada
neles. Por que então não dizer também que o Brasil tem uma Justiça "de
mentirinha"? Juízes despreparados, omissos e corruptos é que não faltam.
Quantos políticos criminosos militam tranquilamente nos partidos "de
mentirinha", porque a justiça não fez seu papel? A democracia
representativa é baseada em partidos políticos. Com todas as suas
perversões e são muitas -, eles garantem seu funcionamento. E também
legitimam a ação de gente séria que cumpre programas e ideias, pois, se
fosse tudo de mentira, um chavista mais esperto já teria mandado
embrulhar o pacote todo para presente, com Joaquim e tudo.
A resolução do CNJ sobre
o casamento entre homossexuais é uma aberração, um atropelo as
instituições pelo arrastão politicamente correto. A defesa da causa gay
está ultrapassando a importante conquista de direitos civis para virar
circo, explorado pelos espertos. Um jogador de basquete americano
anuncia que é homossexual, e isso se torna um espetáculo mundial, um
frisson planetário. Como assim? A esta altura? A relação estável entre
parceiros do mesmo sexo já não é aceita na maior parte do Ocidente? Por
que, então, a decisão do jogador é uma bomba? Simples: a panfletagem
pró-gay virou um tiro certo.
O presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, dá declaração solene até sobre a opção sexual dos
escoteiros. Talvez, um dia, os gays percebam que foram usados
demagogicamente, por um presidente com sustentação política precária,
que quer se safar como herói canastrão das minorias.
Ser gay não é orgulho nem vergonha, não é ideologia nem espetáculo, não é chique nem brega. Não é revanche.
Não é moderno. Não é moda. É apenas humano.
A luta contra o
preconceito precisa ser urgentemente tirada das mãos dos mercadores da
bondade. Eles semeiam, sorridentes, a intolerância e o autoritarismo. Já
para o armário!
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